Se a Gracie Abrams puxou seu pop prum lado mais sério no começo do festival de Glastonbury deste ano ao cantar a mágica “Just Like Heaven” do Cure, Olivia Rodrigo falou ainda mais grosso ao tocar não apenas essa música do Cure, mas também “Friday I’m in Love”, ao encerrar o festival inglês no domingo com a presença de ninguém menos que o próprio senhor Cure, quando convocou o mago Robert Smith para dividir o palco com ela nas duas canções. Que momento! Deu até pra desculpar a Olivia por ter chamado o Ed Sheeran para dividir o palco com ela no show que ela fez no Hyde Park, em Londres, na sexta-feira anterior (e não custa lembrar que ela puxou David Byrne pro palco dia desses…).
E por falar no Glastonbury desse ano, imagino que vocês não devem dar a menor pelota pra filha do J.J. Abrams (que tem crescido cada vez mais como popstar), mas essa versão que ela fez pra “Just Like Heaven” no festival inglês ficou joia.
E o Cure liberou mais um remix de seu Mixes Of A Lost World, que sai no início de junho. E depois de mostrar versões feitas por Four Tet e Paul Oakenfold, agora o senhor Smith liberou o belo remix feito pelo vocalista dos Deftones, Chino Moreno, para “Warsong”. Contudo, não é a primeira vez que os dois colaboram: Smith participou da faixa “Girls Float † Boys Cry” do segundo disco do projeto paralelo de Moreno, batizado de ††† (o famoso Cruzes), Goodnight, God Bless, I Love U, Delete, de 2023. E esse remix, cheio de acordes graves e ecos na voz do velho Bob, ficou bem bom, vai dizer.
Segunda-feira é aniversário dele, mas, como já havia sido especulado, foi Robert Smith quem deu um presente para os fãs do Cure ao anunciar neste dia 21 de abril Mixes of a Lost World, disco triplo com remixes feitos por dezenas de produtores diferentes para as músicas do álbum mais recente da banda, a parede de melancolia Songs of a Lost World, lançado no ano passado. O novo capítulo do disco de 2024 (já em pré-venda) será lançado em formatos duplo e triplo no dia 13 de junho e a banda já mostrou dois remixes pesados feitos por gigantes da eletrônica de épocas diferentes, os produtores Paul Oakenfold (que retrabalha “I Can Never Say Goodbye”) e Four Tet (que vai na veia da primeira faixa do disco, “Alone”). Além destes também estarão presentes nomes como Chino Moreno (dos Deftones), Mura Masa, Mogwai, Twilight Sad, Orbital, Daniel Avery, 65daysofstatic e Trentemøller, entre vários outros nomes menos conhecidos. Smith comentou que começou a receber remixes não-solicitados de diferentes produtores logo após o natal e percebeu que poderia fazer alguma coisa com os remixes que vinha recebendo. Não custa lembrar que ele já vinha falando sobre um segundo disco (e talvez um terceiro!) saindo do processo de Songs of a Lost World ANTES do natal, então pode ser que esse disco de remixes seja apenas um aquecimento para o(s) próximo(s) discos do Cure.
Ouça os primeiros singles e veja a relação de todos os remixes abaixo:
Como quem nao quer nada, o Cure soltou, nessa sexta-feira, um tweet com três imagens: duas fotos com um iPod contendo nomes de músicas de seu disco mais recente, o excelente Songs of a Lost World, grafados como se fossem arquivos de gravação (transformando nomes de músicas em siglas e anotando as diferenças entre os arquivos de áudio), e com suas costas com um adesivo escrito CURE MOALW, que levou muitos fãs a tentar decifrar a segunda palavra como outra sigla, fazendo referência ao disco lançado no fim do ano passado, mas com uma mudança na primeira palavra. O que tudo leva a crer é que o M no início da sigla seja de Mixes of a Lost World, em que o grupo relê canções do disco de 2024 em novas versões. Fãs mais devotos conseguiram inclusive captura uma tela na busca do Google que mostrava que um disco com esse nome já estava à venda na versão online da loja Fnac, indicando inclusive que o álbum teria TRÊS VOLUMES. A terceira imagem do tweet trazia uma imagem colorida como um mosaico eletrônico de baixa resolução ao som ambient que mistura texturas digitais e cordas, o que reforça que o projeto seja um disco de remixes – ou que pelo menos vá para essa praia, tão cara à própria carreira do Cure. E como fez antes do lançamento do disco do ano passado, o tweet em questão anunciava uma data em algoritmos romanos: IV-XXI-MMXXV, o que apontaria para o dia 21 de abril deste ano, que também coincide com o aniversário do líder da banda, Robert Smith. O próprio Smith não disfarça ao contar em entrevistas desde o ano passado que já tem material não apenas para um novo álbum, mas para inclusive um terceiro, que avançaria ainda mais nesta seara da ambient music e do noise. Que venha!
Não passou o carnaval ainda então dá tempo de remoer o ano que terminou tem quase um mês e meio, por isso segue abaixo a minha votação na lista mais tradicional de melhores do ano da internet brasileira, promovida pelo heróico Scream & Yell do compadre Marcelo Costa.
E o Cure não só lançou um discaço nessa sexta-feira como o lançou em grande estilo – e em grande estilo Cure – ao apresentá-lo na íntegra ao vivo em uma transmissão que o próprio grupo fez pela internet no mesmíssimo dia, tocando-o na íntegra em uma apresentação realizada na casa de shows Troxy, em Londres, no Reino Unido – e deixando online para quem não pudesse assisti-la ao vivo (veja abaixo). E além de mostrar todo o novo disco com as faixas exatamente na ordem do álbum (incluindo as estreias de “Warsong”, “Drone:Nodrone” e “All I Ever Am”, Robert Smith e sua gangue ainda tocaram por mais de duas horas, enfileirando músicas antigas que vão na mesma vibe do novo disco (várias delas do irmão mais velho deste, o pilar fundamental da banda Disintegration), um bis dedicado ao disco Seventeen Seconds, que está completando 45 anos e um bis com os hits mais conhecidos da banda, como “Lullaby”, “The Walk”, “Friday I’m Love”, “Close to Me” e “Boys Don’t Cry”. O Cure nunca decepciona.
Assista abaixo à ínegra do show e veja o setlist logo depois:
E aos poucos o que era lenda vai ganhando forma: o Cure de Robert Smith lança mais uma música de seu novo álbum, Songs of a Lost World, e também apresenta o título e a ordem das músicas do disco que sairá no início de novembro. “A Fragile Thing” segue o tom denso e melancólico da primeira faixa do disco e faz aumentar a expectativa que talvez o novo álbum faça par com as obras-primas mais épicas do grupo, como Pornography, Disintegration e Bloodflowers. Ouça a música e veja o nome das novas faixas abaixo: