O grande show do primeiro dia do festival C6, embora tenha reunido mais gente pra ver a Arlo Parks e Christine & The Queens, foi do grupo inglês Dry Cleaning. A mistura da estética pós-punk com timbres dos anos 90 e o vocal fantasmagórico da dama de gelo Florence Shaw mostra que o rock pode continuar se reinventando mesmo usando apenas elementos conhecidos sem que isso torne-se repetitivo ou apenas referencial. O único problema foi que o grupo foi escalado para tocar às seis da tarde numa sexta-feira, o que fez muita gente perder boa parte do show (além do primeiro show da noite, da Xênia França), isso quem chegou a tempo. Logo em seguida Arlo Parks fez o show mais esperado do dia, mas para mim ficou aquém da expectativa. Desenvolta e carismática (e vestindo uma camiseta do Bob Dylan), ela estava claramente exultante por estar fazendo seu primeiro show no Brasil, mas a estética minimalista e intimista de seu disco ficou em segundo plano, fazendo seu som soar mais pop e mais acessível – talvez este seja o rumo de seu segundo disco, My Soft Machine, que será lançado em uma semana. Mas isso deixou a apresentação com um tom meio monocórdico e repetitivo, mesmo que o público estivesse tão animado quanto ela. Só o show que encerrou a apresentação naquele palco, do grupo francês Christine & The Queens, que não bateu. A banda era boa e a vocalista tinha presença de palco, mas o que não era apenas caricato tornava-se constrangedor (como quando ela tocou “Under The Bridge”, do Red Hot Chili Peppers) e fez com que boa parte do público tenha deixado o show muito antes do final. Não pude assistir a nenhum show no Auditório do Ibirapuera porque não consegui credenciamento para este palco, então só posso supor que a homenagem ao Zuza Homem de Mello tenha sido bonita. E das vezes que passei no palco dos DJs, a pista estava quase literalmente vazia, consequência de um dos principais defeitos do evento: o fato de que o público só poderia comparecer a palcos específicos caso tivesse comprado ingresso para este – ou seja, se as pessoas que saíram no decorrer do último show da noite pudesse ir pra pista de dança, certamente esta teria enchido e talvez deixado quem saiu frustrado um pouco mais animado com o fim da noite – em vez de ter a única opção de ir embora. E amanhã tem mais…
A cantora inglesa Arlo Parks lança mais um single de seu primeiro álbum, Collapsed in Sunbeams, que será lançado no início do ano que vem – e “Caroline” confirma tanto a doce textura de suas voz e canções quanto que o disco pode surpreender.
Ela apareceu graças a duas versões – uma de Radiohead, acompanhando Phoebe Bridges ao piano, e outra da Billie Eilish -, mostrando sua voz e sensibilidade precisas em dois momentos diferentes no início deste semestre. E agora Arlo Parks anuncia seu primeiro álbum, programado para janeiro do ano que vem, e mostra o primeiro single, “Green Eyes”, que conta com vocais de apoio da Clairo:
Collapsed In Sunbeams chega ao público no final de janeiro de 2021 – já está em pré-venda -, a capa é a imagem acima e abaixo segue o nome e a ordem das músicas:
“Collapsed In Sunbeams”
“Hurt”
“Too Good”
“Hope”
“Caroline”
“Black Dog”
“Green Eyes”
“Just Go”
“For Violet”
“Eugene”
“Bluish”
“Portra 400”
Um ano que é quase uma década…
Arlo Parks – “My Future”
Thundercat – “Innerstellar Love”
Grandaddy – “The Crystal Lake (Piano Version)”
Thiago França – “Dentro da Pedra”
Josyara + Giovani Cidreira – “Estreite”
Fleet Foxes + Tim Bernardes – “Going-to-the-Sun Road”
Leveze + Fernando Dotta – “Voraz”
Cut Copy – “Like Breaking Glass”
Jessie Ware – “Ooh La La”
Dua Lipa – “Break My Heart”
Letrux + Lovefoxxx – “Fora da Foda”
Caribou – “You and I”
Bob Dylan – “False Prophet”
Pelados – “Entalhado na Carteira”
Boogarins – “Espera Fala de Novo”
Tame Impala – “Borderline (Blood Orange Remix)”
Angel Olsen – “Lark Song”
Há poucas semanas, ouvimos Phoebe Bridgers cantando “Fake Plastic Trees” do Radiohead no Live Lounge da BBC 1 acompanhada ao piano de uma artista inglesa novata chamada Arlo Parks. Agora é a vez de Parks mostrar que, além de tocar piano, tem uma voz de arrepiar – e ao escolher a novíssima “My Future” da Billie Eilish e dar um tratamento soul acompanhada apenas de uma guitarra, ela traz a música para o chão, trazendo um calor ímpar, que a canção original parecia se esquivar. Olha que delícia…
“Fake Plastic Trees”, clássica balada do segundo disco do Radiohead, já havia sido revisitada há pouco tempo pela vocalista do Paramore, Hayley Williams, e agora é a cantora folk norte-americana Phoebe Bridgers quem traz uma versão de chorar da música gravada para o programa Piano Session, da rádio inglesa BBC. Ela já tinha revisitado “Everything is Free”, da Gillian Welch, em parceria com a nossa querida Courtney Barnett nesta quarentena e agora ela divide o palco com a novata inglesa Arlo Parks, que acompanha a balada ao piano.
Lindaço hein.