Choque de realidade

No cartaz estava escrito que era um encontro de três artistas: Crizin da ZO, Deaf Kids e MNTH. Mas o que o público que foi ao Centro da Terra nesta última terça-feira da programação de música do ano do teatro assistiu não foi um encontro, foi o nascimento de um grupo. A química entre o vocal e a percussão de Cris Onofre e do baixo e dos efeitos de Marcelo Fiedler (que puxou um samba na guitarra uma hora), ambos do Crizin da ZO; de Douglas Leal (guitarra e percussão) e Marian Sarine (bateria, percussão e efeitos), do Death Kids; e das programações, beats e efeitos de MNTH caminhou para longe de um improviso coletivo e parecia a formação de um novo conjunto, que pode ser batizado com o título que os cinco deram para a noite: Colapso Programado. Usando as músicas do Crizin da ZO como eixo lírico e forjando células de ruído a partir do ritmo, os cinco cruzaram punk, funk e jazz numa fritação contínua, que só teve uma única pausa para fôlego e agradecimentos em quase uma hora incessante de texturas elétricas agressivas e camadas de groove compactadas entre timbres sintéticos e o couro da percussão. O encontro ainda estava sendo processado na mesa por Pedro Silva e pelo chiaschuro intenso da luz de Georgia Tolaini, o que deu um outro andar de pesadelo ao acontecimento. Encerramos o ano em grande estilo e antevendo que 2025 vai ser ainda melhor. Vamos!

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Crizin da ZO + Deafkids + MNTH: Colapso Programado

E encerramos 2024 com o abismo no fim do túnel, ao apresentar o Colapso Programado surgido com a junção do funk apocalíptico carioca do Crizin da ZO ao noise extremo paulista dos Deafkids e o experimentalismo climático do projeto de Guarulhos MNTH, quando punk, rap, samba e drum ‘n’ bass se encontram num ponto de tensão eletrônico. O espetáculo começa pontualmente às 20h e os ingressos estão à venda na bilheteria e no site do Centro da Terra.

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Bela estreia

Bem bonita a estreia autoral de Lara Castagnolli nesta segunda-feira no Centro da Terra, quando apresentou pela primeira vez o show inteiro com repertório próprio com o título que batiza seu disco de estreia, Araribá, acompanhada por uma banda formada por Tommy Coelho (violão e bateria), Pedro Abujamra (teclado e piano), Bento Sarto (guitarra e violão), Theo Ribeiro (contrabaixo) e Maria Violeta (vocais de apoio), além de contar com as participações de Mestrinho (vocais e acordeão), Morgana Moreno (flauta), Laura Santos (clarinete) e Tayná Ibanêz (vocais). Além das músicas próprias (grande parte fazendo alusões ao reino vegetal, área de formação da cantora, que estuda engenharia florestal), Lara ainda passeou por standards da música brasileira, como “Travessia” e “Força Estranha”, e fez o público cantar suas músicas ainda inéditas.

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Lara Castagnolli: Araribá

2024 está quase no fim no Centro da Terra e a penúltima apresentação musical do ano é a estreia do trabalho solo da promissora cantora Lara Castagnolli, que, depois de apresentações intimistas ao lado do músico Mestrinho e de um espetáculo dedicado à Gal Costa, prepara-se para lançar seu primeiro trabalho solo, que batiza essa apresentação de fim de ano. No espetáculo imersivo Araribá, ela reúne aos músicos Tommy Coelho, Pedro Abujamra, Bento Sarto e Theo Ribeiro para mostrar suas primeiras composições, numa noite que também terá a participação do próprio Mestrinho e de Morgana Moreno. O espetáculo começa pontualmente às 20h e os ingressos estão à venda na bilheteria e no site do Centro da Terra.

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Puro esplendor

Uma noite esplendorosa nesta terça-feira no Centro da Terra quando o público lotou o teatro para ver o reencontro dos amigos Léa Freire, Filó Machado e Alaíde Costa. Os dois primeiros começaram a noite entre números instrumentais e composições de Filó Machado (como “Carmens e Consuelos” e “Terras de Minas”), com Léa na flauta transversal, atuando como anfitriã da noite, enquanto seu compadre dividia-se entre o violão e os vocais, que por vezes acompanhava as canções que tocavam juntos, por outros fantasiava-se de bateria ou contrabaixo em vocalizes cheios de groove. A noite ficou ainda mais grandiosa com a entrada da diva Alaíde Costa, que começou cantando “Segundo Andar”, eternizada por Dalva de Oliveira, que comentou que acabara de gravar com os próprios Léa e Filó. Depois o trio passeou por canções guiadas pelo canto magnífico da deusa da voz, como “Diariamente” (de Paulo César Girão), duas de Fátima Guedes pinçadas de seu Muito Prazer (“Absinto” e “Eu Te Odeio”) e um clássico do argentino Piero De Benedictis (“Pedro Nadie”) para encerrar com a maravilhosa “Céu e Mar”, de Johnny Alf, numa noite histórica para o teatro. Quem foi sabe.

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Léa Freire + Filó Machado + Alaíde Costa: 50 Anos Juntos

E o orgulho de promover um encontro que não acontecia há meio século. Parceiros de longa data, Léa Freire tocou pela última vez com Filó Machado e Alaíde Costa ao mesmo tempo há 50 anos, embora os três sempre estiveram próximos nestas décadas de amizade. E assim 50 Anos Juntos acontece nesta terça-feira no palco do Centro da Terra quando Léa convida seus dois amigos para visitar seu repertório e encerrar o ótimo ano que teve a partir do documentário A Música Natureza de Léa Freire, de Lucas Weglinski, que a fez rodar pelo Brasil em apresentações em quase todas as regiões do país. O espetáculo começa pontualmente às 20h e os ingressos estão à venda na bilheteria e no site do Centro da Terra.

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Em nome de Dylan

Marcelo Rubens Paiva trouxe sua trupe musical Lost in Translation para o palco do Centro da Terra na primeira apresentação de dezembro no teatro para celebrar a importância de Bob Dylan na música pop ao misturá-la com poesia, pinçando alguns dos grandes discípulos do autor em versões próprias, por vezes traduzidas e declamadas, em uma noite batizada de Pedras no Caminho. Acompanhado de Fábio França, Rick Villas-Boas, Arthur França, Luli Villares e Luiza Villa, Marcelo recitou algumas traduções próprias e tocou gaita enquanto liderava seu grupo por canções de Dylan (“Blowing in the Wind”, “It’s Alright, Ma (I’m Only Bleeding)”, “Hurricane”, “Like a Rolling Stone” e “It’s All Over Now Baby Blue”, que também veio via Caetano, em sua versão “Negro Amor”, que batizou o espetáculo), Lou Reed (“Perfect Day”, “Walk on the Wild Side”), Neil Young (“Harvest Moon”), Patti Smith (“Dancing Barefoot”), Nick Drake (quando Luiza e Arthur fizeram dupla tocando duas do maravilhoso Bryter Layter num mesmo fôlego, “Introduction” e “Hazey Jane I”), Johnny Cash (“The Man Comes Around”) e Leonard Cohen (“Dance Me to the End of Love”). Um dos pontos altos da noite foi a versão para “Master of War”, conduzida de forma bilíngue por Marcelo e Luiza, numa segunda-feira que lotou o teatro e terminou com a emblemática “All Along the Watchtower”, imortalizada por Jimi Hendrix.

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Marcelo Rubens Paiva e Lost in Translation: Pedras no Caminho

É com imensa satisfação que começamos o último mês de 2024 no Centro da Terra trazendo a faceta musical do escritor Marcelo Rubens Paiva com sua banda Lost in Translation, em que aventuram-se por traduções e versões de canções internacionais. No espetáculo Pedras no Caminho Paiva traça o percurso aberto por Bob Dylan ao fundir canção pop com poesia, com músicas do próprio autor norte-americano e gênios que foram influenciados por ele, como Patti Smith, os Rolling Stones, Lou Reed, Doors e Caetano Veloso, entre outros. O escritor e músico é acompanhado por Fábio França, Rick Villas-Boas, Arthur França, Luli Villares e Luiza Villa. O espetáculo começa pontualmente às 20h e os ingressos estão à venda na bilheteria e no site do Centro da Terra.

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Centro da Terra: Dezembro de 2024

Estamos chegando ao fim do ano e a despedida da música no Centro da Terra sempre acontece com menos datas pois nossa programação encerra as atividades na metade do mês. Por isso não faremos temporada em dezembro, apenas quatro apresentações, mas escolhidas a dedo. Começamos na segunda (dia 2), com a banda Lost in Translation de Marcelo Rubens Paiva fazendo o espetáculo Pedras no Caminho, em que aborda o casamento de música com poesia a partir da influência de Bob Dylan, em canções do mestre traduzidas ao lado de obras de Patti Smith, Lou Reed, Jim Morrison, Rolling Stones e Caetano Veloso. No dia seguinte (dia 3), temos o encontro mágico de meio século de amizade, quando Léa Freire recebe Filó Machado e Alaíde Costa num espetáculo batizado de 50 Anos Juntos. Na segunda seguinte (dia 9), Lara Castagnolli faz sua estreia autoral mostrando as músicas que estarão em seu disco de estreia, batizado de Araribá (que também dá nome à apresentação), que terá produção de Mestrinho, que também participa da apresentação. E o último espetáculo musical de 2024 no Centro da Terra vem do Rio de Janeiro, quando o projeto Crizin da ZO apresenta seu Colapso Programado ao lado da banda Death Kids e de MNTH na terça (dia 10), numa apresentação apocalíptica inédita. Todos os espetáculos começam pontualmente às 20h e os ingressos já estão à venda na bilheteria e no site do Centro da Terra. E se preparem que 2025 promete…

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Suspenso por vozes

Ao submeter o público do Centro da Terra a um recital de quatro instrumentos com peças compostas por ela mesma (reunidas sob o título de “Mímica”), Stephanie Borgani e seus parceiros pairaram entre o lirismo e as acrobacias instrumentais, passeando por canções tão belas quanto de difícil interpretação. Ao lado da também vocalista Marina Marchi e dos saxofonistas Marlon Cordeiro e Lucas Sales, ela fez o público flutuar ao som de seus timbres vocais e metais, interligando frases melódicas e superpondo notas em acordes que desnorteavam a audiência às vezes pausando a respiração de todos. A segunda parte da apresentação ainda contou com duas composições de Marina arranjadas por Stephanie (“Pro Brédinho” e “Há de Haver um Nome”) e mais uma da estrela da noite (“Quieto, Por Favor”), antes de voltar para o bis em que passearam por um arranjo sobre a melodia de “A Noite do Meu Bem”, de Tom Jobim e Dolores Duran.

Assista abaixo: