“Se der tudo errado, dá pra começar de novo”

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Uma das últimas coisas que fiz na revista Galileu foi coordenar a parceria da revista com a Campus Party 2014, na semana passada, quando integrantes da redação participaram de atividades no evento. A primeira dessas foi um debate que propus entre a modelo Michi Provensi, o escritor André “Cardoso” Czarnobai e a diretora Vera Egito (o rapper Emicida também foi chamado para o bate-papo, mas não pode comparecer por motivos de saúde) sobre os limites da produção artística e o papel do artista frente a diferentes formatos e rótulos. Abaixo, a íntegra da conversa:

Hoje na Campus Party 2014

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Participo mais uma vez da Campus Party nesta terça-feira, às 15h45, quando medio uma mesa sobre como a internet ampliou os horizontes da arte e da cultura, no palco Michelangelo, com a participação do escritor André “Cardoso” Czarnobai, da diretora Vera Egito e da modelo Michi Provensi. A mesa – que faz parte do conteúdo oferecido pela Galileu ao evento, consolidando mais um ano de parceriateria a participação do Emicida, mas ele teve problemas de saúde e não poderá participar.

Retrospectiva OEsquema 2012: A arte do encontro

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O título do post saiu do brinde que o Marvio fez no recente encontro com poucos e bons em Nova York, mas vale para saudar um 2012 de encontros de verdade, olho no olho. Além dos eventos sociais que colocavam semanalmente nestas situações (terças no Sesc, sextas no Alberta), fiz questão de sacramentar os encontros de verdade, tão raros nestes tempos de amizades digitais (ilustram este espaços os encontros com o Cardoso – quebrando finalmente o tabu”nunca na cidade-base”, uma vez que ele mudou-se para São Paulo; e com a Roberta, contados um a um). E pressinto que só o início de uma redescoberta offline que tem a ver com festas, fartos almoços e shows. Um brinde!

Abstinência digital

Bem boa a capa do Ilustríssima dessa semana, em que o compadre Cardoso vê-se obrigado a passar uma semana desconectado. Justo ele…

“Minha droga favorita sempre foi o e-mail. Não sei precisar quantos já escrevi no total, mas só de 2004 pra cá foram mais de 300 mil. Estimo que na época do “CardosOnline”, fanzine por e-mail (!) que editei entre 1998 e 2001, deve ter sido muito mais.

Eu passava de 8 a 10 horas por dia apenas lendo e escrevendo e-mails. A média caiu um pouco nos últimos anos, mas ainda hoje passo mais tempo lendo e respondendo e-mails do que fazendo qualquer outra coisa quando estou on-line. Até porque, no fundo, é como diz aquela gostosa canção cheia do groove sensual que exsuda dos muitos lábios de Janet Jackson: “You don’t know what you’ve got ‘till it’s gone” (algo como “você só sabe o que tem em mãos quando a coisa acaba”).

Uma semana sem internet. Tentei me lembrar das várias vezes em que isso devia ter me acontecido, mas não consegui. Muitos anos atrás, quando ainda existia uma separação bem visível entre os mundos on-line e off-line, era mais possível.

Internet só no computador, conexão discada, planos de horas (eu tinha 30 por mês). Atualmente, com internet sem limites no celular, no videogame, nos parques, restaurantes e até na geladeira, difícil é não estar conectado.

Quer dizer, difícil pra você. Pra mim beira o impossível.

A íntegra do texto segue no site da Folha e a foto que ilustra o post é a foto que o Cardoso tirou, via Instagram, da ilustração que o Laerte fez para seu texto – e que não sei porquê não está na versão online do caderno. Vacilo, ajeitem aê.

O que muda no Prêmio Multishow 2012

Desde o início do ano, eu, o Bruno (meu compadre, sócio e pupilo, o responsável pela criação dOEsquema), o Pedro Garcia (que também é do Queremos) e o Dudu Fraga (da Talk Inc.) estamos em reunião com o Multishow pra tentar reinventar seu prêmio anual de música brasileira. Bruno foi chamado para dar pitacos sobre o que poderia mudar na atual edição do prêmio (a décima nona versão) e reuniu os quatro para assinar a consultoria criativa desta nova etapa do prêmio do canal.

Acreditamos que o desafio proposto foi acertado. Ampliamos o conceito de música abordado pelo prêmio – indo para além da MPB ou da música pop – ao criar o slogan “Música importa”, que trata do papel central que a música exerce nos dias de hoje (Bruno dirigiu uma série de vinhetas em que diferentes artistas falam deste assunto). Reformulamos também as categorias – artista revelação, melhor disco e melhor show são os principais prêmios do ano – e bolamos um formato em que o programa, portanto, os shows, fossem o principal tema da noite. As apresentações também reunirão diferentes espectros do que é a música brasileira hoje, em parcerias que reúnem nomes tão diferentes quanto Maria Gadú, Cícero, Michel Teló, O Terno, Thiaguinho, Gaby Amarantos, Ana Carolina, Erasmo Carlos, Arnaldo Antunes e Nando Reis, Agridoce, Paula Fernandes, Felipe Cordeiro e Ivete Sangalo (veja a lista completa dos shows aqui) – que também é uma das apresentadoras da noite, ao lado do Paulo Gustavo, que é apresentador do canal. A direção artística ficou por conta do Kassin.

