Foi alto. Muito alto. Poderia ser mais alto (claro, sempre pode), mas a massa sonora dos três sujeitos no palco literalmente move as pessoas.
E foi preciso. Guitarras, bateria, berros, gaita, theremin, saudações para o público, “São Paulo” gritado no meio das músicas sem soar piegas, coro da galera, mãos pra cima, muito suor, pouca luz.
Show de roque – como se o Mick Jagger não tivesse nascido para o estrelato, apenas para o rhythm’n’blues. Por alguns instantes o Bourbon perdia sua cara de Moema e parecia estar no meio de uma Augusta utópica, à moda antiga.
Impressionante como Jon Spencer parece ter caído na fonte da juventude. Dez anos mais velho que eu, aparenta e move-se como se tivesse dez anos a menos.
Memorável.
Vai ser demais.
Escrevi pro Divirta-se, do Estadão, sobre a expectativa para o show do Jon Spencer semana que vem.
Da máquina do tempo
Quando o Jon Spencer Blues Explosion se apresentou no Brasil pela primeira vez, não fui. Era uma das minhas bandas favoritas dos anos 90, mas uma confusão com agendas e horários me fez perder um show que, pelo que disseram, trouxe uma banda mais densa e menos elétrica do que a que conhecíamos. Seu líder ostentava uma barba pesada que fugia do visual rock’n’roll clean e bruto que caracterizava o som do trio. Por isso, quando fui vê-los ano passado no meio do festival de 21 anos da gravadora Matador, em Las Vegas (na festa do meu casamento), não esperava muita coisa – daí a surpresa ao ver um Jon Spencer em 220 volts, teletransportado direto de 1995. O outro guitarrista, Judah Bauer parece mais velho e o baterista Russell Simins engordou uns bons quilos. Mas, no palco, Spencer encarna um Mick Jagger utópico. Vê-los no Bourbon será genial.
E por falar em Royal Trux, que tal essa? Vai ser um show fodaço, ainda mais por ser no Bourbon Street, no final do mês.
Acima, o vídeo que fiz dos caras quando eles tocaram no aniversário de 21 anos da Matador, em Las Vegas.
Eu sei, eu sei, eu tou vendo coisa até onde não deve…