Tom Zé no comercial da Coca-Cola

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Ouçam só:

O “Sound and Vision” de Beck: David Bowie 360°

Beck talvez seja um dos artistas do século passado que melhor entendeu a internet. Em vez de discutir download x streaming, ele entendeu que a rede é um vínculo direto do artista com o público e que esse contato vai além do lançamento de discos, singles, turnês ou clipes. Assim, ele cria uma série de projetos que o fazem reimaginar o conceito de música popular à luz das novas tecnologias, como o Song Reader que lançou no fim do ano passado – uma compilação de canções não-gravadas publicadas no formato de partituras. Quem quiser ouvi-las, que as toque.

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Agora ele se junta ao diretor Chris Milk para recriar a clássica “Sound and Vision” de David Bowie de forma que ela circule na cabeça do ouvinte. Por isso, ponha seus fones e aperte o play:

Numa arena circular, Beck gira sozinho com seu violão entre o público e uma orquestra de 160 músicos (que inclui uma seção de cordas, um coral gospel, os Dap-Kings, um tocador de serrote, outro de teremin, uma harpista, integrantes de uma banda marcial, um grupo de música peruana e outro de música da Indonésia – todos regidos pelo pai de Beck, David Campbell). As gravações foram feitas usando uma horrenda Binaural Head e o número de microfones e de câmeras espalhados por todos os ângulos conseguiu registrar cada detalhe da versão épica para o clássico de Bowie, que ressoa em diferentes cantos dos fones de ouvido. Tudo bem que tudo foi bancado por uma marca de carros, mas isso não tira o mérito artístico do baixote, que sintoniza-se até com as lens flare de J.J. Abrams, heheheh…

Isso é um comercial de sorvete

Acredite.

Lana Del Rey e o Jaguar

Depois do comercial da H&M, outra música da edição deluxe de Born to Die aparece em um comercial – desta vez no belo curta da Jaguar, abaixo, que usa “Burning Desire” como trilha.

A música original está aí embaixo:

 

Lana Del Rey “dirigida” por David Lynch

…e cantando “Blue Velvet” num comercial para a H&M cheio de elementos oníricos freaks e desconexos, típicos ao diretor: anos 50, máquina de escrever, hipnose, bem-me-quer-malmequer, vinil, risinhos pelos cantos, anão, marinheiro, margarida, o que é real e o que é mentira. Lana Del Rey está em casa.

Updeite-se a meu lado: O lance é que o vídeo não é do David Lynch, só o imaginário. O diretor é o Johan Renck, que já dirigiu inclusive episódios do Breaking Bad. o “Hung Up” da Madonna e “Daniel”, da Bat for Lashes.

O Super Mario da Nike é do parkour

Mas, no fim, ficou boa essa campanha:

Chopp sem colarinho?

Isso não é problema, pelo menos não para os japoneses.

Oasis x Coca-Cola

Você lembra dessa música?

Ou lembra porque parece essa?

Na real, essa comparação é tão antiga que até o Nowaysis (banda cover de Oasis que existia nos anos 90) já fez uma versão do jingle à Oasis num Top of the Pops do século passado.

Não invalida a qualidade de “Shakermaker”, mas eu não conhecia essa comparação.

Jack White + Coca-Cola

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Isso me fez lembrar do jingle que o Jack White fez pra Coca-Cola na Austrália.

Lembro que perguntei sobre isso pra ele, quando o entrevistei pra Rolling Stone há uns cinco anos:

Pra mim, escrever uma música para a Coca-Cola foi como se fosse uma afirmação sobre essas pessoas que se importam em ser cool e hipster, que se importam com estilo, que eu não tenho nada a ver com esse tipo de gente. Eu não quero ter nada a ver com eles. Eu amo Coca-Cola de verdade, não estou mentindo! E fiz o comercial porque eu quis! Eu não fiz isso por dinheiro, recebo ofertas como essa 15 vezes por semana, para escrever músicas para comerciais de carro, filmes, programas de TV… E isso tem tudo a ver com esses caras do underground, que são tão melhores do que todo mundo, esses roqueiros de garagem, porque eles sempre dizem que você deve fazer o que quiser e não se importar com o que as outras pessoas pensam. Foi exatamente o que eu fiz com essa música.

Se Diablo 3 fosse uma garota…

Foda-se o jogo, esse comercial é bom demais: