

Boogarins e DJ Nuts são as duas últimas atrações anunciadas para o festival Cecília Viva 2025, que acontecerá no dia 23 deste mês no Cine Joia. Os dois juntam-se a um elenco que já tinha nomes pesados como Kiko Dinucci visitando seu Cortes Curtos, Crizin da ZO, Test e um show único do Rakta e transformam esta noite de domingo num dos grandes eventos da música independente brasileira no começo deste ano. O festival tem a intenção de arrecadar fundos para a reabertura da Associação Cultural Cecília, um dos principais pontos de encontro da música ao vivo independente da cidade, que depois de um roubo no ano passado está tentando se reerguer. E o detalhe é que o quarteto goiano não fará show de seu recém-lançado Bacuri e sim uma de suas sensacionais sessões de libertação e cura, quando deixam o espírito do improviso psicodélico tomar conta. Os ingressos já estão à venda através deste link.

É muito acertada a decisão dos Boogarins de tocar seu novo álbum Bacuri na íntegra nas apresentações que vêm fazendo do disco. Na verdade, fizeram isso apenas duas vezes, quando lançaram o disco no ano passado no Cine Joia e neste sábado, quando apresentaram-se pela primeira vez no ano na primeira de duas datas no Sesc Vila Mariana (quando repetem a dose neste domingo). Mas ao apresentar o novo trabalho como uma peça única, aproveitando inclusive para falar menos entre as músicas, eles reforçam a importância do disco na carreira da banda. Não é apenas o quinto disco ou o primeiro álbum depois do período pandêmico, mas um que eles puderam se reencontrar com a canção depois de passear pela estrada tortuosa da tentativa e erro, tanto em Lá Vem a Morte e Sombrou Dúvida (discos posteriores ao seu ápice fonográfico até então, o segundo disco, Manual), em que abusaram do estúdio como instrumento musical, quanto dos dois volumes que reuniam sobras da banda, batizados de Manchaca. Bacuri chega num momento em que os quatro filhos do cerrado entendem o equilíbrio entre a coesão pop de canções lapidadas com esmero e os espaços que estas deixam para os improvisos e viagens instrumentais do grupo, fruto tanto de terem revisitado seu disco de estreia que completou dez anos há pouco quanto a ter passeado pelo repertório clássico da MPB jazz rock mineira, ao criar um show-tributo à geração Clube da Esquina (sem apenas visitar o disco 1 ou 2). E assim Dinho, Benke, Fefel e Ynaiã esbanjam entrosamento e fritação sem perder o foco estrutural de canções que, ao vivo, só reforçam a qualidade única que torna esta coleção de canções em um único trabalho, este sim sua obra-prima. Depois do disco do ano passado, o grupo passeou por versões gigantes para “Te Quero Longe”, “Água” e “Tempo” (esta última com longos silêncios preenchidos por assobios imitando passarinhos), não sem antes de avisar que o vinil de Bacuri está aparecendo no horizonte…
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Alaíde Costa, Hermeto Pascoal, Amaro Freitas, Maria Esmeralda, Boogarins, Racionais MCs e Black Pantera foram os vencedores de 2024 de acordo com a comissão de música popular do júri da Associação Paulista dos Críticos de Arte após assembleia geral realizada no Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo nesta segunda-feira. Eis o resultado de cada categoria:

Nesta segunda-feira, a Associação Paulista de Críticos de Arte reúne-se mais uma vez para escolher os grandes nomes do ano que passou e esta relação abaixo lista os 50 discos mais importantes de 2024 de acordo com o júri de música popular da Associação, da qual faço parte ao lado de Adriana de Barros (Mistura Cultural), Bruno Capelas (Programa de Indie), Camilo Rocha (Bate Estaca), Cleber Facchi (Música Instantânea), Felipe Machado (Times Brasil), Guilherme Werneck (Canal Meio), José Norberto Flesch (Canal do Flesch), Marcelo Costa (Scream & Yell), Pedro Antunes (Tem um Gato na Minha Vitrola) e Pérola Mathias (Poro Aberto).
Adorável Clichê – Sonhos Que Nunca Morrem
Alaíde Costa – E o Tempo Agora Quer Voar
Amaro Freitas – Y’Y
Bebé – Salve-se!
Black Pantera – Perpétuo
Bonifrate – Dragão Volante
Boogarins – Bacuri
Cátia de França – No Rastro de Catarina
Caxtrinho – Queda Livre
Céu – Novela
Chico Bernardes – Outros Fios
Chico César e Zeca Baleiro – Ao Arrepio da Lei
Crizin da Z.O. – Acelero
Curumin – Pedra de Selva
Duda Beat – Tara e Tal
Exclusive Os Cabides – Coisas Estranhas
Febem – Abaixo do Radar
Fresno – Eu Nunca Fui Embora
Giovani Cidreira – Carnaval Eu Chego Lá
Gueersh – Interferências na Fazendinha
Hermeto Pascoal – Pra você, Ilza
Ilessi – Atlântico Negro
Josyara – Mandinga Multiplicação – Josyara Canta Timbalada
Junio Barreto – O Sol e o Sal do Suor
Kamau – Documentário
Lauiz – Perigo Imediato
Luiza Brina – Prece
Maria Beraldo – Colinho
Milton Nascimento & Esperanza Spalding – Milton + Esperanza
Ná Ozzetti e Luiz Tatit – De Lua
Nando Reis – Uma Estrela Misteriosa
Negro Leo – RELA
Nina Maia – Inteira
Nomade Orquestra – Terceiro Mundo
Oruã – Passe
Papangu – Lampião Rei
Paula Cavalciuk – Pangeia
Pluma – Não Leve a Mal
Pullovers – Vida Vale a Pena?
Samuel Rosa – Rosa
Selton – Gringo Vol. 1
Sergio Krakowski Trio e Jards Macalé – Mascarada: Zé Kéti
Silvia Machete – Invisible Woman
Sofia Freire – Ponta da Língua
Tássia Reis – Topo da Minha Cabeça
Taxidermia – Vera Cruz Island
Teto Preto – Fala
Thalin, Cravinhos, Pirlo, iloveyoulangelo & VCR Slim – Maria Esmeralda
Thiago França – Canhoto de Pé
Zé Manoel – Coral

O júri de Musica Popular da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA), do qual faço parte ao lado de Adriana de Barros @dribarrosreal (TV Cultura e Mistura Cultural), Bruno Capelas @noacapelas (Programa de Indie), Camilo Rocha @bateestaca (Bate Estaca), Cleber Facchi @cleberfacchi (Música Instantânea e Podcast VFSM), Felipe Machado @felipemachado_oficial (IstoÉ), Gulherme Werneck @guiwerneck (Canal Meio e Ladrilho Hidráulico), José Norberto Flesch @jnflesch (Canal do Flesch), Marcelo Costa @screamyell (Scream & Yell), Pedro Antunes @poantunes e Pérola Mathias @poroaberto (Poro Aberto e Resenhas Miúdas), acaba de anunciar os indicados em quatro categorias dos Melhores de 2024: Artista do Ano, Artista Revelação, Melhor Show e Melhor Música. A categoria Melhor Disco de 2024 já conta com 25 discos indicados no primeiro semestre ao qual serão acrescidos mais 25 discos do segundo semestre, a serem anunciados em janeiro. Veja abaixo:

