E o Cure não só lançou um discaço nessa sexta-feira como o lançou em grande estilo – e em grande estilo Cure – ao apresentá-lo na íntegra ao vivo em uma transmissão que o próprio grupo fez pela internet no mesmíssimo dia, tocando-o na íntegra em uma apresentação realizada na casa de shows Troxy, em Londres, no Reino Unido – e deixando online para quem não pudesse assisti-la ao vivo (veja abaixo). E além de mostrar todo o novo disco com as faixas exatamente na ordem do álbum (incluindo as estreias de “Warsong”, “Drone:Nodrone” e “All I Ever Am”, Robert Smith e sua gangue ainda tocaram por mais de duas horas, enfileirando músicas antigas que vão na mesma vibe do novo disco (várias delas do irmão mais velho deste, o pilar fundamental da banda Disintegration), um bis dedicado ao disco Seventeen Seconds, que está completando 45 anos e um bis com os hits mais conhecidos da banda, como “Lullaby”, “The Walk”, “Friday I’m Love”, “Close to Me” e “Boys Don’t Cry”. O Cure nunca decepciona.
Assista abaixo à ínegra do show e veja o setlist logo depois:
E aos poucos o que era lenda vai ganhando forma: o Cure de Robert Smith lança mais uma música de seu novo álbum, Songs of a Lost World, e também apresenta o título e a ordem das músicas do disco que sairá no início de novembro. “A Fragile Thing” segue o tom denso e melancólico da primeira faixa do disco e faz aumentar a expectativa que talvez o novo álbum faça par com as obras-primas mais épicas do grupo, como Pornography, Disintegration e Bloodflowers. Ouça a música e veja o nome das novas faixas abaixo:
“Esse é o fim de todas as canções que cantamos”, declara Robert Smith no começo de “Alone”, a primeira faixa do primeiro disco do Cure em 16 anos, que foi lançada nesta quinta-feira. Songs of A Lost World será lançado no primeiro dia do próximo mês de novembro e trará apenas oito faixas, resumindo uma espera que aguçou-se nas últimas semanas, quando a banda começou a dar dicas que o trabalho seria lançado em breve: “Foi a música que destravou o disco; assim que gravamos soube que seria a música de abertura e senti o álbum inteiro entrar em foco”, explicou Smith ao anunciar a nova faixa. “Eu estava lutando para encontrar a frase correta para a faixa de abertura certa por um tempo, com a simples ideia de ‘estar só’ sempre no fundo da minha mente, aquela sensação incômoda de que eu já sabia qual deveria ser a frase de abertura … assim que terminamos de gravar me lembrei do poema ‘Dregs’ do poeta inglês Ernest Dowson… e foi nesse momento que soube que a música — e o álbum — eram reais.” Ouça abaixo:
Depois de muita espera e de mandar mensagens cifradas tanto pela internet quanto fora dela, o Cure está finalmente materializando seu próximo disco, Songs Of A Lost World. E além de criar um site que só pode ser acessado com uma senha (a data de lançamento do disco escrita em numerais romanos, como havia enviado antes – “I-XI-MMXXIV” pra quem não sabe), agora acaba de mostrar um pequeno trecho de uma música, que os fãs reconhecem como “Alone”, que já foi tocada em alguns shows e possivelmente será o primeiro single do novo disco. Ouça abaixo a versão ao vivo que o grupo tocou há um ano nos EUA ou confira você mesmo no site deles:
Imagina que você chega em casa e recebe um cartão preto que vem com algumas letras impressas em relevo, entre elas a sequência I-XI-MMXXIV. Ao passar uma lanterna de luz negra sobre os caracteres aleatórios soltos assim da fileira de algoritmos romanos completa-se a frase Songs of a Lost World – e se você é fã do Cure, mata a charada na hora, pois a sequência de numerais traduz-se em 1-11-2024 vem logo após o tão aguardado novo disco da banda, cujo título – Songs of a Lost World – conhecemos há tempos, indicando que o lançamento do disco será no primeiro dia de novembro deste ano. Um cartaz semelhante aos cartões distribuídos para alguns seletos fãs – que o receberam pelo correio – apareceu na entrada do pub Railway, na cidade de Crawley, ao sul de Londres, onde o líder da banda Robert Smith viveu dos seis anos de idade até montar o Cure, cujos primeiros shows foram exatamente neste pub. Dá uma sacada abaixo…
Quando o Cure estava prestes a encerrar seu contrato com a gravadora Fitcion no início do século, Robert Smith sugeriu que o grupo lançasse uma nova coletânea, com a única condição que o próprio líder da banda escolhesse todas as músicas. A empolgação com o novo lançamento levou Smith a puxar uma gravação desta mesmo repertório em formato acústico e o grupo anunciou que finalmente disponibilizará este disco, lançado origtinalmente em 2001, nas plataformas digitais no próximo dia 9 de agosto – e vêm soltando clipes de versões em vídeo de algumas músicas, como “A Forest”, “The Lovecats” e “Close to Me”. O disco ao vivo, que é tocado pela formação do Cure que inclui Simon Gallup no baixo, Jason Cooper na bateria e percussão, Roger O’Donnell nos teclados e Boris Williams na percussão – além do próprio Bob, claro -, também será relançado em vinil (duplo, já em pré=venda) na mesma data de relançamento da versão online. Assista aos clipes abaixo:
Escrevi minhas considerações sobre a ótima segunda edição do Primavera Sound em São Paulo para o site da CNN Brasil. O sol inclemente e o longo e apaixonado show do Cure foram as principais atrações do evento, que pecou ao não ter um artístico tão contemporâneo quanto o da edição passada, mas que funcionou perfeitamente como evento, com poucas filas, boa divisão do Autódromo de Interlagos, distribuição de água, bom som e shows memoráveis: além do Cure, Beck, Slowdive, Killers e Pet Shop Boys fizeram apresentações intensas e memoráveis, além de Marisa Monte ter celebrado Rita Lee com a presença de seu companheiro, Roberto de Carvalho.
E o Cure participou do mesmo festival que viu o show do Blur na Cidade do México, pisando pela primeira vez num palco latino-americano em 2023 no sábado, enquanto prepare-se para passear pelo continente – e ao menos passa por aqui, como uma das principais atrações do Primavera Sound São Paulo. Sem dar spoiler pra quem quiser ter a surpresa do show por aqui, só adianto que foram as duas horas e meia que o Robert Smith prometeu – e abaixo, segue a íntegra de toda a apresentação que uma boa alma subiu no YouTube, com o setlist logo abaixo:
Não é a primeira vez que o Kevin Shields encontra-se com J Mascis no palco – suas respectivas bandas excursionaram juntas no auge de suas carreiras e o Shields já apresentou-se algumas vezes com a banda de Mascis –, mas a aparição do líder do My Bloody Valentine no terceiro dia da residência que o Dinosaur Jr. está fazendo na casa noturna Garage em Londres tem um quê de histórico. Mesmo porque ao subir no palco com seus velhos amigos, Shields não apenas tocou uma música de sua banda (“Thorn”) e outra da banda norte-americana (“Tarpit”), como se uniram para tocar uma versão de uma banda que talvez seja o vórtice original que enviesou as duas bandas do barulho rumo à doçura, o Cure. E escolheram justo aquela “Just Like Heaven” imortalizada pelo Dino Jr. nos anos 80, uma canção tão barulhenta quanto pop, marcando a primeira vez que os dois guitar heroes tocam juntos essa música, sente só aí embaixo:
A gente não tá pronto pra esses shows do Cure que vem aí: postei lá no #trabalhosujo a íntegra do primeiro show que o grupo fez em Nova York na semana passada e putaqueopariu vai ser muito foda. Há quem reclame que o começo do show é só música nova ou desconhecida e que os hits ficam pro final, mas esses infiéis nem deveriam pisar num show do Cure, que é muito mais do que sucessos comerciais pra se cantar junto e sim a criação dessa atmosfera pesada, melancólica e doce ao mesmo tempo. Dá uma sacada nesse setlist (aí embaixo) e na encostadinha de cabeça no ombro que o Robert Smith dá no Simon Gallup no final de “A Forest”. E a voz do sujeito, intacta! Vai ser foda demais 🖤