Banksy 2014 e o boxe infantil

phone-lovers

Phone Lovers, a nova obra de Banksy, foi disposta no fim de semana passado quando o artista e um colega afixaram-na em um clube de boxe infantil de sua cidade-natal, em Bristol (as imagens foram registradas em vídeo e podem ser vistas no vídeo da BBC, abaixo). A obra foi retirada da parede e o dono do clube irá vendê-la para salvar seu negócio – ele acredita que tenha sido esta a intenção de Banksy ao deixar a obra ali.

 

Saída por baixo

Ops!

American Gods e Filhos de Anansi: Neil Gaiman chega à TV

americangods

Lembra que, há algum tempo, rolava um papo que a HBO estava transformando American Gods, o primeiro romance de Neil Gaiman, em uma minissérie? Pois o canal pago norte-americano largou o bastão e esse desafio agora está na mão da produtora FremantleMedia – e é um desafio duplo, porque os principais sucessos desta produtora (Amercian Idol, The Price is Right, X-Factor, America’s Got Talent e Family Feud) não têm nada a ver com ficção. Foi o próprio Gaiman quem confirmou em seu blog, além de cravar que seu segundo romance, Filhos de Anansi, também já está em vias de materializar-se em televisão, pelas mãos da produtora britânica Red, que faz programas para a BBC. Dedos cruzados!

Keeping The Faith: Meia hora de Northern Soul via BBC

nothernsoul

Comentei outro dia sobre o documentário que a BBC fez sobre Nothern Soul há dois meses e ei-lo na íntegra no YouTube. Apresentado por um contemporâneo da cena – o apresentador e repórter da emissora estava realmente lá durante os anos 70 -, o programa aborda o cenário inglês da época, a cena Nothern Soul criada como válvula de escape, a busca por discos raros, os passos de dança e o consumo de drogas, tornando, constantemente, esta cena do início da década de 70 numa versão analógica da cena rave que apareceu vinte anos depois. Assista abaixo:

 

Vazou o segundo volume dos Beatles na BBC

beatles-bbc-2

Obrigatório, né?

Russell Brand: O problema são os políticos

Russell-Brand

Há um certo tempo o comediante inglês vem tentando sair de um dos cercados do showbusiness para o outro – quer que sua capacidade de fazer as pessoas rir também possa ser usada para fazê-las pensar. Faz isso ainda pela linha do humor, como quando ironizou, em uma premiação da revista GQ inglesa patrocinada pela Hugo Boss no mês passado, o fato do estilo dos nazistas estar ligado ao fato dos uniformes alemães terem sido desenhados pela grife que bancava o evento.

Russell-Brand-New-Statesman

Agora é a vez da New Statesman dar seu aval ao humorista ao entregar o cargo de editor convidado em uma edição cuja temática era “revolução” ao próprio Brand, que escreveu um longo ensaio sobre a falência do sistema político atual e a necessidade de mudarmos nossa consciência para conseguirmos abandonar paradigmas que estão enraizados em nossa noção de realidade para, aí sim, vermos mudanças de fato que beneficiem a todos. Um trecho:

We are mammals on a planet, who now face a struggle for survival if our species is to avoid expiry. We can’t be led by people who have never struggled, who are a dusty oak-brown echo of a system dreamed up by Whigs and old Dutch racists.

We now must live in reality, inner and outer. Consciousness itself must change. My optimism comes entirely from the knowledge that this total social shift is actually the shared responsibility of six billion individuals who ultimately have the same interests. Self-preservation and the survival of the planet. This is a better idea than the sustenance of an elite. The Indian teacher Yogananda said: “It doesn’t matter if a cave has been in darkness for 10,000 years or half an hour, once you light a match it is illuminated.” Like a tanker way off course due to an imperceptible navigational error at the offset we need only alter our inner longitude.

Capitalism is not real; it is an idea. America is not real; it is an idea that someone had ages ago. Britain, Christianity, Islam, karate, Wednesdays are all just ideas that we choose to believe in and very nice ideas they are, too, when they serve a purpose. These concepts, though, cannot be served to the detriment of actual reality.