A votação dos melhores do ano acontece em três etapa: há o voto do público, o voto do júri especializado e um outro que chamamos de Super Júri. Nesta tribuna, estarão reunidos, durante a premiação, um júri formado por André “Cardoso” Czarnobai, André Forastieri, André Midani, Katia Lessa, Marcelo Castello Branco, Miranda, Pablo Miyazawa, Pedro Seiller, Ricardo Alexandre, Roberta Martinelli e Sarah Oliveira. Eles decidirão os três principais prêmios durante a transmissão dos shows, em transmissão feita pela internet. Acreditamos que tão interessante quanto ver os artistas se apresentando é entender como funcionam os critérios que vão definir os principais artistas do ano. Uma pré-votação já foi feita e, entre os nomes que disputam as principais categorias, estão Cícero, Lucas Santtana, Gal Costa, Gang do Eletro, Marcelo Camelo, Tulipa Ruiz, Silva e Marisa Monte. O bate-boca vai ser bom!

O prêmio acontece amanhã a partir das 21h45 no Rio de Janeiro e será transmitido ao vivo pelo canal, consagrando a ótima fase da atual música brasileira.

Lost por Cardoso

Pois é, cara: eu vi as primeiras duas temporadas de Lost e alguns episódios soltos na casa do Fred, quando ainda era o Tchose Inn, ali na Princesa Isabel. Se não me engano, vi com o Ivan e (talvez) Tatu. Achei bem massa e fiquei a fim de acompanhar, mas sei lá, nunca deu o CLIQUE necessário pra tanto. Especialmente quando vi essas duas primeiras temporadas inteiras. Vi na GLOBO, durante um período da minha vida em que eu estava viajando pra caralho e ficava em vários buracos onde só tinha TV aberta. Enfim, minha opinião sobre o assunto é: se tivesse tido apenas 3 ou 4 temporadas, talvez virasse um HIT CULT do futuro, estilo TWIN PEAKS. Mas como insistiram em deixar aquela trama cada vez mais complexa e bizarra, acho que virou meio Hunter Thompson nos últimos 5 ou 10 anos de vida: uma CARICATURA de si mesmo.

* Que eu saiba, só existe um Cardoso.

Eu na Oi

Instituíram que hoje é dia do rock e o pessoal do Radioteca, da rádio Oi, me convidou pra caçar três exemplares desta espécie e exibi-los no rádio. Além de seu correspondente querido, a rádio também convidou bambas do naipe do Arnaldo Baptista, Cardoso, Curumin, BNegão, Allan Sieber, entre outros, pra fazer suas escolhas. O programa vai ao ar neste domingo, às 15h, e dá pra ouvir online (mas não sei se reprisa).

Hoje só amanhã: a sexta semana de 2009

Leitura Aleatória mudou para o Twitter
• Mashups de Pet Sounds com Sgt. Pepper’s, J-Dilla, Kanye West e Rubber Soul (quer dizer, esse último não é mashup) •
• Fellini recapitula a carreiratá pra download e tem vídeo ao vivo no YouTube •
• Patrulha do Espaço, a banda de Arnaldo depois dos Mutantes (e a morte de um de seus integrantes) •
• Como era um show dos Mutantes (e um filme com eles) •
• Todos os palavrões dos Sopranos •
• Michael Phelps na High Times? •
• Henry Rollins lembra Lux Interior •
• Leia esse filme e jogue esse livro •
• Sete episódios para o fim de Battlestar Galactica •
• E o Paul McCartney fingindo que não fala inglês? •
• Dilma Roussef no carnaval? •
• Obama sobre maconha •
• Nova do Arctic Monkeys •
Camelo viral
Rápido comentário sobre o terceiro episódio da quinta temporada de Lost
Globo OWNED
Fernando Naporano
A Coca-Cola do Justice
David Lynch cantando
A volta do Cara de Cavalo
Federico Fellini e o LSD
Um produto que vai revolucionar o mercado de tecnologia
• A demo de “Live Forever” •
• O problema da Comic Sans •
• Transformers 2 •
• Battlestar LOLactica •
• Thee Butchers’ Orchestra sábado passado e há mais de cinco anos • 
Tarantino 2009
Camisinha do Watchmen?
Comerciais feitos pelo público
Maconheiros boicotam Kellog’s
Radiohead no Grammy
• David after divorce •
Donnie Darko 2?
Pereio pergunta: sabe aquele homem?
• Britney com Britney •
• Lost: The Little Prince deschavado •
• “Lucy in the Sky with Diamonds” no céu •
Bloco do Bruno Aleixo
Comentando Lost: The Little Prince
Los Hermanos tocando Little Joy?
FHC quer legalizar a maconha
• Cardoso no Twitter •
• Museu de super-heróis de brinquedo •
• O adeus do Little Joy •
MP3 com o Trio Esmeril tocando os Afro-Sambas
Spot-Motion
Watchmen na capa da Mad
Beach Boys remixado
Roberto Carlos 2009
Watchmen 8-bit
Um blog de comidas gigantes
Humanos entre nós
Carmen Miranda, 100 anos

E falando no Twitter…

Cardoso finalmente rendeu-se ao formato.

