Benedict Cumberbatch é Alan Turing

, por Alexandre Matias

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E o processo de reabilitação da reputação oficial de Alan Turing está começando bem. Ao escalar nosso amigo Benedict Cumberbatch (o Sherlock) para atuar como o pai da computação moderna, o filme The Imitation Game já marca pontos de saída rumo à canonização de um dos dois ingleses a importar na história do mundo digital (o outro é o Sir Tim Berners-Lee). Turing é mais conhecido pelo teste que leva seu nome, feito para reconhecer se um computador pode se passar por um ser humano em um diálogo), mas tornou-se um personagem histórico ao ajudar os aliados a ganhar a Segunda Guerra Mundial quando decifrou o Código Enigma, usado pela Alemanha nazista para comunicações secretas.

Seus feitos matemáticos e estudos sobre inteligência artificial serviram como base para a computação moderna (além de ter criado a primeira versão eletrônica para o jogo de xadrez), mas ele nunca foi reconhecido como tal em vida pois suas realizações foram classificadas como sigilosas. Em 1952 foi condenado por “grave indecência” nos anos 50 por um envolvimento com outro homem, mesma pena recebida por Oscar Wilde no fim do século 19. Como parte da pena, passou a ser submetido a um humilhante tratamento hormonal (para conter seu impulso sexual). Foi encontrado morto no dia 7 de junho de 1954 e alegação à época foi de suicídio, embora a hipótese de envenenamento ainda paire sobre o caso.

No ano passado, o governo inglês finalmente perdoou oficialmente o matemático e passou a celebrar sua importância, também reconhecida pelo público, que organizou um abaixo-assinado que sugeria inclui-lo como personagem da nota de 10 libras. O novo filme, mais um degrau rumo ao reconhecimento global da importância de Turing, está previsto para estrear em novembro deste ano e ainda conta com Keira Knightley, Matthew Goode e Mark Strong no elenco. Veja o trailer abaixo:

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