The reality is we have a spherical ecosystem, suspended in, as far as we know, infinite space upon which there are billions of carbon-based life forms, of which we presume ourselves to be the most important, and a limited amount of resources.

The only systems we can afford to employ are those that rationally serve the planet first, then all humanity. Not out of some woolly, bullshit tree-hugging piffle but because we live on it, currently without alternatives. This is why I believe we need a unifying and in – clusive spiritual ideology: atheism and materialism atomise us and anchor us to one frequency of consciousness and inhibit necessary co-operation.

In 2013 (another made-up imaginary concept) we cannot afford to giggle, drivel and burp like giant, pube-covered babies about quaint, old-fashioned notions like nation, capitalism and consumerism simply because it’s convenient for the tiny, greedy, myopic sliver of the population that those outmoded ideas serve. I will never vote because, as Billy said, “It encourages them.”

Russell reforçou seu ponto em uma entrevista a Jeremy Paxman, da BBC, que, a princípio, apenas parecia disposto a ridicularizar alguém que se dispunha a uma revolução política sem nunca ter votado em sua vida, mas Russell conseguiu tomar a palavra e a atenção do entrevistador, podendo falar o que realmente queria:

A transcrição da entrevista (em inglês) segue abaixo. Se alguém quiser traduzi-la (tanto a entrevista quanto o artigo da New Statesman) basta colar aí nos comentários que eu subo de volta no post.

 

A era dos LPs caseiros

Enjoy-The-Experience

Johan Kugelberg escreveu o livro Enjoy the Experience sobre um estranho efeito colateral do sucesso da indústria do disco na segunda metade do século passado, quando fábricas de vinil ofereciam às pessoas comuns a possibilidade de gravar seu próprio disco. E ao oferecer a mídia sem dar suporte artístico – não eram gravadoras, e sim fábricas de disco -, essa atividade deu origem a mais de uma geração de artistas amadores que não fizeram-se de rogados e gravaram seus próprios LPs, por mais estranhos, toscos e sem sofisticação parecessem. No livro recém-lançado, seu autor compila capas e histórias inacreditáveis de pessoas sem inclinação nem talento, mas dispostas a deixar sua marca na história da música pop. Abaixo, uma matéria que a BBC fez sobre este livro:

 

Gorillaz 2013

damon-albarn-paul-simonon

Damon Albarn esteve no programa de Dermot O’Leary na BBC 2 no fim de semana e entre as entrevistas que fez com Idris Alba (o Stringer Bell da série The Wire) e o baixista do Clash (e colaborador assíduo de Albarn) Paul Simonon, tirou da manga uma inédita do Gorillaz que ele gravou com a Orquestra Nacional da Síria nas gravações do disco Plastic Beach. A curta faixa instrumental, batizada de “Whirlwind”, no entanto, não garante que ouviremos mais material inédito da banda este ano…

Arctic Monkeys x Drake

Arctic-Monkeys-Hold-On-Were-Going-Home-Drake

O Alex Turner vive falando de como o hip hop tem sido uma constante influência nessa nova fase dos Arctic Monkeys – mas quando você vê isso em ação é que a ficha cai, saca só:

E se você não conhece essa música do Drake, tá dando mole, se liga:

Dica da Tati.

Clássico é clássico: John Cale + Nick Cave + Chrissie Hynde

cale-cave-hynde

Houve um momento em que John Cale, Nick Cave e Chrissie Hynde dividiram o mesmo palco para cantar e falar sobre suas próprias canções. Isso aconteceu no dia 7 de setembro de 1999, quando a BBC reuniu os três no programa Song Writers Cycle, que nos presenteou com esta versão para “I’m Waiting for the Man”.

A versão para a música do Velvet Underground foi o final do programa, que vale ser visto na íntegra, com cada um dos três escolhendo determinadas músicas e comentando-as. Infelizmente só consegui achar “Kid” das músicas de Chryssie Hynde (nada de “I’ll Stand By You” ou “Back on the Chain Gang”) no YouTube – já as outras de Cale e Cave seguem abaixo: