“Nossa, Bidê ou Balde? Ainda existe? Que flashback!”, foram algumas das reações que ouvi ao comentar que iria discotecar (ao lado do Fabrício Nobre, que trouxe CDs de fábrica pra tocar!) no show de 25 anos da banda que seu vocalista, Carlinhos Carneiro, montou para celebrar a banda nesta quinta-feira, no Cine Joia. Muita gente desconfiada que não ia dar certo, que a Bidê não tem mais público e que ficou no passado ou que a apresentação fosse um mero caça-níqueis – desconfianças que não poderiam estar mais distantes da realidade. O que se viu no show do grupo redivivo foi uma mistura de baile da saudade rock com culto às canções do grupo que é um marco no rock gaúcho – aquele momento em que o indie rock suplantou as referências sessentistas que tomavam conta do gênero desde que Júpiter Maçã puxou a sardinha pra psicodelia, nos anos 90. A Bidê puxou uma geração de artistas do sul que conectou-se ao resto do Brasil naqueles primeiros anos da web, quando as próprias bandas disponibilizavam seus discos online pra que fossem ouvidas pelo mundo, enterrando de vez a era dos fanzines e da fita demo (que ressurgiriam 20 anos depois). A banda em si nem existe mais e a noite desta quinta, como aconteceu no final do ano passado em Porto Alegre, foi um mais momento de celebração de Carlinhos à velha Bidê e seu legado, cantado com força pelo público quarentão que encheu o Joia. Embora não seja um show da Bidê em si (o vocalista montou um grupo para essas apresentações, formado por Guilherme Schwertner, Lucas Juswiak, Pedro Petracco, Maurício Chaise e Fu_k The Zeitgeist), a noite contou com participações históricas de vários ex-integrantes da banda, como Katia Aguiar, Rodrigo Pilla, Rafael Rossato e Guri Assis Brasil. Mas o centro da noite é o carisma esparramado de Carlinhos Carneiro, que se joga em diversos níveis em todas as músicas, até nas menos conhecidas, como é de praxe nas apresentações da banda. Parte do público não se via desde os tempos em que a Bidê existia, por isso o fator congregação subiu a um nível de catarse próximo do religioso, uma missa sobre paixões e acabação rock’n’roll. Noitada!
E a festa não para! Nesta quinta-feira vou discotecar antes e depois do show que o compadre Carlinhos Carneiro está agitando no Cine Joia ao reunir sua clássica banda Bidê ou Balde para celebrar os 25 anos desta instituição do rock gaúcho. Toco ao lado de outro velho camarada, Fabrício Nobre, e juntos vamos fazer um flashback da fase clássica do indie rock brasileiro – num tempo em que o velho boca-a-boca impulsionava artistas do anonimato ao estrelato sem precisar seguir as infames regras das redes sociais e das plataformas digitais – e outras pedradas de várias épocas do rock. A farra acontece neste dia 18 de janeiro, no Cine Joia, a partir das nove da noite e os ingressos já estão à venda! Vamo?
Um mashup mistura duas das faixas mais emblemáticas do rock gaúcho da virada do século: os hits “Melissa”, da Bidê ou Balde, e “Detetive”, da Comunidade Ninjitsu. Segura!
15 anos depois de lançar a faixa “Vamos Passar a Noite de Galera” num EP encartado em uma revista que tornou-se item de colecionador para os fãs, o grupo gaúcho Bidê ou Balde encerra 2015 lançando finalmente a música em versão oficial, usando a canção, clássica nos shows da banda desde seu lançamento para poucos, para desejar boas festas.
O Bidê ou Balde já está surfando na onda dos jogos em vídeo do Facebook: é estúpido e genial ao mesmo tempo!
Bem que podia, hein…
A banda é tão boa…
Já sugiro: Bidê abre os shows do Teenage Fanclub no Brasil. Todos. Imagina que delírio.
E eu não consigo mais pensar na Bidê sem lembrar da abertura de Malhação que o Chico cogitou uma vez. E depois daquelas, ele ainda propôs Tropicaliente com Academia da Berlinda:
Quatro por Quatro com Feist:
Brega e Chique com Móveis Coloniais de Acaju:
E o meu favorito, Supercordas com Renascer:
E essa finaleira Inception, hein? Hans Donner, Hans Donner…
Carlinhos explica o que podemos esperar do novo disco da banda…