A banda paulistana de metal instrumental Labirinto lança o vinil de seu álbum Gehenna neste sábado no CCSP – mais informações aqui.
O Centro do Rock continua nesta quinta com duas apresentações pesadas: a dupla Vermes do Limbo se une ao guitarrista Bernardo Pacheco para um encontro de pura improvisação elétrica, seguido pela força do grupo paulistano Deaf Kids. O show começa às 21h e você vê mais informações sobre o show aqui.
Invasão goiana no CCSP: o MQN de Fabrício Nobre volta à atividade fazendo os primeiros shows desde 2011 e abre a noite para os Boogarins, que lançam o ousado terceiro disco Lá Vem a Morte, tocando-o pela primeira vez ao vivo. Os ingressos já estão esgotados faz tempo, mas vai que rola (mais informações aqui)… Os shows começam às 18h.
O projeto de anarcogospel do Negro Leo é a principal atração do showcase que o selo carioca Quintavant faz no CCSP neste sábado dentro da programação do Centro do Rock, que ainda tem shows do Thiago Nassif (que apresenta o disco Três, que gravou com Arto Lindsay) e do Lucas Pires (que apresenta o espetáculo Hot On N’Aldeia Global). Mais informações sobre os shows, que começam às 19h, aqui.
Seguindo a programação do Centro do Rock do Centro Cultural São Paulo, hoje é dia de receber os sergipanos The Baggios na Adoniran Barbosa – e eles tocam ao lado de ninguém menos que o mestre Siba, além de prometer algumas surpresas. O show começa às 21h e há mais informações sobre a apresentação aqui.
E a primeira semana do Centro do Rock no Centro Cultural São Paulo termina com uma noite que promete ser memorável: o encontro das bandas Ventre e E a Terra Nunca Me Pareceu Tão Distante tocando juntas no palco da Adoniran Barbosa, uma apresentação que só aconteceu uma única vez. Os ingressos estão terminando (mais informações aqui), não dê mole!
Pedra fundamental do hardcore brasileiro, o grupo santista Garage Fuzz é a atração deste sábado do Centro do Rock no Centro Cultural São Paulo, quando lançam seu DVD Celebrating 25 Years. O DVD foi gravado na própria Sala Adoniran Barbosa e o show deste sábado começa às 19h (mais informaçõe aqui).
A banda baiana Maglore dá continuidade às atividades no Centro do Rock no Centro Cultural São Paulo nesta sexta-feira, quando despede-se CCSP de seu terceiro álbum, III, num show que já está com ingressos esgotados (mais informações aqui). O grupo também aproveita para lançar o vídeo (abaixo) da música “Ai Ai”, que acaba de entrar na trilha sonora do seriado Malhação, que agora está nas mãos no Cao Hamburger. Também acontece hoje um debate sobre crítica musical e rock, às 19h, com mediação de Cadão Volpato, diretor do CCSP, e participação dos jornalista Lucio Ribeiro e Alex Antunes.
A atração de hoje do Centro do Rock no Centro Cultural São Paulo é a melhor banda de rock do Brasil hoje: uma banda só de meninas sem guitarra. Além do show das Rakta (mais informações aqui), também há um mesa sobre o papel da mulher no rock com a participação da Paula e da Carla (ambas do Rakta), Taciana Barros (ex-Gang 90 e atual Pequeno Cidadão) e Sandra Coutinho (Mercenárias), com a mediação feita pela Claudia Assef. Vamos lá? O debate, de graça, começa às 19h e o show às 21h.
O evento concebido para diagnosticar o atual rock brasileiro, o Centro do Rock começa nessa terça no Centro Cultural São Paulo, com um show de graça da Test Big Band (mais informações aqui) e segue até o final do mês com filmes, audição comentada, shows e debates sobre o tema. A programação completa você encontra no site do CCSP. Abaixo, o texto que escrevi para o catálogo da atividade, falando das transformações no gênero e o que está acontecendo no país.
