Eis os melhores de 2023 na categoria Música Popular segundo a APCA

Ludmilla, Jards Macalé, Ana Frango Elétrico, Titãs, Luiza Lian, projeto Relicário e Mateus Fazeno Rock são os vencedores nas categorias de Música Popular da edição de 2023 do prêmio dado pela Associação Paulista dos Críticos de Arte, da qual faço parte. Eis os vencedores de cada categoria:  

Trabalho Sujo All Stars | 15.9.2023

Resolvi fazer uma festa para celebrar a diversidade musical e as diferentes camadas sociais da minha vida, juntando compadres e comadres de diferentes épocas pra discotecar música boa pra dançar sem precisar se gastar até altas da manhã. E nessa primeira edição, chamei camarada de diferentes épocas da minha vida, todos sempre presentes: o papa da dance music no Brasil Camilo Rocha, que está lentamente retornando às pistas de dança; o irmão e patrono do indie paulistano Mancha e a querida Sarah Quines, a dona do canal Garimpo Sonoro e devota do rock clássico, estreando na discotecagem. A festa vai das sete da noite dessa sexta-feira até a meia-noite e eu toco durante toda a noite, reservando uma horinha pra tocar com cada um destes lindos. A festa acontece no Bar Alto (Rua Aspicuelta, 194, Vila Madalena) e a entrada é gratuita (mas sujeito à lotação da casa, por isso não dê mole).

Jornalismo-Arte: Camilo Rocha

Em mais um programa dedicado a jornalismo e música, converso com o compadre Camilo Rocha, pilar da dance music brasileira, quando convergiu crítica e reportagem ao redor da então incipiente música eletrônica. Jornalista e DJ, ele trouxe o conceito de rave para o Brasil ao mesmo tempo em que abriu espaço para estes artistas pelos veículos que passou, da Bizz ao Vírgula, passando pela fundação do clássico Rrraurl, UOL, Estadão e finalmente o Nexo, onde trabalha hoje. E antecipa o livro que está terminando, com previsão de lançamento ainda para este ano.

Assista aqui.  

Resumindo a década em uma música

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Camilo Rocha e Guilherme Falcão, em seu podcast Escuta, do jornal Nexo, perguntaram para vários críticos e jornalistas qual canção resumia os anos 10 e eu fui um dos convidados, ao lado dos ilustres Daniel Ganjaman, Spartakus Santiago, GG Albuquerque e Amanda Cavalcanti. O programa pode ser ouvido abaixo:

Participei da segunda parte do programa, a primeira contou com as participações de Iza, Sarah Oliveira, Guigo do Quebrada Queer, Ana Morena e Dani Ribas:

Um mergulho no Álbum Branco

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Camilo Rocha e Guilherme Falcão me convidaram para participar de mais uma edição do Escuta, podcast do Nexo sobre música, que revisita o Álbum Branco, clássico disco duplo dos Beatles que comemora 50 anos neste 2018, com a presença de outros convidados, como Ricardo Alexandre, Tim Bernardes, Lorena Calabria e Regis Damasceno. Ouça abaixo:

Da importância de Rogério Duprat

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O Camilo e o Guilherme, do Nexo, me chamaram para participar do podcast Escuta, em que eles comentam um assunto sobre música semanalmente. O homenageado da semana foi o professor Rogério Duprat, maestro tropicalista que ajudou o movimento cinquentenário a ousar ainda mais musicalmente.

https://soundcloud.com/nexo-jornal/nexo-escuta-3-qual-a-importancia-de-rogerio-duprat-o-maestro-arranjador-da-tropicalia

O programa ainda conta com a participação da Letícia “Letrux” Novaes, recomendando uma música dos Beatles.

