Linda a apresentação que Lea Taragona fez nesta terça-feira no Centro da Terra, quando trouxe o novo repertório de seu projeto solo Dibuk ancorado por uma banda azeitadíssima formada por Elke Lamers no baixo, Vitor Wutzki tocando violoncelo e Guilherme Paz na bateria. No espetáculo Uivo, ela pode reger seu pequeno e forte conjunto a partir de seu violão minimalista e sua bela voz, puxando melodias que podiam ser mínimas e delicadas ou intensas e expansivas, contando com o silêncio tácito do público cúmplice, que deixava canções escorrerem de uma para outra sem a interrupção das palmas, mantendo o clima reverente e apreensivo por toda a apresentação, que ainda contou com o belo desenho de luz – por vezes noturno, outras solar – de Cyntia Monteiro.
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Satisfação receber nesta terça-feira, o projeto Dibuk, idealizado pela cantora, compositora e artista sonora Lea Taragona, que exercita canções que deverão estar em seu terceiro disco. Como ela mesma explica, o espetáculo Uivo traz canções de ninar ruínas, cantigas de roda e folk livre minimalista em que ela entrelaça voz, violão, eletrônica e palavra. Influenciada por Svitlana Nianio, Öldrich Janota, Walter Franco e Brannten Schnüre ela apresenta-se ao lado de Elke Lamers (baixo), Vitor Wutzki (violoncelo) e Guilherme Paz (bateria). O espetáculo começa pontualmente às 20h e os ingressos estão à venda no site do Centro da Terra.
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João Barisbe terminou em grande estilo sua temporada Turismo Inventado no Centro da Terra, quando trouxe músicos que participaram de outras apresentações reunidos em uma mesma pequena orquestra para visitar as canções que apresentou nestas quatro segundas-feiras. O clima desta última noite, que teve lotação esgotada, foi ainda mais suntuosa que os outros concertos e além de reunir Thais Ribeiro, Guizado, Helena Cruz, Filipe Nader, Biel Basile, Beto Angerosa, Gabriel Milliet, Pedro Abujamra e Loreta Colucci, encerrou a leva de shows com sua épica “Cometa Javali’, que funcionou como música-tema da temporada, com a última vocalista elevando ainda mais o volume e o nível de tudo, para deleite do público. Obrigado João, foi maravilhoso!
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Munido apenas de sua guitarra e alguns synths, Fabio Golfetti nos conduziu às suas viagens sonoras – que expandem e retraem – nesta terça-feira no Centro da Terra, quando apresentou seu espetáculo solo Música Planante pela primeira vez – e sozinho no palco, diferente do que tem pensado para seguir em frente, quando tocará as mesmas músicas que mostrou com a banda que gravou seu único disco solo, lançado em 2022, chamado Songs and Visions. Além das canções deste disco, também passeou por composições solo que remontam aos anos 90 (quando ainda apresentava-se como Invisible Opera, mesmo tocando sozinho), sua onipresente versão para “Tomorrow Never Knows” dos Beatles e músicas dos grupos em que hoje toca, como o Gong e seu Violeta de Outono, de quem tocou “Declínio de Maio” somente com voz e guitarra, para emendar com a clássica instrumental “Telstar”, surf music britânica que o pioneiro eletrônico Joe Meek compôs para festejar o lançamento do primeiro satélite britânico ao espaço (que batizou a canção), no início dos anos 60. Uma viagem…
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Um prazer receber nesta terça-feira no palco do Centro da Terra, um dos principais nomes do rock progressivo brasileiro, o guitarrista Fabio Golfetti. Mais conhecido por seu trabalho no grupo psicodélico paulistano Violeta de Outono ou como atual guitarrista do grupo inglês Gong, ele há anos cria e toca obras sozinho com seu instrumento, indo para além do formato canção, explorando texturas atmosféricas num espetáculo intimista que apresenta pela primeira vez com o título de Música Planante. O espetáculo começa pontualmente às 20h e os ingressos estão à venda no site do Centro da Terra.
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Terceira segunda-feira da temporada que João Barisbe está fazendo este mês no Centro da Terra e desta vez seu Turismo Inventado nos conduziu às mesmas canções que apresentou nas duas outras noites – quando foi acompanhado primeiro de sopros e depois por cordas – desta vez puxando o naipe de percussão. E assim, acompanhado de Charles Tixier na bateria, Beto Angerosa nas percussões, Pedro Abujamra no piano e Arthur Decloedt no contrabaixo acústico, João, com seu sax, guiou uma noite de ritmo e pé no chão que quase sempre partia do jazz funk para novos lugares musicais que explorava à entrada ou solo de cada músico no palco. Além destes, João pode contar com dois vocalistas – que também tocaram guitarra em suas participações -, que, mais que conduzir canções, soltaram palavras e textos que, musicados, tornavam-se canções, mas que habitavam mais a prosa poética do que letras de música. Primeiro veio Pedro Pastoriz, conjecturando sobre conexões feitas entre pessoas na terra e no céu (literalmente, a partir de aviões), seguido mais tarde por Sophia Chablau, cuja poesia cantada nos levava a cidades reinventadas em suas rotinas, até finalmente concluir a terceira noite destas apresentações com a épica “Cometa Javali”, que veio pela segunda vez com letra e, como as outras incursões vocais da apresentação, nos induzia à literalidade das descrições para mais uma vez nos soltar no abismo de imaginação e possibilidade, amarrando tudo para a próxima segunda-feira, última noite da temporada, quando o maestro reúne os naipes que trouxe nas primeiras noites em sua própria pequena orquestra. Vai ser imperdível.