"Dude…"

Grampearam o Phelps:

A Federação de Natação dos Estados Unidos suspendeu sua estrela olímpica Michael Phelps por três meses, nesta quinta-feira, depois que um jornal britânico publicou uma foto, na qual ele aparece fumando maconha. Além de não poder competir, o nadador também ficará sem receber o apoio financeiro da entidade pelo mesmo período.

Mas, como eu vi no Cardoso, ele devia ter aproveitado a chance pra mandar a real:

Dear America,

I take it back. I don’t apologize.

Because you know what? It’s none of your goddamned business. I work my ass off 10 months a year. It’s that hard work that gave you all those gooey feelings of patriotism last summer. If during my brief window of down time I want to relax, enjoy myself, and partake of a substance that’s a hell of a lot less bad for me than alcohol, tobacco, or, frankly, most of the prescription drugs most of you are taking, well, you can spare me the lecture.

I put myself through hell. I make my body do things nature never really intended us to endure. All world-class athletes do. We do it because you love to watch us push ourselves as far as we can possibly go. Some of us get hurt. Sometimes permanently. You’re watching the Super Bowl tonight. You’re watching 300 pound men smash each while running at full speed, in full pads. You know what the average life expectancy of an NFL player is? Fifty-five. That’s about 20 years shorter than your average non-NFL player. Yet you watch. And cheer. And you jump up spill your beer when a linebacker lays out a wide receiver on a crossing route across the middle. The harder he gets hit, the louder and more enthusiastically you scream.

Yet you all get bent out of shape when Ricky Williams, or I, or Josh Howard smoke a little dope to relax. Why? Because the idiots you’ve elected to make your laws have, without a shred of evidence, beat it into your head that smoking marijuana is something akin to drinking antifreeze, and done only by dirty hippies and sex offenders.

You’ll have to pardon my cynicism. But I call bullshit. You don’t give a damn about my health. You just get a voyeuristic thrill from watching an elite athlete fall from grace–all the better if you get to exercise a little moral righteousness in the process. And it’s hypocritical righteousness at that, given that 40 percent of you have tried pot at least once in your lives.

Here’s a crazy thought: If I can smoke a little dope and go on to win 14 Olympic gold medals, maybe pot smokers aren’t doomed to lives of couch surfing and video games, as our moronic government would have us believe. In fact, the list of successful pot smokers includes not just world class athletes like me, Howard, Williams, and others, it includes Nobel Prize winners, Pulitzer Prize winners, the last three U.S. presidents, several Supreme Court justices, and luminaries and success stories from all sectors of business and the arts, sciences, and humanities.

So go ahead. Ban me from the next Olympics. Yank my endorsement deals. Stick your collective noses in the air and get all indignant on me. While you’re at it, keep arresting cancer and AIDS patients who dare to smoke the stuff because it deadens their pain, or enables them to eat. Keep sending in goon squads to kick down doors and shoot little old ladies, maim innocent toddlers, handcuff elderly post-polio patients to their beds at gunpoint, and slaughter the family pet.

Tell you what. I’ll make you a deal. I’ll apologize for smoking pot when every politician who ever did drugs and then voted to uphold or strengthen the drug laws marches his ass off to the nearest federal prison to serve out the sentence he wants to impose on everyone else for committing the same crimes he committed. I’ll apologize when the sons, daughters, and nephews of powerful politicians who get caught possessing or dealing drugs in the frat house or prep school get the same treatment as the no-name, probably black kid caught on the corner or the front stoop doing the same thing.

Until then, I for one will have none of it. I smoked pot. I liked it. I’ll probably do it again. I refuse to apologize for it, because by apologizing I help perpetuate this stupid lie, this idea that what someone puts into his own body on his own time is any of the government’s damned business. Or any of yours. I’m not going to bend over and allow myself to be propaganda for this wasteful, ridiculous, immoral war.

Go ahead and tear me down if you like. But let’s see you rationalize in your next lame ONDCP commercial how the greatest motherfucking swimmer the world has ever seen…is also a proud pot smoker.

Yours,

Michael Phelps

No saite que publicou o original, infelizmente apenas uma peça de ficção escrita pelo site Reason, há uma série de links em alguns pontos-chave dessa carta aberta.