Terceira segunda-feira da temporada que João Barisbe está fazendo este mês no Centro da Terra e desta vez seu Turismo Inventado nos conduziu às mesmas canções que apresentou nas duas outras noites – quando foi acompanhado primeiro de sopros e depois por cordas – desta vez puxando o naipe de percussão. E assim, acompanhado de Charles Tixier na bateria, Beto Angerosa nas percussões, Pedro Abujamra no piano e Arthur Decloedt no contrabaixo acústico, João, com seu sax, guiou uma noite de ritmo e pé no chão que quase sempre partia do jazz funk para novos lugares musicais que explorava à entrada ou solo de cada músico no palco. Além destes, João pode contar com dois vocalistas – que também tocaram guitarra em suas participações -, que, mais que conduzir canções, soltaram palavras e textos que, musicados, tornavam-se canções, mas que habitavam mais a prosa poética do que letras de música. Primeiro veio Pedro Pastoriz, conjecturando sobre conexões feitas entre pessoas na terra e no céu (literalmente, a partir de aviões), seguido mais tarde por Sophia Chablau, cuja poesia cantada nos levava a cidades reinventadas em suas rotinas, até finalmente concluir a terceira noite destas apresentações com a épica “Cometa Javali”, que veio pela segunda vez com letra e, como as outras incursões vocais da apresentação, nos induzia à literalidade das descrições para mais uma vez nos soltar no abismo de imaginação e possibilidade, amarrando tudo para a próxima segunda-feira, última noite da temporada, quando o maestro reúne os naipes que trouxe nas primeiras noites em sua própria pequena orquestra. Vai ser imperdível.
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