Vida Fodona #469: A poucos dias pro fim desse 2014

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Quem vem?

Golden Boys – “Fumacê”
Bixiga 70 – “100% 13”
Orquestra Nômade – “Sonho de Tokyo”
Céu – “Visgo da Jaca”
Criolo – “Fermento pra Massa”
De La Soul + Common Sense – “The Bizness”
Strokes – “Machu Picchu”
Meghan Trainor – “All About That Bass”
Tame Impala – “Prototype”
Solange – “Losing You”
Chico Science & Nação Zumbi – “Baião Ambiental”
Marcelo Jeneci – “Sorriso Madeira”
O Terno – “Bote Ao Contrário”
Supercordas – “Sobre o Amor e Pedras”
Courtney Barnett – “Avant Gardener”
Metronomy – “I’m Aquarius”
Thurston Moore – “Forevermore”

Então vem!

100% Bixiga 70

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E o Bixiga 70 já avisou que disco novo agora só no ano que vem (será que vem aí aquela colaboração com o Donato?), mas pra assinalar presença em 2014, lançam o single “100% 13”, reforçando o vínculo com a rua 13 de maio, no bairro que batiza a banda, onde fica o estúdio Traquitana, que os viu nascer. E essa groovezeira borbulhante toda mostra uma tendência ainda maior da fusão entre gêneros musicais, indo para muito além do afro beat que era a base inicial da big band. O groove é tão funkeiro quanto latino, os metais e os teclados conversam com a música nordestina e africana ao mesmo tempo e até agora não sei qual é o meu momento favorito do single: a disparada de percussão quase no finzinho, o break robótico do miolo ou enfurecido solo de samba-jazz, realçado por uma trama cristalina de guitarras. De brinde ainda tem aquela entortada clássica em dub do compadre Victor Rice.

Bixiga 70 + João Donato

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João Donato no disco novo do Bixiga 70 ou Bixiga 70 no disco novo do João Donato? Projeto paralelo ou só uma jam session? Não sei, só sei que eles tocaram juntos esses dias e não devo ser o único a querer ouvir o som desse encontro, presumo.

Vida Fodona #429: Inverno solar

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Deixando as hérnias no passado.

Mausi – “Losing You” / “Say My Name”
War on Drugs – “Red Eyes”
Disclosure + Friend Within – “The Mechanism”
Michael Jackson + Justin Timberlake – “Love Never Felt So Good”
Daft Punk – “Give Life Back To Music”
Stromae – “Alors on Danse”
Will Smith – “Gettin’ Jiggy with It”
Jagwar Ma – “The Throw”
Iggy Azalea + Charli XCX – “Fancy”
Haim – “Send Me Down (Dan Lissvik Remix)”
Don L – “Chips (Controla Ou Te Controlam)”
Criolo – “Duas de Cinco”
Chico Science & Nação Zumbi – “Baião Ambiental”
Bixiga 70 – “Ocupai”
Caribou – “Can’t Do Without You”
Lana Del Rey – “Brooklyn Baby”

Vem aqui.

Quem é João Donato

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Não é uma pergunta. Um dos nomes mais importantes da música brasileira se explica ao teclado, conversando fiado, esquecendo-se dos anos e lugares pois sua entrega é total à música. No último dia do mês passado, celebrando o aniversário do clássico disco Quem é Quem, de 1973, João Donato revisitou seus próprios standards em excelente companhia. Num show bolado pelo compadre Ronaldo e apresentado no teatro do Sesc Pinheiros, João recebeu novos e velhos amigos – as cantoras Mariana Aydar e Tulipa Ruiz (que arrepiou os pelos da nuca do público numa “Até Quem Sabe?” deslumbrante), o mestre Marcos Valle e uma versão amaciada do Bixiga 70 – e fez um show sublime, uma ode à sua própria musicalidade preguiçosa e audaz. Fiz uns vídeos e postei aí embaixo, quem quiser conferir se estou exagerando é só apertar o play – e boa viagem (e quem quiser saber mais sobre o Quem é Quem, o Ronaldo criou uma tag em seu blog só pra falar do disco)

 

Os 50 melhores discos de 2013: 25) Bixiga 70

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Gilberto Gil via DJ Tahira + Bixiga 70

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O Tahira chamou alguns Bixiga 70 pra dar um trato na clássica “Toda Menina Baiana”, que o Gil lançou no final dos anos 70, e olha só como ficou…

Dica do Camilo.

