Nós vamos invadir sua praia! O Picles acaba de anunciar sua primeira incursão para fora de São Paulo e o foco inicial é o Rio de Janeiro, quando promovem, entre os dias 5 e 9 de dezembro um festival itinerante passando pro quatro diferentes casas de show do balneário fluminense. Dia 5 eles levam O Grilo e Chorões da Pisadinha para o Agyto, no dia seguinte Anelis Assumpção, BNegão e Tulipa Ruiz tocam no Sacadura 154, no sábado tem Esteban Tavares, Jonas Sá e Julia Mestre no Galpão Ladeira das Artes e encerram a invasão dia 8 com shows de Rafael Castro e Silvia Machete, além de DJ set de Alice Caymmi no MotoCerva. Os ingressos já estão à venda e tem mais informações no Instagram que eles criaram pra divulgar a nova fase. Mas será que eles teriam coragem de abrir um Picles no Rio?
Direto de Sorocaba, Dabliueme foi o convidado final da temporada BNegron Convida, que o MC BNegão conduziu às segundas-feiras de julho no Centro da Terra. Sozinho em sua MPC, o produtor e poeta fez incursões por diferentes raízes da música brasileira, misturando João Donato, Elis Regina, Tincoãs e Aldir Blanc entre beats e loops e seus versos falados para depois receber o anfitrião da temporada, com quem dividiu o palco por três números, cada um apontando para um lado diferente.
A segunda noite da temporada BNegron Convida que o compadre BNegão está apresentando no Centro da Terra também foi a estreia de um mago das teclas e das produções no palco. Freelion, pseudônimo usado pelo baiano Sandro Mascarenhas para fundir sua mescla de ritmos caribenhos, reggae e pagodão eletrônico baiano, brilhou em sua primeira apresentação, misturando sozinho levadas primas em diferentes instrumentos, seja a escaleta, os sintetizadores, a MPC e até o piano do teatro – tudo para uma celebração de ritmo e groove que fez o público levantar-se das poltronas no final da apresentação. Ele ainda convidou o MC Dante Oxidante e o anfitrião da noite para subir no palco e fazer alguns números, entre elas a irresistível “Essa é Pra Tocar no Baile”, que fez com que todos dançassem no teatro. Estreia de responsa!
A primeira noite da temporada BNegron Convida, que o rapper BNegão está fazendo às segundas-feiras de julho no Centro da Terra nos apresentou ao trio carioca Dissantes, em sua primeira aparição em São Paulo. Formado pelos MCs Gilber T e Homobono (este último velho conhecido do anfitrião desde os tempos em que liderava os antigos Kamundjangos, que depois tornaram-se Los Djangos) e pelo produtor Feres disparando bases e tocando synths, o grupo surgiu durante a pandemia como uma resposta ao clima apocalíptico que vivíamos – e de alguma forma ainda vivemos – naquele período. Vestidos de trajes de segurança hospitalar e rimando letras sobre o presente pesadelo que nos assombra, o trio ainda contou com a participação de Bernardo no single latino que lançaram juntos, “Sangre de Barrio”, além de assumir as guitarras no último número da noite, com uma mistura de gêneros que deu a tônica das atrações que virão durante a temporada.
Quem toma conta das segundas de julho no Centro da Terra é o mestre e compadre BNegão que aproveitou a deixa para convidar três artistas que ele vem acompanhando há um tempo na temporada BNegron Convida. Na primeira segunda-feira, dia 15, ele recebe o trio carioca Disstantes, fazendo sua primeira apresentação em São Paulo. Misturando linhas eletrônicas e sintetizadores como bases para o canto falado, o trio formado por Gilber T, Homobono e Feres lançou um single com a participação do anfitrião e se autodenomia um grupo de kraut-rap! No dia 22, Bernardo recebe o baiano Freelion, pseudônimo atual do produtor e multiinstrumentista Sandro Mascarenhas, que já tocou com artistas como Afrocidade, Majur e Léo Santana, e agora mistura pagodão baiano, música latina e reggae neste projeto que existe desde 2018. A temporada termina dia 29 com a presença de Dabliueme, produtor e poeta que mescla jazz, rap e raggamuffin com samples de músicas brasileiras de todas as épocas. BNegão estará em todos os espetáculos, que começam pontualmente às 20h e cujos ingressos podem ser comprados na bilheteria ou no site do Centro da Terra.
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Findo o primeiro semestre, vamos começar o segundo já na segunda-feira com mais uma safra de shows inéditos no Centro da Terra. A temporada do mês terá apenas três datas pois seu anfitrião, o grande mestre BNegão, estará com a agenda mais atribulada do que o normal – e nos três shows da leva BNegron Convida trará novíssimos artistas com os quais ele dividirá o palco nas segundas 15, 22 e 29. Mas o julho musical do Centro da Terra começa já no primeiro dia do mês, quando Lucca Simões mostrando os rumos que está trilhando no que se tornará seu primeiro álbum a partir do espetáculo Dizer Novo Adeus, que conta com Chico Bernardes, Lucas Gonçalves e Eduarda Abreu em sua banda, além da participação de Gabriel Milliet. Dia 2 é a vez da antiga banda Goldenloki se reinventar num formato ainda em transformação num espetáculo chamado Protoloops, quando os irmãos Dardenne (Otto e Yann), Thales Castanheira e Martin Simonovich em que levam a psicodelia de sua antiga banda para os rumos da eletrônica, num projeto que ainda não tem nome definido e contará com as participações das cantoras Nina Maia e Marina Reis, de Valentim Frateschi nos teclados e sampler, de Felipe Vaqueiro da guitarra e projeções do Danileira. Dia 16 recebemos o projeto Des Chimères, criado pelos artistas Grisa e João Viegas, misturando timbres acústicos e eletrônicos enquanto navegam entre a música brasileira, o jazz e a chanson française. Além de um repertório de inéditas, eles também mostram composições de seus trabalhos solo dentro do formato deste espetáculo. Na terça-feira dia 23 é a vez de expandir o Onira, projeto da dupla formada pela escritora Tatiana Nascimento e pelo instrumentista Jovem Palerosi, que mistura poesia falada, sonoridades afrofuturista, eletrônica e o material de sonhos. Na apresentação que forjaram para o Centro da Terra, Sonhar a Tempestade, reúnem-se à contrabaixista Lea Arafah, à videoartista Daisy Serena e à iluminadora Bruna Isumavut para celebrar Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana ao homenagear as existências negras trans, travestis e nao-binárias e à dissidência sexual e/ou deserção de gênero de orixás como Otim, Iansã, Oxumaré, Oxum, Oxossi e Ossaim. O mês termina no dia 30, quando o grupo Música de Montagem apresenta o espetáculo O Grito do Escuro em que mostram parte do seu repertório atual – do disco Rua – e canções inéditas ao lado dos cantores Rubi e Ana Deriggi. Os espetáculos começam sempre às 20h e os ingressos já estão à venda na bilheteria e no site do Centro da Terra.
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Agora sim o C6Fest disse a que veio. Depois de um primeiro dia irregular (pouco público, atrações que não empolgaram tanto e pouca circulação entre o público de diferentes palcos, o que não valorizava a ótima estrutura do evento), o festival feito pelo time que criou o Free Jazz e o Tim Festival em outras aeons mostrou não só que está disposto a entrar de vez no mapa cultural de São Paulo como superou quaisquer outros festivais realizados por aqui desde os tempos do saudoso Planeta Terra. A utilização dos espaços do Parque Ibirapuera e um elenco ousado e pouco trivial transformou o festival em uma experiência única, que talvez só pecasse pela falta de sinalização entre o Auditório do parque e a área comum em que se localizavam outros dois palcos, maior distância a ser percorrida pelo público – ou será que monitores humanos usando lâmpadas e megafones para apontar o caminho são mais eficazes do que placas bem posicionadas?
Depois de já ter anunciado Kraftwerk (pela primeira vez no Brasil sem um de seus fundadores, Florian Schneider, que morreu em 2020), Weyes Blood e Tim Bernardes tocando Gal Costa em sua escalação, o festival C6Fest, produzido pela Dueto de Monique Gardenberg que fazia o Free Jazz e o Tim Festival, acaba de anunciar sua formação completa. O evento acontece no Vivo Rio, no Rio de Janeiro, entre os dias 18 e 20 de maio, e no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, entre os dias 19 e 21 do mesmo mês e traz, na escalação final, nomes novíssimos como Arlo Parks, Black Country New Road, Samara Joy e Dry Cleaning, grandes nomes da última década como War on Drugs. Christine and the Queens, The Comet is Coming e Jon Batiste e veteranos como Underworld e Juan Atkins, entre várias outras atrações. No time brasileiro, há um tributo a Zuza Homem de Mello (que foi curador do Free Jazz e do Tim Festival) com a Orquestra Ouro Negro, Fabiana Cozza e Monica Salmaso, Russo Passapusso com a Nômade Orquestra, Caetano Veloso e uma homenagem musical ao ano de 1973 com Kiko Dinucci, Juçara Marçal, Arnaldo Antunes, Tulipa Ruiz, Linn da Quebrada, Giovani Cidreira e Jadsa. Os ingressos começam a ser vendidos a partir do próximo dia 5 e separei mais informações sobre horários e preços abaixo.
Na centésima edição da minha coluna sobre música brasileira, chamei meu velho broder BNegão para recapitular seus dias de pandemia, que apontaram para seu primeiro disco solo de fato – reforçando que seu trabalho ao lado dos Seletores de Frequência era tão coletivo quanto no Planet Hemp e no Funk Fuckers. Prestes a lançar um disco em que repassa sua carreira e produz toda parte musical ao lado de vários convidados – que ele antecipa nesta conversa -, ele também fala de sua pesquisa sobre música brasileira moderna (reunida em uma playlist no Spotify) e a quantas anda o próximo disco do Planet Hemp, que, segundo consta, já já sai.
E não necessariamente na pista de dança…
BNegão & Os Seletores de Frequência – “Enxugando Gelo”
Cícero – “Às Luzes”
Fiona Apple – “Relay”
Àiyé – “Pulmão”
Fujiya & Miyagi – “Minestrone”
Peaking Lights – “EVP”
Jessy Lanza – “Lick in Heaven”
Yma – “Pequenos Rios”
Delgados – “Everything Goes Around the Water”
Lucas Santtana & Seleção Natural – “Deixa o Sol Bater”
Disclosure – “Ecstasy”
Classixx – “What’s Wrong With That”
Letrux – “Salve Poseidon”
Chromeo – “Clorox Wipe”
Sister Sledge – “We Are Family”
Frank Ocean + Beyoncé – “Pink + White”
Sexy-Fi – “Pequeno Dicionario das Ruas”