Clóvis Cosmo: Do Prognejo ao Vastopasto

Nessa terça-feira, o Centro da Terra torna-se uma espaçonave para uma viagem lisérgica e rural ao mesmo tempo, quando o mineiro de Uberlândia Clóvis Cosmo apresenta seu espetáculo Do Prognejo ao Vastopasto em que antecipa seu disco de estreia, Vastopasto: …e os Cerradofuturistas Sequestraram a Relógiocomotiva. Multiinstrumentista, ele criou um universo fantástico em que o Triângulo Mineiro é devastado pelo agronegócio, que ele batizou de AgroApocalipse, transmutando a paisagem do cerrado num pasto cinzento marcado pelas ruínas high tech da sede do agroimpério, Uberaba 2. Essa saga é contada a partir da narrativa do prognejo, que funde arranjos do rock progressivos às múltiplas linguagens da música sertaneja. No palco, Clóvis vem acompanhado de Victor José. do grupo Antiprisma, Marco Benvegnú, o Irmão Victor, John Di Lallo do projeto Gengibre, José Eduardo e João Queiroz (estes dois da banda Oblomov). O espetáculo começa pontualmente às 20h e os ingressos estão à venda no site do Centro da Terra.

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Centro da Terra: Outubro de 2025

Outubro já começou e a programação de música do Centro da Terra neste mês vem pesada! Começamos com a celebração da maioridade de uma das mais ousadas produtoras musicais brasileiras em cena, a Desmonta, que comanda por mais um herói de Guarulhos, o sagaz Luciano Valério, lança discos e realiza shows de artistas brasileiros que desafiam as fronteiras do som, além de trazer grandes nomes da exploração sônica para o Brasil. Durante as segundas de outubro, assistiremos a quatro apresentações intensas pautadas pelo selo, que reforçam a característica coletiva e de resistência cultural que lhe é característica. A primeira segunda-feira (dia 6) reúne o multiinstrumentista Sarine (que toca bateria nos Deaf Kids) à iluminadora Giorgia Tollani para, na segunda seguinte (13) trazer Kiko Dinucci experimentando sozinho novas sonoridades. Na terceira segunda do mês (20), o próprio Valério traz seu projeto MNTH ao lado do vocalista e guitarrista dos Deaf Kids, Douglas Leal, que solo apresenta-se como Yantra, da magnífica Juçara Marçal e das luzes chapantes de Mau Schramm. A temporada Desmonta 18 encerra no dia 27 com uma apresentação pesada do Crizin da Z.O. Nas terças-feiras, as apresentações começam no dia 7, com o compositor e multiinstrumentista mineiro Clóvis Cosmo abrindo a cortina para seu universo fantástico que se localiza num triângulo mineiro devastado pelo agroapocalipse num espetáculo batizado de Do Prognejo ao Vastopasto. Na segunda terça do mês (dia 14) é a vez da banda Repentina, formada a partir do encontro de Rafael Castro com Juliana Calderón, quando os dois fundiram suas carreiras solo num novo trabalho, que volta agora depois de um longo hiato com formação que inclui Ga Setúbal e Gongom numa noite chamada de Música de Amor. Na terça seguinte (21) é a vez de Juçara Marçal e Thais Nicodemo mostrarem seu encontro desafiador – Juçara cantando e soltando efeitos e Thais em seu piano preparado – no espetáculo A Gente Se F* Bem Pra Caramba. A última terça do mês (28) recebe o Duo Zimbado – formado pela vocalista e vibrafonista Marina Kono e pela pianista Amanda Camargo – que traz um repertório autoral entre o jazz brasileiro, a MPB e o samba-canção no espetáculo Zimbadoguê. As apresentações começam pontualmente às 20h e os ingressos já estão à venda no site do Centro da Terra.

Fecho épico

“Eu não queria sentir, eu só queria explodir”. Foi catártico o final da temporada 4A que a dupla Kartas promoveu no Centro da Terra nas segundas-feiras de julho. A última noite encerrou a temporada trazendo primeiro apenas Marcela Mara para um canto do palco, onde começou com um solo performático iluminada apenas pela luz quente de Mau Schramm, que logo tomou conta do palco completo à medida em que os músicos o transformavam em uma selva a ser desbravada, entre ruídos, sussurros e assobios. Logo a mesma Marcela interrompia aquele som novamente com sua voz, sendo acompanhada diretamente pela outra metade do Kartas, o baterista Zozio, que liberou a entrada de todos os outros músicos em convulsão depois de acompanhar seus versos apenas com seu instrumento. E todos entraram de uma vez só, num ímpeto contínuo – o baixo de Karin Santa Rosa, o teclado de Guilherme Paz, o sax de Rômulo França, o trompete de Romulo Alexis, a guitarra de Bernardo Pacheco, a flauta de Clóvis Cosmo e os eletrônicos de Rayra Pereira, lotando o teatro com um volume de som e mensagem que deixou a todos em silêncio entre os diferentes atos – um deles ocupados pelos poetas do coletivo Svstvs (desta vez formados por Rodrigo Qohen, Lia Petrelli, Bruno Pastore, Raissa Nashla e Pedro Blanco), que, espalhados pelo público, leram o mesmo poema, modificado eletricamente por Berna a partir do palco. Um encerramento épico para uma temporada de tirar o fôlego.

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