Quando foi anunciado que Lana Del Rey, Ariana Grande e Miley Cyrus fariam uma colaboração para a trilha sonora do remake de As Panteras, havia uma enorme sensação de balaio de gatos, algo como se a faixa fosse apenas uma desculpa para colocar três cantoras que são propriamente semelhantes num mesmo patamar.
Na prática, é exatamente isso o que acontece, mas tudo tem uma função específica aí. O principal recorte da música – que é boa, mas esquecível – é que Ariana Grande seria a principal cantora pop da atualidade, uma vez que ela é a figura central do clipe, que canta o refrão e que carrega o comunicador com o qual As Panteras ficam sabendo de suas missões. Miley Cyrus entra mais uma vez para mexer em sua marca pública – depois de passar um ano se fazendo de boa moça, ela volta agora fantasiada de boxer, esmurrando agressividade. Mas o que me chamou a atenção foi a inclusão de Lana Del Rey neste time (bem como todo o alarde ao redor de seu novo álbum, como se ele não fosse exatamente o que Lana tem feito nos últimos anos). Em vez de ela surgir diva do pop botando todo mundo pra dançar – o que seria bem estranho da parte dela -, sua parte desacelera o tempo da música para encaixar-se em seu universo hipnótico em câmera lenta. É a única parte da música realmente interessante – pena que é quase no fim e que logo acaba.