Apesar do baixo perfil, Chris Dreja, que morreu na semana passada, foi um dos principais nomes da cena inglesa dos anos 60 que descobriu, no blues elétrico norte-americano da década anterior, um refúgio para sua juventude desoladora. Ao lado do guitarrista adolescente Top Topham, ele fundou o grupo Metropolitan Blues Quartet que, com a entrada de novos músicos, tornaria-se uma das principais bandas daquele cenário, ao lado dos novatos Rolling Stones, Bluesbreakers, Kinks, Manfred Mann e Animals. Os Yardbirds entrariam para a história do rock por conta de uma penca de sucessos no período (como “For Your Love”, “I Wish You Would”, “Heart Full of Soul”, “Evil Hearted You” e “Shape of Things”), mas principalmente por ter sido um celeiro para guitarristas que mudariam a história do pop britânico daquele período, como Eric Clapton, Jeff Beck e Jimmy Page. E ao lado destes, primeiro na guitarra-base e depois no baixo, estava Dreja, que, além de ser um dos principais compositores do grupo, seguiu na banda até o final, no fim daquela década, quando o grupo desmantelou-se e, para não perder datas de shows já agendadas, Page recriou o grupo com outros músicos, que em vez de circular como New Yardbirds, como pretendia o guitarrista, preferiu transformar uma piada dita pelo baterista do Who Keith Moon (“que os novos Yardbirds iriam voar como um zepelim de chumbo”) em nome da banda, Led Zeppelin. Dreja largou a música para dedicar-se à fotografia durante os anos 70 até que, na década seguinte, montou o grupo Box of Frogs ao lado do baixista Paul Samwell-Smith e do baterista Jim McCarty, todos ex-integrantes dos Yardbirds, que existiu entre 1983 e 1986.