Lóki 4.5 no Centro Cultural São Paulo

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Rodolfo Krieger dirige uma homenagem ao clássico primeiro disco solo de Arnaldo Baptista, que completa 45 anos em 2019, reunindo nomes como Luiz Thunderbird, Hélio Flanders, Tatá Aeroplano e Cinnamon Tapes para celebrar a importância do disco neste sábado, no Centro Cultural São Paulo, a partir das 19h (mais informações aqui).

CCSP: Março de 2019

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A programação de março no Centro Cultural São Paulo é um carnaval à parte que dura todo um mês! Olha como vai ser:

1, às 21h – Rashid, apresentando seu disco Crise
7, às 21h – Stratus Luna, a jovem banda prog lança seu homônimo disco de estreia
8, às 19h – Oruã e Marianaa, duas bandas da cena indie carioca que comemoram os 15 anos do selo Transfusão Noise Records
9, às 19h – Lóki 4.5, Rodolfo Krieger puxa um tributo ao clássico disco de Arnaldo Baptista com participações de Helio Flanders, Cinnamon Tapes e Tatá Aeroplano
10, às 18h – Gross, o ex-guitarrista da banda gaúcha Cachorro Grande toca músicas de seus discos solo com convidados
14, às 21h – The Baggios, o trio sergipano mostra seu disco Vulcão antes de entrar em uma turnê pela Europa
16, às 19h – Ruído/mm, o grupo curitibano de pós-rock mostra seu disco A é Côncavo, B é Convexo
17, às 18h – Baleia, o grupo indie carioca lança seu disco Coração Fantasma
21, às 21h – Kamau, o rapper paulistano começa a mostrar seu próximo disco
22 e 23, durante todo o dia – Women’s Music Event, terceira edição do encontro que promove palestras, debates, discussões e workshops em relação à mulher no mercado da música, com shows gratuitos (anunciados em breve)
24, às 18h – Karol Conká, mostrando seu novo disco, Ambulante
28, às 19h e 21h – Bixiga 70 mostra seu novo disco Quebra-Cabeças em sessão dupla – com repertórios diferentes
29, às 21h – Orquestra Vermelha, projeto multimídia do músico Matheus Leston
30, às 19h – Mombojó, o grupo pernambucano mostra a nova música de seu projeto MMBJ12
31, às 18h – Yma + Lau e Eu, duas revelações do indie brasileiro

Mais informações lá no site do Centro Cultural São Paulo.

Cinnamon Tapes e Yma no CCSP

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As bandas Cinnamon Tapes e Yma, lideradas respectivamente por Susan Souza e Yasmin Mamedio, apresentam-se neste domingo, a partir das 18h, no Centro Cultural São Paulo (mais informações aqui).

Sussa | 26.11.2017

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O que você vai fazer neste domingo? Vamos aproveitar o sol pra passar o dia ao ar livre, ouvindo música boa, bebericando ao cair da tarde, comendo e conversando com gente legal? Nosso regulador de boas vibrações desta vez conecta-se com a querida Casa Do Mancha na primeira edição da temporada da Sussa | 26.11.2017, a versão vespertina das Noites Trabalho Sujo, que antecipa o verão 2018 com presenças ilustres além da discotecagem que faço ao lado dos meus irmãos Luiz e Danilo: a musa Susan traz sua Cinnamon Tapes ao cair da tarde enquanto a querida Kátia traz sua Mellody Inc. (bolo de coco, brigadeiro de negresco, coxinhas mítica e mais!) para festejar nosso paladar. Começamos às 16h20 e vamos até o começo da noite, fechando esse fim de semana ensolarado numa tranquila.

Sussa – Tardes Trabalho Sujo
Discotecagem de Alexandre Matias, Luiz Pattoli e Danilo Cabral
Show: Cinnamon Tapes
Quitutes da Mellody Inc.
R$ 25,00 – 16h20
Casa Do Mancha
R. Felipe de Alcaçova – Pinheiros. São Paulo.
Telefone: (11) 3796-7981
A casa aceita cartões de débito.

