O sol desponta no início da semana, parece que o verão agora vem mesmo!
Washed Out – “Feel It All Around (Lushlife Version)”
Krazy Baldhead + Big-O + Mile Yulla – “Katana Power”
Cut Copy – “Future (Chromeo Remix)”
Phoenix – “Fences (Delphic Remix)”
Metronomy – “A Thing for Me (Breakbot Remix)”
Jamaica – “I Think I Like U2”
Pomplamoose – “September”
Bird and the Bee – “I Can’t Go for That (No Can Do)”
Gorillaz – “Crystalised”
M83 – “Graveyard Girl”
Tame Impala – “Desire Be Desire Go”
MGMT – “It’s Working (Air Remix)”
Nina Becker – “Toc Toc”
Darwin Deez – “Radar Detector”
Clash – “Rock the Casbah (Funkagenda Remix)”
Kanye West + Jay-Z + La Roux – “That’s My Bitch”
Vamo?
Aos poucos retomando as atividades…
Kid Cudi – “Marijuana”
Dr. Lonnie Smith – “Mixed Bizness”
Norma Bengell – “Hô-Bá-Lá-Lá”
Rubinho Jacobina & a Força Bruta – “Toc Toc”
Lulina – “Jerry Lewis”
Pacific – “Hot Lips”
Yuksek + Chromeo – “So Down”
Breakbot + Irfane – “Baby I’m Yours”
Terry Poison – “Comme Ci Comme Ça (Twelves Remix)”
Crystal Castles + Robert Smith – “Not in Love”
Cee-lo Green – “Bright Lights Bigger City”
Spoon – “The Mystery Zone”
Of Montreal – “Rapture Rapes the Muses”
Jamie Lidell – “Enough is Enough”
Hot Chip – “Take it In”
3 Na Massa + Nina Becker – “O Objeto”
Sem conversa, porque eu tou saindo de férias! Juízo, hein!
Pomplamoose – “September”
Lissie – “Pursuit of Happ”
Music Go Music – “Warm in the Shadows”
Richard Hawley – “Tonight the Streets Are Ours”
Darwin Deez – “Up in the Clouds”
Pacific! – “Hot Lips”
Camera Obscura – “Lloyd, I’m Ready to be Heartbroken”
Belle & Sebastian – “I Want the World to Stop”
Cut Copy – “Where I’m Going”
Breakbot + Irfane – “Baby I’m Yours”
Kylie Minogue – “Slow (Chemical Brothers Remix)”
Two Door Cinema Club – “What You Know (Redlight Remix)”
Chromeo – “Hot Mess”
Bird & the Bee – “I Can’t Go for That”
E o Anthony Volodkin linkou o vídeo em que eu e outros “Brazilian bloggers” entrevistamos o Chromeo, semana passada.
E o show dos caras foi animal, olha os vídeos que eu fiz…
“Outta Sight”
“Bonafide Lovin'”
“Don’t Turn the Lights On”
“Tenderoni”
“Night by Night”
“Fancy Footwork”
O papo é que eles voltam no ano que vem pra tocar em mais de uma cidade. Aê Lucio!
Pra que que eu fui cantar vitória antes da hora…
Beatles – “Hey Bulldog”
Scissor Sisters – “Any Which Way”
Chromeo – “Hot Mess”
Robson Jorge & Lincoln Olivetti – “Baila Comigo & Festa Braba”
Ella Fitzgerald – “Get Ready”
Nina Becker – “Superluxo”
Kamau – “Vida”
Jack Johnson – “To the Sea”
Pavement – “Unfair”
Jesus & Mary Chain – “Far Gone and Out”
Screaming Trees – “Dying Days”
Led Zeppelin – “The Crunge”
David Arnold + Aimee Mann – “Nobody Does it Better”
Nina Simone – “Don’t Smoke in Bed”
Pink Floyd – “Childhood’s End”
Serge Gainsbourg – “Cannabis (Instrumental)”
Neil Young – “Pocahontas”
Wilco – “Hummingbird”
Na minha coluna no Caderno 2 de domingo falei com o Chromeo, que esteve aqui durante a semana.
A solução do Chromeo
Marcas no lugar de gravadoras
“Eu acho que isso vai acontecer esta semana…”, sussurra, cabisbaixo, David Macklovitch, depois que eu perguntei sobre o vazamento online de seu novo disco. O vocalista canadense é a metade nerd da dupla Chromeo, que veio ao Brasil esta semana para um evento promocional, e o grupo é um dos inúmeros artistas que, graças à internet, conseguiu seu lugar ao sol. Às vésperas de lançar seu segundo álbum, batizado de Business Casual, a dupla, no entanto, teme o vazamento do disco na internet antes de seu lançamento. Contradição?
“Nada disso, nós somos totalmente pró-internet e a favor da música livre”, explica David, que, além de se apresentar como Dave 1 na dupla, também dá aula de literatura francesa na Universidade Columbia, nos EUA. “É só uma questão de criar um ‘momentum’, de reunir todas as expectativas em relação ao disco na mesma hora. Para ser uma espécie de um evento. Depois que o disco sair, tudo bem, pode comprar no iTunes, o CD ou mesmo baixar de graça. Eu não ligo. Mesmo. Pois obviamente não vamos ganhar dinheiro vendendo discos.”
A dupla, formada por Dave e Patrick Gemayel (que assina como P-Thugg), existe desde 2004, mas só começou a fazer sucesso em 2006, com o disco Fancy Footwork. Era o auge do MySpace e início do crescimento do Hype Machine (“a nossa Billboard”, explica Dave, comparando o agregador de blogs de MP3 à revista oficial da indústria fonográfica). Agora, estabelecidos, buscam alternativas para continuar sem gravadora.
Dave acredita que, para bandas de pequeno porte, como é o caso do Chromeo, a saída é fazer parceiras com marcas. Ele cita o caso da música que lançaram no final de 2009, Night by Night. Emvez de simplesmente gravar e lançar online, a dupla preferiu transformar a nova música, como eles mesmos dizem, num “momentum”. Para isso, orçaram um clipe caro e buscaram um parceiro para bancar tudo, no caso, uma marca de refrigerantes.
“Fizemos um clipe caro, de orçamento alto, e demos de graça para os fãs. Ao mesmo tempo, tudo foi feito do jeito que queríamos. Você não vê a gente dizendo que amarca é legal ou usando o produto. E, no fim, todos saem ganhando: a gente, que tem controle criativo sobre o que fazemos; amarca, que oferece algo legal para seu público; e, claro, os fãs”, continua Dave, “isso seria impossível numa grande gravadora”. E, mesmo assim, eles têm de ouvir que são uma banda “vendida”.
“A outra opção é assinar o novo contrato que as gravadores estão oferecendo, em que eles controlam sua turnê, seu merchandising, os direitos da sua música… Quem émais vendido? Quem pode fazer o que quiser com o dinheiro de uma marca ou quem vende tudo que faz para uma gravadora ganhar todo o dinheiro?”
Reforço aqui: não há problema algum se um artista resolve apoiar um candidato, fazer um jingle, vir a público endossar um produto. Mas há como fazer isso sem precisar apelar, sem abrir mão das características que fazem do artista ser quem ele é. Exemplo brasileiro clássico: os Mutantes. Vejam os comerciais que eles fizeram para a Shell.
A música “Algo Mais”, especificamente, é um jingle. Veja as propagandas nos jornais e páginas de revistas que saíam, com os Mutantes, na época, no vídeo abaixo:
E a letra:
Olha meu irmão
Vamos passear
Vamos voar
Tira a partida
Acelera a vida
Vamos amar
Ande depressa
A vida tem algo
Mais pra lhe dar
Olha meu irmão
Vamos passear
Vamos voar
Vida no tanque
Subiu no sangue
Vida no ar
Ande depressa
A vida tem algo
Mais para lhe dar
Giro aflito
Beijo e grito
Algo mais
Algo mais
Não bastassem todas as metáforas para carro e velocidade (“vida no tanque”, “ande depressa”, “dê a partida / acelere a vida”), a música era batizada simplesmente com o slogan da Shell na época, “algo mais no seu tanque”. Mas no meio disso tudo, há o piano hillbilly improvisado do Arnaldo, um arranjo que, ironicamente, não sai do lugar, e a paisagem literária dos Mutantes – a imagem quebrada do “giro aflito, beijo e grito” remete à ficção científica B da banda pouco antes de entrar num refrão monocórdico, transformando slogan e título de música numa onomatopéia visual do seriado do Batman. E, além de tudo, a música está presente no segundo disco da banda, que não a encara como uma obra à parte, mas justo o contrário.
Na quarta passada, a dupla canadense Chromeo esteve em São Paulo para participar de um evento de lançamento de um produto e pude entrevistá-los numa mesa redonda com a Lalai, a Ana Laura, a Cristel e o Alex. O magrelo Dave 1, a metade intelectual da dupla (o cara é professor de literatura francesa em Columbia), falou sobre o modelo de negócios que adotaram para não se vender completamente para as gravadoras. E citaram o clipe de “Night by Night”, que é um comercial que fizeram para dar uma música de graça para o público, como exemplo de alternativa à venda de CDs, distribuindo música de graça e ganhando dinheiro de outra forma. Mais desse papo na minha coluna de domingo no Caderno 2 do Estadão.
Falando no Chromeo, no papo que tive com eles, Dave citou como o título do próximo disco do Chromeo reforça a identidade musical que escolheram para eles mesmos – de celebrar os anos 80 sem a ironia dos anos 90, festejando aquele princípio de sofisticação artificial que ensinou uma geração inteira a ser adulta.
O disco chama-se Business Casual e é o traje executivo casual que passou a dominar os anos 80 à medida em que a geração yuppie ganhava dinheiro e, antes dos trinta, brincava de ser milionário.
Isso impregnou-se no imaginário de tal forma e criou uma cultura sintética, eletrônica, clean e infame.
É o oposto da estética trash 80s, um conceito que tem a ver com uma lógica oitentista que eu e o Luciano aplicamos à Gente Bonita desde o início. Brincávamos que iríamos comprar um Gol GTi só para chegar nas festas. Eu até já tinha falado disso no ano passado, citando o Cavaleiro das Trevas do Frank Miller com as trilhas sonoras dos filmes do John Carpenter (feitas por ele mesmo).
Dave disse que essa estética guia o Chromeo desde o início – a começar pelo mashup de Chrome com Romeo que batiza a dupla – e que os dois sempre colocaram essa dicotomia entre o “business” e o “casual” como referência sonora da banda, citando o personagem de Don Johnson no seriado Miami Vice como ícone do que tipo de som que eles querem ter.
Eu mesmo me amarro nesse tipo de som, esse soul branco meio bregoso, de baixo emborrachado, bateria cheia de agudos, solos de sax e esse look de playboy desenhado pelo Angeli. Era o que tocava no rádio quando eu era moleque, culpe a geração, mas não me envergonho de gostar disso não…