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Theo Ceccato criou o Pah! quase que instantaneamente. Nome que inventou para os dias que juntava-se com outros amigos para tocar o que desse na telha, transformou-se numa performance sonora em sua primeira apresentação que aconteceu na curadoria que o Mamãe Bar fez no Teatro de Arena no ano passado, quando reuniu todos os amigos que pode para uma longa jam noise de improviso que crescia ao redor do ataque batiza o experimento. Em sua segunda apresentação, nesta terça-feira no Centro da Terra, ele optou pelo extremo oposto e ao reunir-se apenas com seu compadre de Enorme Perda de Tempo Teo Serson, preferiu trabalhar no modo ambient estendido mostrando dois momentos de improviso em câmera lenta, com cada um dos dois pinçando notas em instrumentos diferentes, com bases de ruído pré-gravadas (a primeira com o repetitivo gongo que os relógios japoneses marcam a hora cheia, que o autor da noite sampleou de um filme do Ozu). Theo tocava uma guitarra distorcida aberta em dois acordes diferentes, um para cada momento da noite, trabalhando-a mais como um elemento de textura do que de melodia, esta ficava toda com o piano do outro Teo, tateando notas aleatórios que por vezes soavam como o arpeggio de um acorde e noutras uma melodia com notas fantasmas. Medindo a duração das duas apresentações, um filme que o próprio Theo fez no quintal de casa com um celular e uma lanterna, deixava o fluir da noite fechado e hermético, o que era reforçado na forma como os dois apareciam no palco: o guitarrista sempre na penumbra, o pianista sob um holofote seco. Mesmo sem parecer ou soar claustrofóbico, os dois nos conduziram rumo a uma leveza abstrata tão sem rumo quanto um sonho – ou um pesadelo.
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Nessa terça-feira, o Centro da Terra recebe a Competição de Cuspe à Distância proposta pelo projeto Pah! Idealizado por Theo Cecato, baterista das bandas Sophia Chablau & Uma Enorme Perda de Tempo, Pelados e Fernê, o Pah! é um projeto instantâneo que só teve uma única apresentação até agora, quando reuniu mais de uma dezena de músicos numa mesma performance de improviso livre. Nesta segunda apresentação, Theo convida seu companheiro de banda, o baixista e poeta Téo Serson, para visitar o outro extremo de seu projeto, buscando o efeito do silêncio entre as músicas enquanto um toca guitarra e o outro piano. O espetáculo começa pontualmente às 20h e os ingressos estão à venda no site do Centro da Terra.
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Mais uma segunda-feira teleguiada por João Barisbe, que nos convidou a mais um capítulo de seu Turismo Inventado, em que nos convida a conhecer lugares imaginários através de suas próprias composições, a cada semana com novos arranjos. Desta vez foi o momento em que ele exercitou o naipe de cordas, convidando o sublime Quarteto Ibá (formado pelas violinistas Leticia Andrade e Mica Marcondes, pela violista Elisa Monteiro e pelo violoncelista Thiago Faria) para voltar às músicas que apresentou na semana passada, mas sem sequer subir no palco para regê-las, juntando-se ao grupo apenas para tocar seu saxofone, deixando claro seu papel de arranjador mais do que de regente . Além do quarteto, Barisbe também convidou dois músicos reincidentes da semana passada para mostrar suas próprias canções – primeiro a maravilhosa Thais Ribeiro, que trouxe seu acordeão para mostrar sua “Meu Velho” e Gabriel Milliet, que primeiro visitou “Jardim da Fantasia”, de Paulinho Pedra Azul, que ele conheceu na versão definitiva que Renato Teixeira gravou com Pena Branca e Xavantinho no disco ao vivo que gravaram em 1992 em Tatuí, e depois a inédita “Prefiro Infinito”, parceria com o próprio Barisbe, quando apresentou-a ao lado do quarteto tocando violão. A noite terminou como a anterior, quando Barisbe voltou ao palco com o sax para cantar – sem texto, só com a voz de seu instrumento – a épica “Cometa Javali”, a mesma com a qual encerrou a primeira apresentação e cujo verso central parece não apenas resumir a temática de sua temporada quanto o que pode ser feito a partir do trabalho com a arte em seu verso central, “imaginação e possibilidade”. Bravo!
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Festa boa que Valetim Frateschi fez no Centro da Terra nesta terça-feira quando aproveitou a véspera do lançamento de seu primeiro disco solo, batizado, como o espetáculo, de Estreito, e seu próprio aniversário para reunir todos que quisessem ver ao vivo o álbum que nem havia sido lançado. Ao cercar-se de uma banda absurdamente boa – Amanda Camargo na guitarra e teclados, Thiago Pucci no baixo, Nina Maia no teclado e vocais e Quico Dramma (da dupla Kim e Dramma) na bateria -, ele não contentou-se apenas em mostrar as músicas de seu novo disco, como trouxe músicas ainda mais novas e abriu espaço para seus companheiros de palco (além de si mesmo, que alternava entre a guitarra e o baixo synth) soltarem-se musicalmente em improvisos, o que reforçou ainda mais a maestria absurda de Amanda e o maravilhoso vocal de Nina Maia em vocalises encantadores, abrindo uma porta para o lado instrumental e para a dança que o disco em si parece só acenar, mas que no palco torna-se intensamente irresistível. Showzaço.
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