Davi Moraes celebrou o legado de próprio pai nesta quarta-feira, dentro do projeto Releituras proposto pelo Centro Cultural São Paulo, com a participação de velhos compadres. A começar pela própria banda, que entre músicos que trabalham há tempos com o filho de Moraes Moreira, ainda contava com o mestre Jorge Gomes, irmão de Pepeu, ele mesmo um dos Novos Baianos originais. Davi até passeou pela banda que colocou seu pai no mapa ao entoar “Preta Pretinha”, mas preferiu focar na carreira solo do saudoso baiano, em clássicos imortalizados por si mesmo (“Pombo Correio”, “Coisa Acesa”, “Sintonia”) ou por outros intérpretes (como “Eu Também Quero Beijar”, mais conhecida com Pepeu Gomes, “Bloco do Prazer” e “Festa do Interior”, eternizadas por Gal Costa) e hinos do carnaval como “Chama Gente” e “Vassourinhas” (que cantou ao lado da comadre Marcia Castro) e “Dodô no Céu” (que contou com Beto Barreto, do BaianaSystem, na guitarra baiana), além de tocar uma música do próprio Baiana, “Systema Fobica”, quando Russo Passapusso subiu ao palco para atiçar o público da Sala Adoniran Barbosa, emendando “Colégio de Aplicação”. Foi bonito.
Pra muitos, ele é aquele produtor farofa que passou um verniz desnecessário de disco music na música brasileira. Discordo fortemente: Lincoln Olivetti é mais um integrante da nobre linhagem de tecladistas-produtores brasileiros de nomes como Ed Lincoln e Sergio Mendes e só seu disco com Robson Jorge já garantiria seu lugar nesse panteão. Ele tocou semana passada no Copacabana Palace, com nomes como Davi Moraes, Donatinho e Kassin como músicos de apoio. Se liga:
Isso me lembrou que eu tenho que subir os vídeos do show do Donato que vi domingo passado…
Também conhecido como “o melhor disco de todos os tempos”, mas a voz do velho Moraes não tá lá essas coisas… Será que a gente vai ver esse clássico tocado ao vivo com seus próprios protagonistas?
Cortesia do Instituto Moreira Salles.