Já dá pra cravar que o grupo de Ponta Grossa Hoovaranas é um dos grandes nomes que estão despontando no novo indie rock brasileiro – e isso não é uma pergunta. Depois de serem escalados no festival Cinco Bandas do site Minuto Indie no início do semestre e de terem se destacados como sendo o único consenso da noite, o trio formado pelo guitarrista Rehael Martins, o baixista Jorge Bahls e o baterista Eric Santana teve a dura tarefa de segurar a abertura do show de lançamento do disco novo dos Boogarins nessa sexta-feira no Cine Joia e fez bonitaço. Em quase uma hora de delírio instrumental e noise entre o pós-rock e o math rock, o grupo não só segurou a atenção do público como o embalou lindamente com camadas pesadas de ruído elétrico, ganhando fãs quase que instantaneamente, que correram para comprar o disco de vinil que a banda acabou de lançar pelo selo da banda Bike, que chama-se, ora, Bike Records. Showzão que consagrou um novo nome pra ficar de olho em 2025.

Depois foi a vez dos Boogarins destamparem a caixa de Pandora chamada Bacuri. Um dos grandes discos de 2024 também é o ápice da banda em dez anos de rock independente, consagrando a dinâmica de um dos grupos mais influentes do país nos últimos anos num disco irretocável, tanto no quesito psicodelia quanto na categoria pop, com canções tão memoráveis quanto delirantes. Libertá-las na mesma ordem do disco foi um exercício inédito para a banda, que tocou algumas delas – entre elas o épico “Deixa”, que fecha o disco – pela primeira vez no palco. E como jogavam com o jogo ganho – o público já tinha aprovado o show antes mesmo dos primeiros acordes -, não tiveram dificuldades de conduzir o público por sua jornada sobre amor e família que compuseram neste período pós-pandêmico, reunindo para esse evento toda a família Boogarins, tanto literal, com a presença dos pais dos dois guitarristas na plateia, e quanto lúdica, com o time todo reunido para um show histórico, Renatão no som, Hugo na luz, Alê no monitor, Rolinos nos vídeos e Chrisley no palco, além do público, filhotes embevecidos pela eletricidade melódica da banda. E por melhor que tenha sido essa primeira apresentação de seu Bacuri ao vivo, algo me diz que o disco ainda vai crescer muito mais nos palcos, ainda mais se eles mantiverem o ritual de tocar o disco na ordem (tá na hora da gente se desligar de playlists!). E sem sair pro bis emendaram uma sequência de músicas de diferentes épocas de sua carreira (“Noite Bright”, “Auchma”, “Invenção”, “Falsa folha de rosto” e “Foimal”) que provam que Dinho, Benke, Fefel e Ynaiã são o melhor grupo de rock do Brasil hoje sim e um dos melhores da história deste mesmo rock – e têm a faca e o queijo na mão para se tornar um dos grandes nomes da música brasileira sem precisar ficar preso a este gênero. E a impressão é que acabaram de começar essa nova fase de sua carreira. Voa, Buga!

Eis a capa de Bacuri, o disco novo dos Boogarins que sai na próxima semana. A arte é do pernambucano Samuel de Saboia.

Agora vai! Depois de algum suspense o grupo goiano Boogarins acaba de confirmar a data de lançamento de seu quinto disco, chamado Bacuri, que chega ao público no dia 26 deste mês. O anúncio veio com a primeira canção que o grupo mostra do novo disco e “Corpo Asa” dá uma boa medida do que vem por aí: um disco psicodélico e cheio de guitarras como lhes é característico, mas com canções coesas e redondinhas, puxando a tônica para sensações íntimas e sentimentos plenos, como se a loucura desse tempo para desencantar o bem estar do grupo consigo mesmo. Não é exagero dizer que ele estão prestes a lançar seu melhor disco e um dos melhores discos de 2024.

Há duas semanas, os Boogarins oficializaram que seu disco novo estava pronto e que seria chamado de Bacuri, ameaçando soltá-lo a qualquer momento – e até agora nada. Enquanto não sabemos a data de lançamento do próximo álbum, os heróis da psicodelia do cerrado acabaram de anunciar que o show de lançamento de seu próximo álbum acontecerá no Cine Joia, no dia 6 de dezembro – e os ingressos já estão à venda neste link. Alguma dúvida que vai ser apoteótico?