Mercado independente, internet, tecnologia digital e o impacto nos livros sobre música do século 21

E para encerrar o curso Bibliografia da Música Brasileira que estamos dando no Sesc Pinheiros nesta quarta-feira, eu e Pérola falamos de movimentações extramusicais que mexeram não apenas na produção musical brasileira da virada do século como impactaram nas publicações deste mesmo período. Voltamos para o início dos anos 80 para mostrar como São Paulo começou a protagonizar uma mudança na produção quando casas de shows como o Lira Paulistana e lojas de discos como a Baratos Afins começaram a lançar artistas rejeitados pelas gravadoras multinacionais – que trabalhavam cada vez mais em bloco, forçando sucessos comerciais na marra -, criando, sem perceber, o mercado independente. Este foi ágil em perceber o potencial da internet e abraçou a rede desde o primeiro momento, bem como as novas tecnologias digitais, que permitiam que mais artistas tivessem como gravar seus discos e distribuí-los. Essas transformações também mexeram no mercado editorial e sua abordagem em relação à música no período, com a consolidação de novas editoras independentes, o surgimento de autores que começaram a publicar textos e livros online e a facilitação do acesso aos livros seja em PDFs piratas ou em livros digitais gratuitos. É sempre bom ministrar esse curso, pois além de um mergulho na história da nossa música, também mostra como os livros que contam essa história apenas refletem as características – políticas, estéticas e estruturais – de diferentes períodos dessa trajetória. Já estamos com vontade de dar mais aulas! (📷: @sescpinheiros)

#bibliografiadamusicabrasileira #sescpinheiros

E tudo se expande no final do século

Retomamos eu e Pérola nesta quarta-feira o curso Bibliografia da Música Brasileira que estamos ministrando no Sesc Pinheiros e depois de falar da genealogia da MPB, chegamos ao final do século 20, quando o rock brasileiro dos anos 80 inicia um processo de descentralização da música do país que ecoa em outras praças e outros gêneros musicais, como a axé music de Salvador, o sertanejo do interior do país, a lambada de Belém do Pará e a música eletrônica, o rap e o pagode paulistano, que aos poucos preparam o terreno para a expansão ainda maior, que acontece a partir da chegada da internet, assunto para a próxima aula, a última deste curso. (📷: @onlyfarelos)

#bibliografiadamusicabrasileira #sescpinheiros

A tal da MPB…

Antes do carnaval ainda tivemos mais uma aula do curso Bibliografia da Música Brasileira que estou ministrando com a Pérola Mathias no Sesc Pinheiros e dessa vez entramos nos anos 1960 falando sobre como a bossa nova impactou sobre uma geração que, menos de dez anos depois, moldaria um novo conceito de música popular brasileira resumida por uma sigla quase homófona do nome do partido de oposição que a ditadura militar permitiu existir para fingir que não era uma ditadura, algo que conversa bastante com a própria existência deste momento da música brasileira que não é nem um gênero musical nem um movimento. Aproveitamos para falar sobre o surgimento do jornalismo cultural e da crítica de música popular no Brasil e como estes fomentaram as bases destas novas gerações em textos que circulavam tanto nos diários, semanários e revistas quantos nos livros que compilavam estes textos, sejam jornalísticos ou acadêmicos. Para isso, tomamos como centro da discussão livros de Zuza Homem de Mello, Nelson Motta e Ana Maria Bahiana, além do Balanço da Bossa e Outras Bossas, organizado por Augusto de Campos. Na próxima semana não temos curso (pois é quarta de carnaval), por isso só voltamos dia 12 de março, quando terminamos de falar sobre o século 20 antes da última aula. (📷: @anacarol_pmachado)

#bibliografiadamusicabrasileira #sescpinheiros

Pareço moderno

Nesta quarta-feira eu e Pérola demos mais uma aula no curso Bibliografia da Música Brasileira no Sesc Pinheiros e falamos sobre o conceito de modernidade no Brasil e como ele tem a ver com a industrialização e urbanização do país a partir da primeira metade do século 20, descambando em uma década em que a modernidade parecia pautar nossa produção cultural em todas as disciplinas, da poesia à arquitetura, do teatro ao design, do cinema à literatura, culminando com a criação da bossa nova e a consolidação da internacionalização da música brasileira. A partir de livros como Chega de Saudade de Ruy Castro, Bim Bom de Walter Garcia, O Samba Agora Vai… de José Ramos Tinhorão e Da Bossa Nova à Tropicália de Santuza Cambraia Naves, mostramos como a ideia de identidade cultural nacional evoluiu do ponto de partida da Era Vargas para uma ideia que cultivamos até hoje… (📷: @fitak7)

#bibliografiadamusicabrasileira #sescpinheiros

A maldição do samba

Na segunda aula do curso Bibliografia da Música Brasileira, eu e Pérola entramos de cabeça no samba, contando não apenas como suas primeiras décadas ajudaram a moldar o mercado da música no Brasil ao mesmo tempo em que serviram de base para a transformação de uma manifestação cultural urbana num gênero musical que tornou-se basal na fundação da identidade cultural moderna brasileira. Citamos várias referências, mas as fontes centrais da aula desta quarta foram os livros O Mistério do Samba, de Hermano Vianna; Samba, o dono do corpo, de Muniz Sodré; e o primeiro volume da trilogia Uma História do Samba, de Lira Neto. Na próxima aula falaremos sobre a ideia de modernidade, a internacionalização da música brasileira e o impacto da bossa nova a partir de outros livros. (📷: @anacarol_pmachado)

#bibliografiadamusicabrasileira #sescpinheiros

Começando de novo

Começamos eu e Pérola a segunda edição do curso Bibliografia da Música Brasileira nesta quarta-feira no Sesc Pinheiros. Na primeira aula conversamos com os alunos sobre suas expectativas em relação ao curso bem como explicamos como o mercado editorial brasileiro, a partir da virada deste século, passou a dar mais atenção nao só ao tema da música brasileira como a diversos pontos específicos da nossa identidade cultural. Quarta-feira que vem continuamos e o tema dessa vez será o samba. (📷: @theaseverino)

#bibliografiadamusicabrasileira #sescpinheiros

Bibliografia da Música Brasileira no Sesc Pinheiros

Vamos lá mais uma vez falar de dois assuntos que amamos: livros e música. No curso Bibliografia da Música Brasileira, que teve suas inscrições abertas nesta quarta-feira e acontece às quartas de fevereiro e março no Sesc Pinheiros os apresentamos livros básicos para o entendimento da nossa história musical. Desde obras publicadas no início do século passado a livros que começaram a ser publicados no final do século 20, a partir do fim da ditadura militar, e que se dedicam a pesquisas mais profundas sobre a música brasileira e seus principais artistas e agentes sociais, vindas de profissionais de diferentes áreas de atuação, como jornalistas, historiadores, sociólogos e pesquisadores. São seis aulas que abordarão diferentes momentos de nossa identidade musical a partir de livros como O Samba Agora Vai… de José Ramos Tinhorão, Nada Será Como Antes de Ana Maria Bahiana, Samba – O Dono do Corpo de Muniz Sodré, Chega de Saudade de Ruy Castro, Eu Não Sou Cachorro Não de Paulo César de Araújo e Da Lama ao Caos de Lorena Calábria, entre dezenas de outros livros. As inscrições podem ser feitas neste link.

Fechando o livro

Encerramos o curso Bibliografia da Música Brasileira nessa quinta-feira, quando repassamos os principais temas abordados nas sete aulas anteriores e apontando quais são os 30 livros mais importantes para entender o estado da música brasileira no século 21 a partir da evolução de publicações dedicadas ao tema. Ficamos tão satisfeitos com o resultado e a participação da turma que eu e Pérola pedimos pra tirar uma fotos com todos, que nos acompanharam nestes dois meses. Obrigado a todos!

#bibliografiadamusicabrasileira #sescavenidapaulista

Livros no Brasil

Na penúltima aula do curso Bibliografia da Música Brasileira que eu e Pérola estamos ministrando no Sesc Avenida Paulista, resolvemos falar sobre o porquê da imensa maioria de livros sobre o tema terem sido publicado nos últimos 25 anos e achamos inevitável falar sobre a história do livro e do mercado editorial no Brasil como um todo antes de falarmos sobre a produção sobre música brasileira do século 21. Voltamos aos tempos da chegada da coroa portuguesa ao Brasil, no início do século 19, como marco inicial deste mercado no país, algo que aconteceu muito depois do início de outros mercados latino-americanos (como o mexicano e o argentino) que datam do início da colonização da América, no século 16. Falamos sobre a criação das políticas públicas em relação ao livro desde o início do século 20 até o governo Fernando Henrique Cardoso, passando pela criação do Ministério da Cultura e pela expansão do mercado editorial e das grandes cadeias de livros na virada do século até chegar ao momento atual, em que tanto a introdução da internet e das tecnologias digitais neste mercado quanto a explosão da produção acadêmica nos primeiros governos Lula ajudaram a impulsionar o universo em que habitamos hoje, com editoras de nicho explorando temas como artistas e movimentos musicais que nunca foram esmiuçados no século 20, editoras de médio porte lançando coleções dedicadas à música e grandes editoras embarcando em projetos biográficos estimulados pelos próprios artistas. Na próxima aula encerramos o curso destacando as obras que consideramos primordiais para entender a música no Brasil.

#bibliografiadamusicabrasileira #sescavenidapaulista

Livros eletrônicos

Na sexta aula do curso Bibliografia da Música Brasileira, que eu e Pérola estamos dando no Sesc Avenida Paulista, finalmente entramos no século 21 mostrando como a internet ampliou o número de focos e pólos de nossa música ao mesmo tempo em que novas cenas surgiam a partir das novas tecnologias digitais que entravam nas rotinas tanto dos artistas quanto do público. Voltamos um pouco no tempo para falar sobre mangue beat e música brega (citando autores como José Teles, Lorena Calábria, Paulo César de Araújo e Ronaldo Lemos) e como estas duas cenas estavam apontando para as transformações que viriam após a chegada da internet. Com o novo século, puxamos uma tese do livro O Som e o Sentido de José Miguel Wisnik e encaixamos com a do livro Música de Montagem de Sérgio Molina para falar sobre a mudança do formato canção e como a nova cena musical brasileira vem sendo retratada em livros cada vez mais raros.

#bibliografiadamusicabrasileira #sescavenidapaulista