Atençao para o disco novo do Floating Points

, por Alexandre Matias

floatingpoints

O nome que o inglês Sam Shepherd escolheu para trabalhar – o codinome Floating Points – já circula pela cena dance inglesa como uma espécie de Doutor Jeckyll da cena dubstep desde 2009, soltando singles, EPs e músicas isoladas enquanto calibrava sua musicalidade entre um trip hop instrumental mais sombrio – parente torto da linha do DJ Shadow – e um improvável meio termo entre o jazz, a disco, a house e a música de câmara, numa câmera lenta mental que nos aproxima do zen. Estas qualidades chegam ao ápice em Elaenia, uma inesperada obra-prima que toma 2015 quase como um atordôo de nocaute, mas sem dor nem sequer noção de fisicalidade – uma jam session dos sonhos entre o Erik Satie, o Nightmares on Wax e Madlib, com direito andamentos intrincados, cordas românticas, graves pesados, grooves sintéticos, levadas puramente jazzy. Acho que nenhum disco de música eletrônica nesta década merece tanto o rótulo de transcendental quanto este. Separei as quatro primeiras faixas do disco – os clipes de “Nespole” e da versão editada de “Silhouettes” (que no disco tem dez minutos), a faixa-título e, finalmente, “Nespole” de novo e “Argenté” (ao vivo na BBC na semana passada). Sente só:

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