Um filme em busca de uma trilha

Cuca Ferreira pisou firme em sua estreia como artista solo em sua apresentação no Centro da Terra nesta terça-feira. Embora ainda se escondendo sob o pseudônimo de Cuca Sounds, ele deixou sua marca explícita em toda a apresentação, desde o desenho da formação musical que reuniu à escolha do repertório até a forma como ele foi apresentado. A deixa inicial foi a primeira apresentação ao vivo do EP que lançou no primeiro semestre que batizava o espetáculo, Música em Busca de um Filme, mas esse foi só o mote inicial da noite, resolvido na primeira faixa. Dali em diante, Cuca e o exército de sopro e ritmo que organizou mergulharam no mar das memórias do saxofonista, passando por músicas que foram importante em sua carreira, como “Algo Maior” da Tulipa Ruiz, “Pomba de Gira do Luar” de Luiza Lian e “Saudade de Casa” e “Ngm + Vai Tevertrist” de Giovani Cidreita, um dos convidados da noite, com quem Cuca vem trabalhando ao vivo; e faixas autorais, como as do disco que lançou há pouco tempo, uma da segunda parte deste projeto, ainda inédita, e uma música em homenagem ao compositor Philip Glass, chamada “Glass Key”, esta última coreografada por sua filha, a dançãarina Beatriz Galli que, como o próprio pai disse antes da apresentação, mostrou que não estava ali por nepotismo. A banda, sem instrumentos harmônicos ou bateria, contava com velhos e novos cúmplices de Cuca, como o baixista Fábio Sá (com quem sempre tocou em projetos temporários), a flautista Marina Bastos (com quem ele tocava pela primeira vez), a percussionista Valentina Facury e o trombinista Doug Bone (ambos integrantes de uma de suas bandas, o decano Bixiga 70). Longe do palco, Bernardo Pacheco e Paulinho Fluxus, outros velhos camaradas de Cuca, cuidavam respectivamente do som e da luz, provocando intervenções cirúrgicas. E escondido atrás das cortinas estava o agente oculto Marcos Vilas Boas, que projetava imagens durante toda a apresentação – até chegar ao ápice da noite, quando a banda – e a dançarina – improvisou a partir de imagens que Vilas Boas projetava sem ter combinado nada previamente, invertendo o título da noite e mostrando o quanto essa formação é orgânica e próxima, num delírio em preto e branco. Agora é colocar essa turma na estrada, seu Cuca!

Assista abaixo:  

Cuca Sounds: Música em Busca de um Filme

Satisfação receber nesta terça-feira, no Centro da Terra, a primeira apresentação solo do saxofonista Cuca Ferreira, que traz o espetáculo Música em Busca de um Filme usando o nome de CucaSounds. Integrante fundador do Bixiga 70, Cuca também faz parte do trio Atønito e da banda Corte, ao lado de Alzira E, e já tocou e arranjou para artistas como Elza Soares, João Donato, Tulipa Ruiz e Giovani Cidreira. Este último, inclusive, participa desta primeira apresentação solo, que também terá a participação da dançarina Bia Galli, da flautista Marina Bastos, da percussionista Valentina Facury, do baixista Fábio Sá, do trombinista Doug Bone, além de projções feitas por Marcos Vilas Boas. O espetáculo começa pontualmente às 20h e os ingressos já estão à venda na bilheteria e no site do Centro da Terra.

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Centro da Terra: Setembro de 2024

Quando entrar setembro a programação de música do Centro da Terra promete ser épica. A temporada que ocupa cinco segundas-feiras chama-se Gole a Gole e é capitaneada pelo quarteto vocal Gole Seco, que dedica cada um dos dias à carreira individual de suas integrantes para finalizar numa grande apresentação conjunta. A primeira a apresentar-se é Niwa (no dia 2), que mostra um show chamado Disruptivas; depois (dia 9) vem Loreta Colucci com uma apresentação chamada Voz e Violão, ao lado do músico Luca Frazão. Na terceura apresentação (dia 16), Giu de Castro mostra Manual do Tempo de um Dia, feito em cima da obra do escritor e ator Gabriel Góes, que também estará no palco, e na quarta segunda-feira (dia 23), Nathalie Alvim traz Outro + um Tanto Daquilo que me Constitui, em que mistura seu trabalho autoral e intérprete. No último dia do mês (dia 30), as quatro fazem uma apresentação inédita do Gole Seco para encerrar a temporada. Nas terças-feiras, o trabalho começa no dia de aniversário de 23 anos do Centro da Terra (dia 3), quando o saxofonista Cuca Ferreira (que toca com o Bixiga 70, Corte e outros grupos), faz seu primeiro show solo apresentando o projeto CucaSounds, quando convida a bailarina Bia Galli e o cantor Giovani Cidreira, entre outros músicos, para desbravar um espetáculo batizado de Música em Busca de um Filme. No dia 10, a banda Jonnata Doll e os Garotos Solventes mostra o início do processo de seu novo disco no espetáculo A Próxima Parada, que tem a participação de Yma. Na terceira terça do mês (dia 17) é a vez do grupo de jazz funk instrumental Bufo Borealis mostrar o início de seu próximo álbum numa apresentação chamada Um Passo à Frente, que terá participação do guitarrista Lucio Maia. E a programação do mês termina na terça (dia 24), quando a vocalista Inês Terra, que mostra seu espetáculo Língua Fora, em que também participarão Paola Ribeiro e Panamby. Os espetáculos começam sempre pontualmente às 20h e os ingressos já estão à venda na bilheteria e no site do Centro da Terra.

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Kika no Centro Cultural São Paulo

Conheço Kika há mais de dez anos, quando ela me cutucou para apresentar seu primeiro disco, o delicioso Pra Viagem, quando eu ainda fazia a curadoria do Prata da Casa no Sesc Pompéia, em mil novecentos e guaraná de rolha, e desde então sigo em sua cola, acompanhando o que ela tem feito nesses últimos anos, seja em carreira solo, na dupla que criou com a eterna parceira Tika ou na homenagem que fez ao Passarim de Tom Jobim. No meio do ano ela me chamou pra conversar porque queria fazer um show celebrando os dez anos de aniversário daquele primeiro disco, mas no meio do papo percebi que ela queria voltar a tocar com a banda que montou naquela época e passear por músicas de seu repertório que puxavam para o acento do reggae, gênero que sempre a acompanhou. E assim ela me chamou para dirigir esse show que fazemos nessa última quinta-feira de setembro na mágica Sala Adoniran Barbosa do nosso querido Centro Cultural São Paulo. A banda é pesadíssima: Loco Sosa na bateria, Victor Rice no baixo, Guilherme Held na guitarra, Cuca Ferreira no sax e flauta e a própria Kika tocando guitarra e teclados, passando pelas músicas mais jamaicanas de seu repertório, com direito a versões maravilhosas no percurso – e é claro que a Tika também não ia ficar de fora e foi convidada para fazer uma participação especial. O CCSP fica na Rua Vergueiro 1000 (na estação Vergueiro do metrô), o show começa pontualmente às 19h e é de graça! Mais informações aqui.

Pipo Pegoraro não para mesmo à distância

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Inquieto, o músico Pipo Pegoraro nem esperou o disco que lançou no início do ano passar para voltar a produzir. Sem poder fazer shows para divulgar seu Antropocósmico, ele segue a trilha do jazz funk desbravada neste disco e se reuniu – à distância – com o baterista Bruno Buarque (Céu, Anelis Assumpção, Rockers Control) e o saxofonista Cuca Ferreira (Atônito, Bixiga 70, Corte) com o trombonista canadense Modibo, que conheceu no início do ano, no Winter Jazz Festival, em Nova Iorque. A princípio a faixa seria instrumental, mas o músico estrangeiro mandou letras e vocais lá do norte e a “Want You” ganhou um novo rumo, mixada e masterizada pelo grande Rodrigo Funai, responsável pelo estúdio da Red Bull Station.

Atønito e Sambanzo de graça no CCSP

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Acontece nessa sexta-feira mais uma colisão de projetos paralelos das bandas do Bicho de Quatro Cabeças – e o encontro dos projetos Atønito, de um dos saxofonistas do Bixiga 70, Cuca Ferreira, Sambanzo, do saxofonista do Metá Metá, Thiago França, promete ser épico – mesmo porque o Thiago reuniu vários percurssionistas do Bicho de Quatro Cabeças: Rômulo Nardes, Bruno Prado e Décio 7 (do Bixiga 70), Rogerio Maisum e M.Takara (do Hurtmold) e seus velhos comparsas Sam Samba, Sthefanie Araujo e Bruno Prado. Começa às 19h, é de graça e tem mais informações aqui.