A amplitude sônica das Cinnamon Tapes

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Às vésperas de lançar seu primeiro disco solo, Susan Souza lança mais uma faixa do álbum produzido por Steve Shelley, baterista do Sonic Youth. “Cinnamon Sea”, lançada em primeira mão no Trabalho Sujo, talvez seja a música que mais lembra a banda original de seu produtor e encerra o disco. “‘Cinnamon Sea’ foi a última música que compus para fechar o álbum. Nessa parte final – ‘Cinnamon Sea’ é a penúltima faixa-, a fragilidade da Nabia que foi apresentada no primeiro single, ‘Sol’, ficou para trás”, explica a cantora e compositora, falando da personalidade que criou para conduzir a história do disco. “Nesse ponto da narrativa, a personagem não sente medo de se afirmar porque conhece suas sombras e sabe quais são os potenciais que podem surgir a partir do entendimento delas.”

Ela continua: “Compus ‘Cinnamon Sea’ quase na véspera de viajar para Hoboken, em fevereiro desse ano, durante noites de insônia por causa da ansiedade para terminar o disco. A letra foi parcialmente escrita aqui e finalizada já nos Estados Unidos. O Emil Amos, dos Holy Sons, OM, Grails, participa no baixo e também na segunda guitarra. Ele foi fundamental para construir uma sonoridade meio ‘oceânica’, que foi como sentimos que precisava ser o clima dessa faixa. A letra fala sobre se sentir sagrada, sábia e livre, não é sobre nenhuma religião específica, mas sim sobre estar em contato com um espaço sagrado particular. Quando a gente entende nosso propósito de vida e nossas fragilidades fica muito mais fácil acessar esse lugar sagrado de força interior para permitir que a felicidade não seja uma ideia inatingível, mas sim uma vivência sutil do cotidiano. Essa música é sobre isso e sobre se direcionar para o centro da roda da fortuna, ou seja, encontrar um ponto de equilíbrio para não se deixar levar pelos altos e baixos da vida.” Steve Shelley completa o time tocando bateria.

Eis as Cinnamon Tapes

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Como a maioria das pessoas que passaram por isso, também arregalei os olhos quando a Susan me disse que “tinha umas músicas”. Afinal, Susan Souza é jornalista e estava sempre ali no meio da galera trocando ideia, nos shows, nas festas, conversando sobre música e eventualmente discotecando – mas nada dava a enteder que ela tinha um trabalho artístico autoral (embora ela já tivesse tocado em algumas bandas antes, até cover). O mais próximo disso era sua ligação com a dança flamenca – que mais tarde, fui entender, também com a música flamenca. Mas há uns três anos ela vem trabalhando essa nova faceta, batizada de Cinnamon Tapes, em que ela compõe, canta e toca suas próprias músicas, muito como uma forma de exorcizar dores e fantasmas pessoais, lapidando lentamente até que o destino lhe deu a oportunidade de gravar com o baterista do Sonic Youth, Steve Shelley, que também produziu seu primeiro disco. O primeiro gostinho de sua nova personalidade vem agora na próxima segunda, dia 15, quando ela abre o show da dupla norte-americana Widowspeak no Breve, como parte das comemorações do aniversário de cinco anos da Balaclava Records (mais informações aqui), que irá lançar seu disco. Ela não quer liberar nem um single antes de estar 100% pronto, por isso o trecho que foi utilizado no teaser do show, abaixo, pode dar a entender que ela trilha exatamente o mesmo caminho que Chan Marshall traçou com seu nome Cat Power. Batizado de Nabia, o disco é tão influenciado por indie rock e folk quanto por música brasileira (inclusive com letras em português) e música flamenca – e ela conta como foi sua iniciação musical neste papo que tivemos.

Desde quando você compõe? E como tomou coragem pra começar a mostrar suas músicas?
Quando criança, eu brincava de solfejar melodias. Gravava em fita cassete e ia cantando por cima umas letras que inventava na hora. Por isso Cinnamon Tapes é meu nome artístico: “Tapes” vem dessas fitas que eu gravava naquela época e “Cinnamon”, a canela, é um sabor/essência que me fortalece, é como uma poção mágica para mim. Infelizmente, perdi essas fitas da infância em mudanças de casa. Comecei a explorar o violão de náilon por volta dos 12 anos e a guitarra aos 19. A coragem para mostrar meu trabalho só veio há três anos quando percebi, em terapia, que eu boicotava minhas habilidades. Por ter vivenciado situações difíceis e quadros de depressão, eu tinha dificuldade de me validar como artista. Esse disco marca um processo sincero de autoaceitação, além de ser um tratado feminista que assinei comigo mesma. Por muito tempo, alguns homens me influenciaram a achar que minhas poesias, minha voz ou meu jeito de tocar não eram bons o bastante.

Como esse processo evoluiu para um disco?
Muitas amigas e amigos contribuíram para que eu investisse na carreira. Meu processo terapêutico também foi fundamental para que eu cortasse vínculos ruins, dentro e fora de mim, que atrapalhavam a concretização do disco. Fiquei muito mais focada e aproveitei as férias do meu trabalho paralelo como produtora de vídeo para fazer as gravações do disco no meu tempo livre, mantendo sempre essa jornada múltipla de trabalhos. Por isso demorou tanto tempo para ficar pronto, pois preciso ter outro emprego para manter as contas em dia.

Quais são as suas inspirações e influências?
O disco se chama Nabia, que é o nome dessa personagem que veio das águas e que atua como um alter ego meu. Ela é um tipo de sereia mística que se permite viver em terra firme e suas vivências são contadas nas músicas. Acho que foi fácil desenvolver essa personagem porque também sou atriz de formação. Na sonoridade fui muito influenciada por Nara Leão, PJ Harvey, Cat Power, Baden Powell, Radiohead, Maria Bethânia, Nina Simone, Gal Costa, Neil Young, Sonic Youth, Paco de Lucia e La Niña de Los Peines. Em resumo: artistas indies, brasilidades e flamenco.

Você sempre soube que deveria trabalhar com essa sonoridade, com esse formato?
Tudo é propositalmente muito sutil, minha guitarra é quase toda dedilhada e aproveitamos muito as pausas, os silêncios. Eu queria climas etéreos e que remetessem aos ambientes da personagem. Além do Steve Shelley, também contei com colaborações do Emil Amos e do Paulo Kishimoto. Todos entenderam que eu queria gravar de um jeito simples e extrair beleza dos detalhes. Estou bem feliz com o resultado, foi registrado com muita harmonia e respeito.

E como foi que o Steve Shelley entrou nessa história?
Estava em um bar com meu amigo André Palugan quando falei que acharia muito legal se tivesse um baterista como o Steve Shelley no disco, porque sempre gostei do Sonic Youth, é uma banda que me conectou a muita gente. Meu amigo então me convenceu a escrever uma mensagem para o Steve pelo Instagram, naquele mesmo momento, perguntando se ele tocaria no meu disco! Steve respondeu uns meses depois pedindo para ouvir minhas demos. Isso foi no final de 2015. Nós não nos conhecíamos até então e eu nem de longe imaginava que essa abordagem teria esse desfecho. Enviei três canções só voz e violão, ele gostou e, para a minha surpresa, não apenas gravou as baterias como fez a produção. Ele me incentivou a compor mais músicas para que completasse um álbum. Fui para Hoboken, New Jersey, em abril de 2016 e fevereiro de 2017. Gravamos e mixamos no estúdio para onde o Sonic Youth migrou depois que fecharam o estúdio da Murray Street.

Disco gravado, agora o próximo passo é lançá-lo. Em que pé está isso?
Vai ser finalizado nos Estados Unidos agora em maio ainda e espero que esteja disponível o quanto antes. O lançamento será pela Balaclava Records.

E o show, quando é o primeiro show e qual vai ser o formato?
Será no dia 15 de maio, no Breve. Vamos tocar antes do Widowspeak e estou muito feliz por isso! Será um show mais curto para nos apresentar de leve, uma degustação. Serei acompanhada por Caca Amaral (bateria), Guilherme Braga (guitarra) e Martim Batista (baixo), que estão me ajudando a recriar os arranjos para deixar o show ainda mais encorpado.