Novo rock brasileiro
O renovado Centro do Rock reúne novos artistas de diferentes vertentes estéticas e culturais que encaixam dentro do elástico parâmetro do gênero
O impacto do rock desde sua criação vem da transgressão, da subversão, do desafio ao status quo e da intensidade emocional de misturar realidades e expectativas. A ambiguidade sexual, a revolta política, a mistura de raças e nacionalidades e o culto à personalidade transformavam o que poderia ser apenas um novo gênero musical – com raízes idênticas em realidades distintas (o blues e o country, as duas metades que até hoje simbolizam os Estados Unidos) – em uma febre global. Baixo, guitarra e bateria equilibrando frases elétricas e refrões em forma de hino fizeram esta novidade norte-americana se espalhar pelo planeta à medida em que a adolescência ganhava voz pela primeira vez na história.
Mas ao tornar-se clássico, o gênero passou a cultuar símbolos e uma mitologia que aos poucos engessou suas principais qualidades apenas para firmar seus holofotes apenas no ego dos artistas. Logo o astro do rock era mais importante que sua mensagem e aos poucos as premissas que tornaram o gênero musical em transformação comportamental foi envelhecendo com seus primeiros protagonistas, que perderam o viço da juventude e tudo – de bom e de ruim – que o rock tinha relacionado àquela faixa etária. Aos poucos a música eletrônica, o hip hop e uma nova vanguarda foram suprindo aquela necessidade de extravasão que antes era proporcionada pelo gênero. O rock foi se transformando em algo reacionário, reativo e eminentemente conservador – autocelebratório e machista, indulgente e preconceituoso, intolerante e caricato. Até o indie rock – versão alternativa para esse rock dito clássico – repete tais erros.
Este retrato, no entanto, é impreciso. Talvez pelo excesso de atenção em alguns dos grandes vendedores de discos do passado, o gênero passe por esse envelhecimento grotesco, mas ele não mostra as transformações que eventualmente estão sendo propostas por artistas mais novos. Temos novas gerações desconstruindo o formato estabelecido entre os anos 60, 70 e 80 e reinventando um rock que muitas vezes transcende gêneros e outras desafiam as expectativas.
Não é diferente no Brasil. Presente em dois dos principais momentos de popularidade da música no país – nos anos 60 da Jovem Guarda de Roberto Carlos e do Tropicalismo de Gil e Caetano e nos anos 80 da safra estabelecida a partir do primeiro Rock in Rio -, o rock é a porta de entrada para a maioria dos músicos do país no mercado e no cenário artístico. Nomes que depois se estabeleceram na chamada MPB e até na axé music e no sertanejo deram seus primeiros passos na carreira fazendo versões de clássicos em bandas de salão, botecos sem glamour ou em casas de show minúsculas que insistem em sua existência pela pura perseverança.
Ao mesmo tempo, as novas tecnologias permitiram que a comunicação entre grupos diferentes de artistas pudesse criar uma cena musical que não necessariamente pertença a um bairro, uma cidade, um estado ou uma região do país, fazendo artistas de diferentes faixas etárias e locais de origem pudessem se reconhecer umas nas outras à medida em que passeavam por festivais e excursões pelo país. Este reconhecimento estético vem criando uma nova geração de rock que, por culpa de outro efeito das novas tecnologias (a pulverização da informação em micronichos), já pode ser considerada uma nova safra de rock com características próprias. Como cada um destes artistas vem trilhando seu caminho particular, não há uma sensação de movimento ou de transformação coletiva que era característica do gênero em outras épocas.
Mas é uma ilusão. Essa transformação está acontecendo, novos rumos estão sendo trilhados e aos poucos o rock vem recuperando suas características de contestação, de subversão e de protesto. É essa a força-motriz da transformação do antigo Sintonia do Rock, que o Centro Cultural São Paulo realiza desde os anos 90, em Centro do Rock. Um novo espaço para reinventarmos esta nova cena coletivamente, reunindo artistas de diferentes tendências e vertentes estéticas (do indie ao metal, do glam ao experimental, do hardcore ao noise) que se encaixem nesta casa da mãe Joana chamada rock’n’roll. Afinal, o Hard Rock Café é só um shopping center