Como foi a edição de junho de 2016 das Noites Trabalho Sujo

Noites Trabalho Sujo | 11.06.2016

noites11junho2016

Nosso encontro mensal de fricção audiófila tem um duplo desafio nesta edição junina, que acontece mais uma vez na torre de captação de boas vibrações localizado no centro do centro de São Paulo. A primeira missão é a convicção plena de que é possível elevar o astral psíquico através da conjunção de fatores que incluem frequências sonoras, movimento corporal, pálpebras semicerradas e espírito regozijado, sempre sob as condições ideias de temperatura e pressão, atingidas sempre consensualmente. Mas este mês especificamente temos um desafio metereológico e precisamos acelerar partículas psíquicas para provar que as baixas temperaturas que invadiram o mês, talvez reflexo da conjuntura baixo astral que paira sobre o país, estão associadas à desesperança que aos poucos se espalha por corações e mentes neste 2016. Por isso a solução encontrada – e o segundo desafio deste sábado – foi aquecer corpos e cérebros com registros sonoros que ativem áreas mentais apagadas pelos acontecimentos dos últimos meses. A programação do seminário mensal desta virada do sábado para o domingo conta, portanto, com a volta do doutor Luiz Pattoli, recém chegado de mais uma experiência paterna, que volta ao auditório azul com suas festejadas hipóteses sobre a vida nudista, completando o simpósio Noites Trabalho Sujo, que durará por toda a madrugada e ainda conta com a presença do ativista de moléculas do prazer Danilo Cabral e o cientista-sênior Alexandre Matias, idealizador do encontro periódico, que traz novas teorias discutidas em seminários recentes que esteve presente nos Países Baixos e na Catalunha. O auditório preto recebe a presença eminente de duas sumidades estudiosas da vida noturna e do impacto sônico no comportamento humano: o papa da eletrônica Camilo Rocha e a antropóloga orgânica Claudia Assef, que apresentam seu consagrado estudo Discology para os sócios de nosso experimento psíquico, uma aquisição que há muito sonhávamos em nossa programação e que calhou de surgir na melhor hora. E fechando o elenco desta noite, temos a volta do professor Wilson Farina, do instituito Heatwave de correção de convicções, que aproveita a data comercial que inicia-se na madrugada do domingo, para apresentar sua seleção de registros sobre o mais intenso dos sentimentos, a paixão, uma das energias básicas de nossos encontros. Contamos com a presença de todos que enviarem os nomes para o correio eletrônico noitestrabalhosujo@gmail.com até às 18h do dia do evento, pois esta é a única forma de garantir sua presença neste ritual de caráter estritamente científico. Uma amostra do que vos espera:

Noites Trabalho Sujo @ Trackers
Sábado, 11 de junho de 2016
A partir das 23h45
No som: Alexandre Matias, Luiz Pattoli, Danilo Cabral (Noites Trabalho Sujo), Wilson Farina (Heatwave), Camilo Rocha e Claudia Assef (Discology)
Trackertower: R. Dom José de Barros, 337, Centro, São Paulo
Entrada: R$ 30 só com nome na lista pelo email noitestrabalhosujo@gmail.com. O preço da entrada deve ser pago em dinheiro, toda a consumação na casa é feita com cartões. E chegue cedo – os 100 que chegarem primeiro na Trackers pagam R$ 20 pra entrar.

Rumo a Sorocaba

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Acompanho a cena independente do interior de São Paulo desde que comecei a trabalhar em jornal e foi com muita satisfação que recebi o convite para participar da primeira Febre, uma conferência musical que reúne shows e debates em diversos lugares de Sorocaba, a 100 quilômetros de São Paulo e começa nessa sexta 24. Minha participação acontecerá na conferência sobre novas mídias e converso com o compadre Camilo Rocha, com mediação do jornalista local Felipe Shikama.

O convite veio de Peu, que atua como produtor musical há dez anos e cultural há cinco, como parte do coletivo sorocabano Rasgada. Ele me contou que está há dois anos amadurecendo o conceito do evento: “Fui pro SXSW ano passado depois de assistir a um doc sobre ele onde mostrava o começo de tudo em 87 e vi que existiam muitas similaridade Austin de 87 com a Sorocaba de agora. Daí resolvi fazer um formato parecido com o que rolou lá.”

“Não posso falar muito pelo interior todo, mas sei que Sorocaba é uma das cidades do interior onde mais surgem artistas de todas as vertentes e, com certeza, é a que mais recebe show autoral. Estamos com uma secretaria de cultura que, pela primeira vez, abriu diálogo com os artistas locais e com o Sesc que é super parceiro dos coletivos e produtores da cidade. A cena aqui cresce a passos largos e, agora, começa a se profissionalizar”, explica.

Peu quer que o Febre seja anual: “Assim as pessoas, aos poucos, vão se apropriando e a coisa começa a ficar digna de ser chamada de festival”. Além da mesa que participo, outras atrações incluem Marcelo Yuka, Cidadão Instigado, Pedra Branca, Boogarins, Jair Naves, Wry, Single Parents, Sombra, Charme Chulo, Inky, entre outros. A programação completa pode ser vista no site do festival.

O Marco Civil da Internet foi aprovado – finalmente!

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O pioneiro projeto de lei sobre legislação digital finalmente passou na Câmara dos Deputados depois de quatro anos desde sua concepção, mas mesmo ainda faltando ser aprovado pelo Senado para tornar-se uma nova forma de encarar a internet à luz da justiça, já é um senhor avanço. O Marco Civil da Internet começou como uma alternativa à Lei Azeredo, que punia os infratores de “crimes digitais” e chegava, em suas versões mais extremas, a exigir que qualquer um para se conectar à internet tivesse que digitar o CPF para acessar à rede (além dos cobrar que os provedores de acesso – servidores ou lan houses – guardassem os acessos de seus usuários por pelo menos seis meses). Não por acaso foi rotulado de “AI-5 digital”, devido à quantidade de restrições que impingia à rede.

A mudança de lógica começou com uma consulta pública proposta pelo Ministério da Justiça sobre o que realmente deveria tratar um projeto de lei – e assim foi lançado um site em que as pessoas poderiam palpitar nos principais temas relacionados ao assunto. Dei o assunto na capa do Link há exatamente quatro anos, em março de 2009, e por um bom tempo, o Link foi o único veículo na mídia tradicional a dar atenção ao tema, acompanhando o parto que foi chegar a um consenso sobre uma série de assuntos sem criar leis ou punições que diferenciavam quem cometesse alguma infração dentro e fora da rede. Nossa cobertura no Link aos poucos fez o projeto de lei ganhar vulto e vimos a discussão sendo aprofundando a partir do acompanhamento que fazíamos, mas foram as revelações feitas por Edward Snowden no ano passado – que os EUA vigiavam seus próprios cidadãos e estrangeiros pelo mundo através da internet – que o processo foi acelerado. O trabalho do deputado Alessandro Molon foi crucial para que o projeto conseguisse ser aprovado – principalmente após tirar o fardo imposto pelo PMDB que travava um dos principais pontos do projeto de lei, a neutralidade de rede.

O trabalho que comecei no caderno de cultura digital do Estadão há quatro anos rendeu bem e hoje vejo com orgulho, Tatiana de Mello Dias na Galileu e o Murilo Roncolato no Link, sob a batuta do atual editor do caderno, Camilo Rocha, darem uma verdadeira aula de cobertura sobre o tema além de frisar de forma didática o que é informação do que é desinformação. Os três foram da minha equipe no Link e tomaram consciência da importância deste tema a partir da cobertura que lá fizemos. Confirma os textos do Murilo e da Tati que explicam detalhadamente a importância do tema, são claros e bem elucidativos. E se ler tá difícil, o Marco Gomes desenhou via Twitter:

marcocivil-neutralidade

Mas ainda temos chão pela frente e o Senado é a próxima parada antes de termos a legislação mais moderna e avançada no que diz respeito à internet no mundo. Claro que no meio do caminho ainda veremos o aumento do jogo de desinformação (como o desserviço que foi esta entrevista no Jornal da Record ou as vítimas desse tipo de análise enviesada reunidas neste tumblr Sabe de Nada, Inocente) e vamos voltar a ouvir falar em asneiras como “controle de mídia”, “cubanização” ou “o fim do Facebook”.

É preciso ter calma, afinal quanto mais perto algo está de ser mudado, mais quem vai sofrer esta mudança esperneia e grita. E isso não diz respeito somente a este tema, como vocês já devem ter percebido…