Intensa a primeira noite da temporada Adupé – Gratidão, Bênçãos e Graças que nos Chegam do Divino que Lenna Bahule começou nesta segunda-feira no Centro da Terra. A princípio acompanhada apenas de Kiko (baixo e efeitos) e Ed Woiski (guitarra e efeitos), que ajudaram-na a conceber o caminho destas quatro apresentações, ela recebeu nesta primeira noite as presenças de Rubens Oliveira, Ermi Panzo e Alessandra Leão, cada um deles se entregando às suas frequências artísticas principais para conduzir um transe de som, palavra, movimento, dança, percussão, música e voz que atravessou os corações dos presentes com uma densidade e emoção impressionantes.
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Imensa satisfação receber a artista moçambicana Lenna Bahule pelas segundas-feiras de fevereiro, quando ela apresenta sua temporada Adupé – Gratidão, Bênçãos e Graças que nos Chegam do Divino no Centro da Terra. Nas quatro apresentações, a cantora multiartista, percussionista, arte-educadora e ativista cultural nascida em Maputo nos conduz por uma mescla de música, dança, palavra, imagem e movimento a partir dos convidados que recebe em cada apresentação. O time que ela reuniu para estas quatro segundas é da pesada, contando com Kiko Woiski (baixo e efeitos), Ed Woiski (guitarra e efeitos) na idealização e direção de todas as noites, que terão as presenças de Jota Erre (bateria e voz), Rubens Oliveira (dança), Ermi Panzo (poesia e dança), Alessandra Leão (voz e percussão), Maurício Badé (percussão), Camilo Zorilla (percussão e voz), Guinho Nascimento (dança), Juçara Marçal (voz), Ari Colares (percussão), Kabé Pinheiro (percussão), Bruno Duarte (percussão, bateria e vibrafone) e Jéssica Areias (voz). Na primeira noite, dia 3, além de Lenna, Kiko e Ed participam Alessandra Leão, Ermi Panzo e Rubens Oliveira. Na segunda segunda-feira, dia 10, os três recebem Jota Erre, Jessica Areias e Maurício Badé. Na segunda dia 17 é a vez de receberem Camilo Zorrilla, Bruno Duarte e Guinho Nascimento para finalmente, na última segunda do mês, dia 24, receberem Ari Colares, Juçara Marçal e Kabé Pinheiro, em apresentações que prometem ser intensas. Os espetáculos começam sempre às 20h e os ingressos podem ser comprados pelo site do Centro da Terra.
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Híbrido de peça e apresentação musical, o espetáculo Pega, Mata e Come: 60 anos de Opinião, que foi exibido em duas sessões neste fim de semana no Sesc Vila Mariana, foi concebido por Paulo Tó ao lado do Instituto Augusto Boal antes mesmo do período pandêmico, que acabou por adiar sua existência. Retomada dentro da programação Territórios do Lembrar que aquela unidade do Sesc está fazendo para que não esqueçamos da tragédia política e cultural que foi o golpe empresarial-militar de 1964, a peça musical aproveitou a infame efeméride para realçar a importância de um espetáculo que hoje é lembrado mais como o palco para os primeiros passos das carreiras de Nara Leão e Maria Bethania do que como o que realmente foi: a primeira obra artística a se revoltar contra o revolução de araque que as forças armadas e parte do empresariado brasileiro deu contra a democracia brasileira sob o pretexto de “interromper o avanço comunista”, mentira repetida até hoje por seus agentes até para justificar crises políticas do país neste século. Montado pelo herói do teatro brasileiro Augusto Boal, Opinião foi revisitado por seu filho Julian Boal e a dramaturga Mariana Mayor, companheira de Tó, que assina a direção musical do espetáculo, dirigido por Jé Oliveira. À frente da apresentação, Xis, Ellen Oléria, Xeina Barros, Alessandra Leão e o próprio Tó, apresentavam-se como os integrantes da montagem original, assumindo personalidades que ajudavam o público entender o contexto da época ao mesmo tempo em que desfilaram tanto as canções do espetáculo original (“Peba na pimenta” de Dominguinhos, “Guantanamera” que foi cantada pela viúva de Boal, Cecília Boal, “Borandá” de Edu Lobo e, claro, a faixa de Zé Kéti que batizou o espetáculo original e a de João do Valle que trouxe o verso que batiza esse novo espetáculo) quanto músicas contemporâneas que conversam com a alma do espetáculo, como “História Para Ninar Gente Grande” (samba-enredo da Mangueira em 2019), “Lama” (de Douglas Germano), “Zumbi” (de Jorge Ben) e “Obá Iná” (do Metá Metá), além de músicas dos próprios intérpretes: Tó (contemplado em “Samba do Perdoa” e “De Cara no Asfalto”), Ellen (que trouxe “Testando” e sua versão para “Miss Celie’s Blues”), Xis (“De Esquina” e “Us Mano e As Mina”) e Alessandra (com “Exu Chega”, “Atirei” e sua versão para “Xangô”). Na banda que acompanhou o grupo de perto, um grupo pesado formado por Marcelo Cabral, Thiago Sonho, Lua Bernardo e Rodrigo Caçapa. Pena só terem rolado duas apresentações, temporada curta para uma apresentação deste porte ganhar corpo e lacear entre os intérpretes. Vamos torcer para outras edições pintarem em outras unidades do Sesc.
Nos últimos anos, as comadres Alessandra Leão, Isaar e Karina Buhr vêm selando uma amizade de décadas, que remonta às origens do mangue beat em seu Pernambuco e um movimentação feminina e feminista no mundo da música mesmo a contragosto de seu status quo. O novo passo do trio foi dado neste sábado, no Sesc Pinheiros, quando reuniram-se ao guitarrista Régis Damasceno e à tecladista Sofia Freire para celebrar esse laço comum no espetáculo Dracena, em que repassaram músicas de suas respectivas carreiras solo em conjunto. “Não tem macumba sem planta, não tem macumba sem folha”, Alessandra explicou o nome da apresentação a partir da planta que o batiza no momento central do show, quando só as três entregam-se às suas vozes e instrumentos de percussão, “dracena também quer dizer ‘dragão feminino’. Dracena é planta que limpa, abre caminho e aponta para a frente como uma lança”. Axé!
Alessandra Leão e Rafa Barreto encerraram a minitemporada de retorno de sua banda Punhal de Ferro, que celebra os clássicos da psicodelia nordestina dos anos 70, em uma noite mágica nesta terça-feira no Centro da Terra. Não bastasse revisitar no formato guitarra e voz (ou rabeca e voz) músicas de nomes como Ave Sangria, Alceu Valença, Zé Ramalho, Cátia de França e Geraldo Azevedo, os dois ainda contaram com as presenças esotéricas de Siba e Josyara, que diviram canções épicas como “Molhado de Suor”, “Coito das Araras” e “Sol e Chuva”. E Alessandra encerrou filosofando sobre o estado de experimentação do teatro: “Semana passada a gente tava conversando depois do show e eu disse que o Centro da Terra é um lugar que a gente faz um pacto, que a gente pode cair que ninguém quebra os dentes, ninguém se machuca”, contou. “Mas é um pacto que não só entre quem tá aqui no palco e quem tá aqui trabalhando, mas também com quem vem assistir também.” Bem sabemos 🙂
Jadsa encerrou seu Big Buraco no Centro da Terra com duas sumidades no palco: primeiro chamou Juçara Marçal, que trouxe sua kalimba, e depois Alessandra Leão, no toque de seu tambor. As surpresas ficaram por conta da vinda do compadre e conterrâneo João Milet Meirelles, metade do projeto Taxidermia que os dois têm juntos, que pilotou efeitos nas vozes e instrumentos do palco desde as primeiras músicas (que Jadsa fez sozinha com sua guitarra), e da surpresa da vinda de Fernando Catatau, que subiu para fazer as últimas músicas da noite. De brinde, Jadsa saiu do palco sem fazer o bis, como é de praxe, e deixou Juçara e Catatau tocando juntos pela terceira vez “Lembranças que Guardei”, que o compositor cearense escreveu para o disco mais recente da cantora paulista. Uma noite milagrosa.
