Nada como uma bela manhã de sol nesse frio antes do inverno, por isso vamos de Tineijão (assunto de uma ótima matéria no Guardian) e o mestre Alex Chilton mandando “I Never Found Me a Girl”, do Eddie Floyd, e “My Heart Stood Still”, dos Rodgers & Hart. Bom dia.
E fuçando no site do Beck, vi a pequena homenagem que ele fez ao Alex Chilton, descrevendo “Kangaroo” (abaixo em duas versões, uma no braço japonês da turnê do disco Sea Change e outra na BBC em 2003) como “one of my favorite songs from one of the best songwriters who ever lived”.
Beck – “Kangaroo (ao vivo no Japão)”
Beck – “Kangaroo (ao vivo na BBC)”
Que beleza.
Apples in Stereo – “No One in the World”
Rubinho Jacobina – “Dr. Sabe Tudo”
Phoenix – “Everything is Everything”
Arnaud Rodrigues – “Nêga”
Coconut Records – “Any Fun”
Alex Chilton – “I Wish I Could Meet Elvis”
MGMT – “Brian Eno”
She & Him – “Over it Over Again”
Mopho – “Uma Leitura Mineral Incrível”
Neutral Milk Hotel – “Oh Comely”
Girls – “Lust for Life”
Polara – “Empate”
Burro Morto – “Nicksy Groove”
Maquinado + Lurdez da Luz – “Tropeços Tropicais”
Emicida – “Vacilão”
Banalizando – “Nova Era Glacial”
Gorillaz + Mark E. Smith – “Glitter Freeze”
Krazy Baldhead + Big-O + Mille Yulia – “Katana Power”
“I was drumming with my old band BMX Bandits when we opened for him at the Glasgow College Of Technology sometime around 1990. Alex’s music had been a big, big influence on a range of bands from Glasgow in particular including Teenage Fanclub and Primal Scream.
At the end of a powerful live set which included tracks from his then new album “High Priest” and a glorious rendition of Big Star’s “September Gurls”, a fan yelled that he should play his mum’s favourite song. “My mom’s favourite song?”, drawled Alex, before sliding into a beautiful, slow-burning jazz rendition of “The Christmas Song (Chestnuts Roasting On An Open Fire)” to close the night.
Afterwards in the dressing room he seemed a little jaded but amiable enough; happy to let some of us acolytes come and hang out with him and his band. I was 19 and nervous but keen to try and converse so I asked if that was really his mum’s favourite song. Came the languorous response: “Oh…I don’t know..[pause]…Mom’s dead actually”. Silence. Boy did I feel awkward. And boy did he probably have some harmless fun in making me feel awkward”
Francis Macdonald, baterista do Teenage Fanclub, lembra de Alex Chilton no Herald Scotland. Continua lá. Paul Westerberg, dos Replacements, também lembra de nosso herói no New York Times:
It was some years back, the last time I saw Alex Chilton. We miraculously bumped into each other one autumn evening in New York, he in a Memphis Minnie T-shirt, with take-out Thai, en route to his hotel. He invited me along to watch the World Series on TV, and I immediately discarded whatever flimsy obligation I may have had. We watched baseball, talked and laughed, especially about his current residence — he was living in, get this, a tent in Tennessee.
Because we were musicians, our talk inevitably turned toward women, and Al, ever the Southern gentleman, was having a hard time between bites communicating to me the difficulty in … you see, the difficulty in (me taking my last swig that didn’t end up on the wall, as I boldly supplied the punch line) “… in asking a young lady if she’d like to come back to your tent?” We both darn near died there in a fit of laughter.
E o papo segue aqui.
“Make A Little Love” gravada para um canal de TV francês, nos anos 80.
Sondre Lerche cantando “The Ballad of El Goodo”
Como não podia deixar de ser, a passagem do velho Chilton causou comoção, tributos e homenagens no South By Southwest. A principal delas foi um show no lendário clube de blues Antone’s, na 5th Street de Austin, no sábado passado, que reuniu fãs célebres do compositor com remanescentes de duas formações do Big Star – tanto o baterista Jody Stephens e o baixista Andy Hummel que fizeram parte da primeira formação quanto os integrantes do Posies Ken Stringfellow e Jon Auer que nos anos 90 se juntaram a Chilton em um revival do grupo. A eles se juntaram nomes como Sondre Lerche, Curt Kirkwood (dos Meat Puppets), John Doe (do X), Evan Dando, M. Ward, Mike Mills (do R.E.M.), entre outros. Achei esses dois vídeos, alguém viu mais?
“September Gurls” com Susan Cowsill e as Watson Twins
Muita gente conhece o Big Star de segunda mão. “September Gurls”, por exemplo, foi regravada nos anos 80 pelas Bangles:
E o Américo outro dia bem lembrou do tributo dos Replacements ao mestre, na faixa que leva seu nome:
“I’m in love/ with that song” talvez seja a melhor homenagem que Chilton poderia receber. Ainda bem que pode ouvi-la.
Big Star é uma das minhas bandas do coração e ler sobre a passagem de um ídolo que eu não vi ao vivo machucou o início desta manhã. Sabe tudo aquilo que escrevem sobre o Wilco? Pois: o Big Star é tudo o que o Wilco queria ser. Se você só conhece uma música deles (e você conhece), recomendo – óbvio – os três primeiros discos da banda. Se você já conhece, a dica é a caixa que saiu ano passado, cheia de versões demo dos clássicos da banda. Se você já conhece, compartilhe portanto seu luto comigo. Ao menos ele volta a ter com Chris Bell, velho parceiro que bateu as botas ainda nos anos 70.
E justo agora que um documentário vinha aí (abaixo, um programa de rádio sobre a banda que a Babee pinçou dia desses.
Nossas vidas foram melhores por causa de suas canções.
Foda. :~