Paul McCartney sobre Fela Kuti, que é celebrado hoje no Rio e em São Paulo

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A história do encontro de Paul McCartney com Fela Kuti é bem conhecida de quem acompanha do artista nigeriano, mas aproveitando a proximidade de seu aniversário – que cada vez mais ganha contornos de celebração global -, o próprio Paul McCartney se dispôs a contar sua versão para o causo:

E essa comemoração acontece tanto em São Paulo quanto no Rio de Janeiro. A anual Festa Fela paulistana acontece no Centro Cultural Rio Verde, com a presença do Bixiga 70 (afinal, a banda praticamente nasceu para tocar numa Festa Fela dois anos atrás) e discotecagens do Ramiro e do Vini, do Radiola Urbana, da DJ Haru, e de Fred e Tiago Z, do NaveGroove. Enquanto, no Rio, o Fela Day acontece mais uma vez no Circo Voador, com show da Abayomy Afrobeat Orquestra com participação do Otto e do BNegão, além de discotecagem do Lucio Branco e Zé McGill, da Festa Makula.

Groovezeira!

Vida Fodona #391: Vamos embarcar em mais uma viagem…

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Afaste os móveis da sala da sua cabeça.

Chris Isaak – “Wicked Game”
The Internet + Tay Walker – “Runnin'”
Mac Miller – “Objects in the Mirror”
Daft Punk + Todd Edwards – “Fragments of Time”
Chromeo – “Over Your Shoulder”
Marcelo Jeneci – “De Graça”
Bixiga 70 – “Ocupai”
A Espetacular Charanga do França – “Hasta La Cumbia”
Rodrigo Amarante – “Maná”
Bonifrate – “Horizonte Mudo”
Emicida + Fabiana Cozza + Juçara Marçal – “Samba do Fim do Mundo”
Nina Simone – “Sinnerman”
Kanye West – “Black Skinhead”
Blood Orange – “Chamakay”
Brandy + Monica – “The Boy is Mine”

Chegaê.

O elixir Bixiga 70

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O Bixiga 70 lançou seu segundo disco na semana passada no Sesc Pompéia – e pude comparecer à segunda noite (que o tecladista e arranjador Maurício Fleury arriscou dizer que estava melhor do que a primeira). Não há dúvida: a banda é uma das melhores coisas que aconteceram à música instrumental brasileira nesta década e é nítido que já deixaram a primeira fase – em que eram apenas a única banda de afrobeat de São Paulo – para trás. É claro que o caldeirão de grooves temperado pelo Bixiga ainda tem sabor inevitavelmente afro – culpa da percussão e time de metais -, mas agora eles estão rumo aos afluentes do fluxo principal, quando a Mãe África começa a parir a música caribenha, a cúmbia sulamericana, os ritmos jamaicanos, a black music dos EUA e o tapeçaria de referências de nossa música brasileira – há ecos de Tom Jobim, João Donato e Eumir Deodato na mesma medida em que pitadas de carimbó e guitarradas. A proeminência das guitarras chama atenção principalmente quando Maurício deixa os teclados e assume o dueto elétrico com o guitarrista Cris Scabelo, deixando os arpejos highlife conversarem com guitarras caribenhas e dedilhados paraenses. A mobilidade dos metais pelo palco – que ora vêm à frente para solar, ora agem como grupo e cercam determinados integrantes da banda – é contagiante e o público deixa-se levar. O amálgama de gêneros ferve num calor em que até Luiz Gonzaga soa psicodélico sem parecer alheio àquela poção que borbulha no palco. Um show de purificação que funciona como um santo remédio. Veja uns vídeos que fiz aí embaixo: