David Frickle entrevistou um dos dois beastie boys vivos sobre o que acabou de morrer, na Rolling Stone:
“My wife is like, ‘I want to make sure you’re getting it out.’ But then I’m walking the dog and I’ll start crying on the street.” Horovitz shook his head wearily. “It’s pretty fucking crazy.”
Yauch was the oldest of the Beastie Boys. Was he a leader in the early days?
Yauch was in charge. He was smarter, more organized. In a group of friends, you all come up with stupid shit to do. But you never do it. With Yauch, it got done. He had that extra drive to see things through. We each had our roles. One of his was the make-it-happen person.
I’d be like, “We should take these pictures where we’re dressed as undercover cops. That would be funny.” But Adam was really into movies. So we made a whole video of that [“Sabotage”]. It wasn’t just a nice picture for us to have.What was Yauch’s musical role in the Beastie Boys?
He was a really good bass player. He loved Daryl [Jennifer] of the Bad Brains. And he could sound like that. When we met [producer-musician] Mark Nishita, he and Adam would talk all this musical shit: “You should go up a fifth here.” I’d be like, “Tell me where to put my fingers, and I’ll play that for four minutes.”
Adam was the Techno Wiz – that’s what me, Mike and Rick [Rubin] called him. I went to his apartment in Brooklyn once. He had a reel-to-reel tape recorder, and he had strung the tape all over the place – through the kitchen, around chairs. He was cutting up this Led Zeppelin beat, playing it over and over. I was like, “How did you figure that out?” He said, “I heard Sly Stone did that.”
A entrevista continua lá no site da revista.
“Ouçam, quietos, prestem atenção à música deste homem. Por que senão, poderão estar perdendo algo importante”
Frank Zappa
“Eu posso estar com fome, mas com certeza não sou esquisito”
Don Van Vliet
“A densidade convulsiva de ‘Flash Gordon’s Ape’, em Lick My Decals Off, Baby literalmente me assustava – até que eu fiz a conexão com o processo de compreensão e libertação codificados no caos magnífico do disco Free Jazz de Ornette Coleman e do solo de guitarra de Lou Reed em ‘I Heard Her Call My Name'”
David Frickle, editor da revista Rolling Stone
“Eu faço discos pra mim. Me satisfaz o fato que as pessoas que ficam chateadas me ouvindo gostam da música que me chateia”
Don Van Vliet
“Eu levei o Trout Mask Replica pra casa e coloquei pra ouvir. Era a pior coisa que eu já tinha ouvido na vida. Então pensei: ‘Frank Zappa produziu isso, vou ouvir de novo’. Toquei de novo e pensei: ‘Soa horrível, mas esta é a intenção deles’. Pela terceira ou quarta audição, ele começou a crescer em mim. Da quinta ou sexta vez eu já estava apaixonado. Pela sétima ou oitava vez eu o achava melhor álbum jamais feito. Ainda acho”
Matt Groening, criador dos Simpsons
“As pessoas gostam de músicas afinadas porque ouviram-na afinada o tempo todo. Eu quero romper com isso”
Don Van Vliet
“Eu não vejo como você pode ouvir este disco (Trout Mask Replica) e não sair com a sensação de ter sido mudado, se você deixar. Não dá pra entender – tentar compreender a música de Don é como tentar compreender a coreografia de uma abelha. Mas está lá para se admirar e pensar e esperançosamente levar um pouco daquela luz consigo”
Tom Waits
“Um pouco de paranóia funciona como bom propulsor”
Don Van Vliet
E com Doug Yule? Calma, Lou e Moe sobem de novo juntos aos palcos (sem Cale e, claro, Morrison ou Nico) com o guitarrista da segunda fase da banda mas para conversar sobre como era o Velvet Underground em seu tempo. O jornalista David Frickle é o mediador do encontro que acontece dia 8 de dezembro no Celeste Bartos Forum, na esquina da Quinta Avenida com a rua 42, em Nova York. Os ingressos já estão esgotados, mas os vídeos vão aparecer no YouTube.
É o tipo de evento que poderia ser mais explorado. Afinal, muita gente volta a fazer show depois de velha para atrair fãs que não se importam muito com o fato dos shows serem bons ou não – querem apenas estar na presença do ídolo. Uma conversa civilizada num ambiente de médio porte pode render histórias e lembranças mais genuínas e poderosas do que requentar velhas músicas sem muita empolgação além do dinheiro por uma hora e meia numa apresentação para milhares de pessoas – fora os arranhões na reputação. Como estamos vivendo na era dos popstars do power point (Al Gore e Steve Jobs, para citar os primeiros que vêm à cabeça), não duvide que isso se torne cada vez mais comum.