Lulina: Decantar e decompor

Que prazer poder abrir o Centro da Terra para uma temporada inteira para a querida Lulina, que aproveitou o convite para rever velhas canções que nunca foram lançadas e canções novas que quem sabe ainda serão no que a cantora e compositora pernambucana chamade “processo de análise intuitiva de células musicais”. Ela visita discos recentes que não foram lançados ao vivo (por motivos pandêmicos), como Vida Amorosa Que Segue e do Wi-Sci-Fi, e trabalhos anteriores como Desfaz de conta e Cristalina em quatro apresentações para matar a saudade dos palcos, sempre acompanhadas de uma banda formada por Hurso Ambrifi (baixo, synths e voz, que também faz a direção musical do projeto), Chiquinho Moreira (synths e MPC), Bianca Predieri (bateria e SPD), Katu Haí (flauta, trompete e synths) e Lucca Simões ((guitarra), e a cada segunda-feira traz um convidado: nesta primeira, dia 8, ela recebe Bruno Morais, no dia 15 é a vez de Fabrício Corsaletti, depois, dia 22, vem Romulo Fróes, e a temporada chega ao fim com a presença de Felipe S, no dia 29. Os espetáculos começam pontualmente às 20h e os ingressos podem ser comprados com antecedência neste link.

Centro da Terra: Maio de 2023

Abril nem acabou mas já temos a programação de maio do Centro da Terra definida. E quem ocupa das segundas-feiras do teatro é a querida Lulina, com sua temporada Decantar e Decompor, em que visita diferentes momentos de sua carreira com convidados conhecidos de épocas diferentes, trazendo a público inclusive canções que nunca foram lançadas. A temporada começa no dia 8 de maio (pois dia 1°, segunda-feira, o teatro não abre porque é feriado) e a cada dia ela chama um nome diferente para acompanhá-la: no dia 8 ela recebe Bruno Morais, dia 15 é a vez de Fabrício Corsaletti, dia 22 vem Rômulo Froes e Felipe S. encerra a temporada da cantora e compositora pernambucana no dia 29. As terças-feiras de maio estão marcadas por estreias. No dia 2 reunimos a Meia Banda dos cariocas Bruno Manso e Bruno Di Lullo à voz da alagoana Tori, em Murmúrios, o primeiro show desta formação em São Paulo. Uma semana depois, dia 9, é a vez da Rotunda, novo projeto da artista sonora Bella com o músico e produtor Thiago Nassif e o percussionista Cláudio Brito, fazer sua estreia em palcos paulistanos. Dia 16 quem também faz sua estreia em São Paulo é o cantor e compositor Gabriel Milliet, que está preparando-se para lançar seu primeiro disco solo depois de uma temporada na Europa, com o espetáculo Longe de Casa. Dia 23 é a vez do quarteto de cordas Risco, formado por Carla Raiza (viola), Erica Navarro (violoncelo), Mathilde Fillat e Mica Marcondes (violinos), mostrar a mistura de música erudita e popular proposto por estas musicistas na apresentação Cor da Corda. E, finalmente, dia 30, Manu Pereira faz sua estreia musical ao trazer suas Epifanias Noturnas para o palco do Centro da Terra. E como se não bastasse tudo isso, às quartas-feiras seguimos com a programação de cinema em parceria com o festival de documentários sobre música In Edit, que preparou uma seleção sensacional: no dia 3 exibiremos Adoniran – Meu Nome É João Rubinato, de Pedro Serrano, sobre o maior nome do samba paulistano; dia 10 é traremos Onildo Almeida – Groove Man, de Helder Lopes e Cláudio Bezerra, sobre um dos maiores nomes da história do baião, que relembra suas histórias; dia 17 é a vez A Música Natureza de Léa Freire, de Lucas Weglinsk, sobre uma das maiores compositoras do Brasil, que, mesmo sendo comparada a Villa-Lobos, Tom Jobim ou Hermeto Pascoal nunca teve sua reputação festejada como deveria; e no dia 24 vem Pipoca Moderna, de Helder Lopes, que conta a história de Sebastião Biano, líder e único remanescente da formação original da Banda de Pífanos de Caruaru. Os espetáculos começam sempre às 20h e os ingressos já estão à venda neste link.

Os indicados a melhores artistas, melhores shows, melhor produção e revelação de 2022 segundo a APCA

O ano está quase no fim mas ainda dá tempo de anunciar os indicados em quatro categorias relacionadas à música brasileira em 2022 segundo o júri de música popular da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA), do qual faço parte ao lado de Adriana de Barros (editora do site da TV Cultura e colunista do Terra), José Norberto Flesch (que tem seu canal no YouTube), Marcelo Costa (do site Scream & Yell), Pedro Antunes (do vlog Tem Um Gato na Minha Vitrola) e Roberta Martinelli (dos programas Sol a Pino e Cultura Livre). Milton Nascimento, Juçara Marçal, Anelis Assumpção, Josyara, Don L, Gloria Groove, Rachel Reis, Maglore, Curumin, Zé Nigro e Lucas Martins, Bruno Morais, Urias, Ana Canas, Bala Desejo, Liniker, Pelados, Planet Hemp, Ratos de Porão, Bebé e Letieres Leite dividem as indicações de artista do ano, revelação, produção musical e show do ano. O resultado final da premiação acontece no início de 2023 e abaixo seguem os cinco indicados em cada categoria.

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Os 50 melhores discos de 2022 segundo o júri de música popular da APCA

Eis a lista com os 50 melhores álbuns de 2022 de acordo com o júri de música popular da Associação Paulista dos Críticos de Arte, do qual faço parte. A seleção reflete o quanto a produção musical brasileira ficou represada nos últimos anos e esta seleção saiu de uma lista de mais de 300 discos mencionados por mim e pelos integrantes do júri, Adriana de Barros (editora do site da TV Cultura e colunista do Terra), José Norberto Flesch (que tem seu canal no YouTube), Marcelo Costa (do site Scream & Yell), Pedro Antunes (do vlog Tem Um Gato na Minha Vitrola) e Roberta Martinelli (dos programas Sol a Pino e Cultura Livre). Eis a lista completa abaixo:

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Tudo Tanto #140: Bruno Morais

Finalmente o cantor e compositor Bruno Morais coloca seu Poder Supremo no mundo, disco que vem trabalhando há mais de seis anos e que além de materializar-se fonograficamente em 2022, também chega à sua versão ao vivo no formato imersivo que foi imaginado originalmente, passando por uma temporada de oito datas entre o fim de agosto e o começo de setembro no Centro Cultural São Paulo. Foi a deixa perfeita para chamá-lo para recontar toda esta longa trajetória até aqui.

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#YB20 no Auditório Ibirapuera

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Seguimos as comemorações dos 20 anos da gravadora YBmusic com um grande espetáculo no Auditório Ibirapuera, com uma big band composta por músicos, compositores e intérpretes que lançaram, cada um deles, seus próprios trabalhos solo pelo selo paulistano: o trombonista Allan Abbadia, o cantor Bruno Morais, o tecladista Danilo Penteado, o guitarrista Guilherme Kafé, a cantora Lulina, o trumpetista Guizado, o cantor Samuca, o percussionista Igor Caracas, a cantora Juliana Perdigão, o clarinetista Luca Raele, a cantora Luedji Luna, o cantor Marco Mattoli, a cantora Natália Matos, o tecladista Dudu Tsuda, o percussionista Nereu Gargalo, o cantor Paulo Neto, o guitarrista Rodrigo Campos, o cantor Romulo Fróes e o rapper Zudizilla – multiinstrumentistas, intérpretes e compositores que ajudaram a construir, com suas sensibilidades, um legado que será exposto num repertório composto por canções que construíram estas duas décadas de trajetória. Maurício Tagliari, maestro e sócio do selo, que estará no palco conduzindo este time, me convidou para assinar a direção artística desta apresentação, que acontece nesta sexta-feira, às 21h, no Auditório Ibirapuera (mais informações aqui).

Magnolia Orquestra no CCSP

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Resgatando clássicos da era de ouro do rádio brasileiro de autores como Ary Barroso, Nelson Cavaquinho, Adelino Moreira e Ataulfo Alves, a banda Magnolia Orquestra, que conta com nomes como Bruno Morais, Tika, Pipo Pegoraro, Igor Caracas, Fábio Sá e integrantes da Nomade Orquestra, apresenta-se neste domingo, a partir das 18h, no CCSP (mais informações aqui).

CCSP: Fevereiro de 2019

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A programação de fevereiro no Centro Cultural São Paulo está quente! Dá uma sacada:

2, às 19h – Young Lights + Oceania, duas bandas indies da nova cena mineira
3, às 18h – Phill Veras, lançando seu disco Alma
7, às 21h – Saulo Duarte, lançando seu disco Avante Delírio
9, às 19h – Hurtmold com o músico Panda Gianfratti e abertura de Philip Somervell
10, às 18h – Magnolia Orquestra, com Bruno Morais e Tika, cantando músicas dos anos 40 e 50
14, às 21h – Síntese e Lucio Maia, juntos no mesmo show
16, às 19h – Maurício Pereira, lançando seu disco Outono no Sudeste
17, às 18h – Mãeana, direto do Rio de Janeiro
21, às 21h – Ava Rocha, lança seu disco Trança com a participação de Tulipa e Gustavo Ruiz
23, às 19h – Karnak apresenta a ópera-rock Nicodemus
24, às 18h – Forgotten Boys, fazendo uma retrospectiva em sua carreira
28, às 21h – Holger e Raça, bandas paulistanas com novos trabalhos

Mais informações lá no site do Centro Cultural São Paulo

Bruno Morais vem chegando…

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Quem conhece o trabalho do cantor Bruno Morais sabe que ele não tem pressa para lançar seus discos. O sucessor de seu A Vontade Superstar, de 2012, vem sendo burilado desde então – composto, arranjado, gravado -, tudo na santa paciência que sempre permeou seu trabalho – e agora começa a vir a público. Depois de duas apresentações fechadas para amigos, ele abre para o público o começo de seu novo álbum, que será lançado apenas no ano que vem, em uma série de pequenos shows em que chama convidados para acompanhá-lo ao mostrar as novas canções. A série A Beleza é um Calor começa neste domingo, quando o cantor recebe o músico e compositor Zé Manoel para dividir esta tarefa. “Estou há três anos trabalhando nesse disco e muito feliz por estar na reta final”, me explica Bruno. “Foi um processo que envolveu gente do mundo todo, mas é tudo mistério ainda. O show A Beleza é um Calor revela as canções, mas não revela a sonoridade do disco. É um devir. Esse show já foi apresentado em outros lugares, mas não com o Zé Manoel, ou seja, cada show é único e as entradas servem para financiar o disco. Quem comprar o ingresso, ganhará o CD”. O show também contará com as participações do guitarrista Marcelo Sanches, do baixista Fábio Sá e do técnico Caio Alarcon disparando efeitos e fazendo dub ao vivo e acontece neste domingo, no Pátio Cultural, no Sumaré (mais informações aqui). Bruno e Zé gravaram um vídeo chamando todos para o pequeno show.

O dia em que Bruno Morais foi pego de surpresa

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“Foi uma abalroação louca!”, ri Bruno Morais, ao lembrar do dia 6 de julho deste ano, quando descobriu, ao mesmo tempo, que a respeitada revista norte-americana Wax Poetics (bíblia dos colecionadores de disco) havia feito uma matéria sobre seu projeto de compactos que começou a lançar logo após trabalhar seu segundo álbum, A Vontade Superstar, entre 2010 e 2015 e que uma das músicas do disco de 2009, “Há de Ventar”, estava na trilha sonora de uma novela da Globo – e isso tudo quando ele estava entrando na reta final da gravação de seu novo disco.

“Eu tinha essa sensanção de que, mesmo que a contagotas, o Vontade Superstar havia realizado seu potencial quase que completamente, e os compactos também”, me explicou por email. “Estava vivendo minha vida massa, feliz e me preparando para a segunda etapa de gravações do meu proximo disco conforme eu havia planejado: álbum – compactos – álbum… Quando de repente, dia 6 de julho – devia ter jogado na mega-sena! – veio a notícia de que a Wax Poetics havia publicado em sua versão online uma segunda review sobre o meu trabalho e dessa vez sobre os compactos e um big artigo! A Wax Poetics é minha revista favorita, coleciono há anos, sempre fui um colecionador de discos antes de mais nada e o trampo de pesquisa deles sempre me interessou muito, então foi uma honra ter o meu trabalho revisitado e super comentado por eles.”

“Alguns dias antes havia sido avisado de que ‘Há de Ventar’ estava na novela”, continua. “Sou noveleiro , já estava seguindo e continuei, pensei que ia tocar uns segundinhos e PAM: tocou praticamente inteira, num episódio catarse e emendou na abertura! E melhor, a audiência começou a reagir super bem e rapidamente entrou para o top 20 de músicas mais procuradas no Shazam no Brasil. E é uma música quase prog, tem quase sete minutos e foi descoberta pelo produtor musical da novela sem intermédio nenhum. Isso tudo, da música mais experimental do álbum se revelar um hit em potencial e o big artigo na Wax, deram uma vitaminada no processo de gravação, uma respaldada, entrei no estúdio com uma vontade ainda maior de fazer, sem medo de experimentar tudo, e essa energia fez com que as sessões de gravação até aqui tivessem uma sabor muito especial, raro, único.”

Bruno também preparou uma versão editada da música e publicou o clipe que dá pra ver aí embaixo, numa versão “Radio Edit”. Pergunto sobre a sensação de ser descoberto por um público completamente diferente do que ele já tinha e, principalmente, bem mais jovem, usando trechos da música como hashtags no Twitter ou fazendo colagens online com fotos e versos da canção. “É uma delicia né? Uma galera muito sincera, descobrindo a vida. Fiquei pensando em como é bonito ver a sua obra sendo devorada, usada, ver as pessoas se apropriando do seu trabalho. É pra isso que serve a música, né? Pra invadir a vida das pessoas, para elas chamarem de sua como eu mesmo sempre faço com as minhas canções favoritas. Fiquei com vontade de ouvir junto com elas, havia um tempo que não ouvia essa gravação e então nasceu o clipe dirigido pela Daniela Cucchiarelli, onde eu ouço a música com o espectador. Fico maravilhado, essa geração que vem por aí é muito livre, tem um acesso e poder de escolha muito maior, então quando eles gostam é muito de verdade.”

Sobre o disco novo, ele já está na reta final. “Está sensacional, cada passo que a gente dá é um salto, uma surpresa. Comecei a gravar em abril do ano passado mas já estava levantando o repertório desde dezembro de 2013. Muitos artistas incríveis participando, com certeza é o processo de gravação mais fluído que já vivi até agora. As bases já estão todas gravadas. Gravei 21 bases, escolhi 14 e estamos gravando todos os arranjos de cobertura (Sopros, Synths, Backins, cordas) e vai ser assim até novembro, depois edit e mixamos com o Gran master Victor Rice em fevereiro.” Vamos aguardar.