Blackstreet chillwave

Conhece o Chet Faker? Também não conhecia, Babee que me apresentou.

Impressão digital #0054: Chillwave

E minha coluna no 2 de ontem foi sobre música.

O som de 2011
Strokes? Melhor ir atrás do chillwave

O excesso de expectativa a respeito do novo disco dos Strokes só foi superado pelo excesso de frustração. Pudera: seu novo disco, Angles, apenas repete a velha fórmula de seus primeiros singles, já com 10 anos de idade, de requentar riffs pós-punk para uma geração acostumada a ouvir rock na pista de dança. Acostumada, diga-se, pelos próprios Strokes e pela geração que surgiu em sua esteira – nomes como White Stripes, Interpol, Rapture e outros grupos inspirados em bandas dos anos 80, como Joy Division, Cure e Television.

No início do século, aquele som fazia sentido. O rock havia se transformado num arremedo pasteurizado e corporativo do rock alternativo apresentado ao mundo pelo Nirvana. Era uma época em que a dance music e a música eletrônica haviam conseguido se firmar no mercado e que o hip hop dominava. Britney Spears estava começando e o N’Sync ainda existia. Guitarras faziam sentido naquela época.

Dez anos depois, não mais. Mas a geração que tinha 20 e poucos anos quando os Strokes surgiram não liga. E espera o novo disco da banda como se eles pudessem se reinventar ou, pior, recuperar o brilho de seus primeiros dias. Esqueça. O rock dos Strokes em 2011 faz tanto sentido quanto o rock corporativo de bandas como Coldplay, Muse e Travis – o rock que o mundo ouvia quando eles apareceram.

E o que faz sentido em 2011? Não há uma só resposta, mas, na minha opinião, nenhum tipo de música pop parece fazer mais sentido neste ano uma cena chamada… chillwave.

Embora seja rejeitado por seus principais nomes, o rótulo chillwave caracteriza-se por unir duas qualidades: uma é etária, a outra, tecnológica. A primeira diz respeito à idade de seus protagonistas. Jovens que nasceram nos anos 80, ouvindo dance music rasteira, de instrumentos sintéticos e texturas de plástico. Cresceram, gostando ou não, ouvindo esse tipo de som. E ao começar a compor seus trabalhos, recorreram à tal palheta de timbres para compor músicas, mas acabaram optando por outra abordagem. Em vez da dance music farofa, aquela sonoridade agora dava espaço para construções mais etéreas e líricas, quase zen. E, em vez de serem produzidas em grupo durante ensaios, esses artistas – quase sempre bandas de um homem só – usavam a solidão do quarto e o computador para compor.

Nomes como Memory Tapes, Ariel Pink e Neon Indian aos poucos começam a sair da obscuridade dos blogs de MP3 e ganhar um público maior. Tanto que o segundo disco de um desses artistas, Underneath the Pine do Toro y Moi, está sendo lançado no Brasil. E outro, Washed Out, teve seu melhor single (I Feel It All Around) transformado em abertura de seriado neste ano (o ótimo Portlandia). É um início tímido, mas é bem mais interessante do que tentar reviver os dias em que os Strokes importavam.

Flaming Lips + Neon Indian – “Is David Bowie Dying?”

Duas gerações de psicodelia indie se encontram para comentar o que eu já havia assuntado ano passado. Tenso.


Flaming Lips & Neon Indian – “Is David Bowie Dying?” (MP3)

Portlandia

Linkei aqui outro dia, já assistiu?

É bem boa, não bastasse ter uma ex-Sleater Kinney na formação e a abertura com a minha querida “I Feel It All Around”, do Washed Out.

Vale ver.

Manja o Dorgas?

Chillwave à brasileira… Altos.


Dorgas – “Loxhanxha

“Eu devia ter pego aquele ácido contigo”

E esse ano ainda pode ter o Neon Indian… Será que esse é o ano do chillwave? Bem que podia… O Toro y Moi já é uma das trilhas desse verão, fácil, fácil…

Groovezinho pra manhãzinha

Ah, esse novo do Toro y Moi… E vai sair no Brasil, cês viram? Show? É umas, hein…

Bom dia, friozinho

Toma um Teen Daze pra acompanhar. Eu sei que você tá com pressa, mas fica à vontade.

Toro Y Moi 2011

Outro disquinho que promete pra esse ano…


Toro Y Moi – “New Beat (MP3)

Babaluga – Kraut technopop para crianças

Você já teve curiosidade de saber como soaria o Trem da Alegria alemão? Nem eu, mas o Tiago Lyra sacou essa jóia e… como tudo isso é bom. Primeiro que tem muita informação retrô pra digerir (dos efeitos especiais às roupas, passando pelo tom solene das crianças e essa música irresistivelmente parada), mas musicalmente isso parece próximo de um subgênero de música eletrônica recente que eu já acompanho faz um tempinho mas que nunca me dispus a escrever sobre. É uma psicodelia lo-fi com timbres anos 80 e dois pés na dance music que prefere exercitar as qualidades zen e ambient proporcionada por estes elementos, que pode ser referida tanto como “chillwave”, “chill disco”, “dream pop”, “synth pop” ou “balearic”. Quem ouve o Vida Fodona, no entanto, já cansou de ouvir Neon Indian, Washed Out ou Memory Cassette, alguns dos principais nomes deste gueto musical, que ainda conta com projetos de quarto com nomes como Toro y Moi, Best Coast, Small Black, Teen Daze, Mathemagic e Brothertiger. E estranhamente parecido com as crianças do Babaluga. Mas depois eu falo mais disso.