B.B. King morreu esta noite em Las Vegas, depois de tentar resistir bravamente a um estado de saúde que por vezes melhorava, por vezes piorava. Não é exagero dizer que, com ele, morre o blues como o conhecíamos originalmente. Embora tenha sido um dos principais nomes do gênero por gerações – e ter levado o estilo musical a patamares nunca imaginados pela geração de seus pais, que lhe ensinou aquela música criada nas plantações de algodão dos sul dos EUA -, King não era “o rei do blues” apenas pela coincidência do sobrenome ou pela longevidade. Foi ele quem carregou aquela guitarra chorosa – suas inúmeras Lucille – para diferentes países, públicos e idades. Mais do que o maior embaixador do blues no século passado, ele era o próprio blues encarnado. Outros ficam, outros virão, mas nunca sem sintetizar a elegância e o sentimento deste mestre.