O Sepultura lança o clássico Chaos A.D., os Beatles gravam “Hello Goodbye” e um festival de blues mexe com a Inglaterra – é o passeio da Máquina do Tempo do site Reverb pelo dia 19 de outubro, acompanha lá.
B.B. King morreu esta noite em Las Vegas, depois de tentar resistir bravamente a um estado de saúde que por vezes melhorava, por vezes piorava. Não é exagero dizer que, com ele, morre o blues como o conhecíamos originalmente. Embora tenha sido um dos principais nomes do gênero por gerações – e ter levado o estilo musical a patamares nunca imaginados pela geração de seus pais, que lhe ensinou aquela música criada nas plantações de algodão dos sul dos EUA -, King não era “o rei do blues” apenas pela coincidência do sobrenome ou pela longevidade. Foi ele quem carregou aquela guitarra chorosa – suas inúmeras Lucille – para diferentes países, públicos e idades. Mais do que o maior embaixador do blues no século passado, ele era o próprio blues encarnado. Outros ficam, outros virão, mas nunca sem sintetizar a elegância e o sentimento deste mestre.
O guitarrista albino Johnny Winter era remanescente da era de ouro do rock, quando apareceu no final dos anos 60 numa lendária jam session ao lado de Mike Bloomfield e Al Kooper no Fillmore East, New York, em 1968. De lá pra cá, construiu lentamente sua reputação como ás de seu instrumento e tornou-se um dos principais representantes do blues elétrico através dos anos 70 e 80, época em que produziu discos do mítico Muddy Waters, entre eles o clássico Muddy “Mississippi” Waters – Live. Se hoje o blues vive uma reputação de gênero musical sofisticado e roots, pode agradecer à importância de Winter, um cruzado do gênero em épocas em que blues era visto como música cafona e velha. Morreu nesta quarta-feira, num quarto de hotel na Suíça, segundo um comunicado em sua página no Facebook. Winter estava prestes a lançar um novo disco (cheio de participações especiais de gente como Eric Clapton, Brian Setzer, Ben Harper, Joe Perry e Dr. John), chamado Step Back. Abaixo, na flor da idade, em 1970, num show em Copenhagen, esmerilhando como sempre. Valeu, mestre.
Sinistro.
Robert Johnson em movimento. Vi na Babee.