“Aqui é o Centro da Terra, a gente pode saltar”, comemorou Alessandra Leão após um das muitas piruetas musicais no escuro que se propôs ao lado de Rafa Barreto com sua banda Punhal de Prata (“não é duo, é banda!”, esbravejou a pernambucana), que retomou as atividades nesta terça-feira. Criado para celebrar os primeiros discos de Alceu Valença, o Punhal ampliou seu repertório ao incluir canções de outros autores contemporâneos daquela safra de discos, incluindo canções de Zé Ramalho, Cátia de França e Ave Sangria, e nesta primeira apresentação convidou Bella, Thiago Nassif e Fernando Catatau para explorar estas novas fronteiras musicais – foi a primeira vez inclusive que Alessandra e Fernando dividiram o palco! Primeiro tocando com cada um dos convidados para encerrar a apresentação com “A Dança das Borboletas” de Zé Ramalho, com todos no palco, Alessandra e Bella entrelaçando efeitos enquanto Nassif, Catatau e Barreto empinavam suas guitarras no céu. E semana que vem tem mais…
Nas últimas duas terças-feiras de abril, Alessandra Leão retoma a dupla que fazia com o guitarrista Rafa Barreto para afiá-la com convidados muito especiais no Centro da Terra. Quase dez anos depois de criar esta apresentação em que saúdam grandes nomes da psicodelia pernambucana como Alceu Valença, Cátia de França e Ave Sangria, os dois músicos visitam a programação original com a interferência de nomes de novos parceiros: Fernando Catatau, Bella e Thiago Nassif os acompanham neste dia 18, seguidos por Siba e Josyara, os convidados do dia 25, em apresentações inéditas que prometem deixar todos em ponto de bala. Os espetáculos começam pontualmente às 20h e os ingressos podem ser comprados aqui.
Quem toma conta das noites de segunda-feira no Centro da Terra é a baiana Jadsa, que completa dois anos de lançamento de seu disco de estreia, o lírico-paulistânico Olho de Vidro, olhando para o que construiu neste início de carreira e como isso misturou-se com o nefasto período pandêmico. Ela reúne a velhos e novos compadres e comadres para revisitar o disco em encontros que prometem ser históricos. No primeiro deles, dia 3 de abril, ela convida o conterrâneo Giovani Cidreira para mergulhar em seu passado comum. Na segunda que vem, dia 10, é a vez de se encontrar com o guitarrista Kiko Dinucci. Na semana seguinte, dia 17, ela junta-se às cantoras e compositoras Marcelle, Josyara e Marina Melo, e termina a temporada, chamada de Big Buraco, no dia 24, quando recebe, na mesma noite, Alessandra Leão e Juçara Marçal. Vai ser lindo e intenso, como só Jadsa sabe fazer. Os espetáculos começam sempre pontualmente às 20h e os ingressos podem ser comprados antecipadamente neste link.
Prontos pro mês de abril no Centro da Terra? Porque nem a gente tá acreditando. A temporada das segundas-feiras fica por conta da Jadsa, que agitou essa seleção chamada Big Buraco em que revê sua obra recente a partir dos pontos de vistas de convidados muito especiais: na primeira segunda, dia 3, ela convida Giovani Cidreira; na semana seguinte, dia 10, ela vem com Kiko Dinucci; depois, no dia 17, ela chama Marcelle, Marina Melo e Josyara; para, finalmente, encerrar com Alessandra Leão e Juçara Marçal! Tá achando muito? Pois a primeira terça-feira, dia 4, é o dia em que o Guaxe, dupla formada pelo eterno supercorda Bonifrate e pelo boogarinho Dinho Almeida, estreia nos palcos pela primeira vez. Na semana seguinte, dia 11, vem o Guizado apresentar-se com uma nova formação, chamada A Realeza. E nas duas últimas terças do mês, dias 18 e 25, Alessandra Leão vem acompanhada de Rafa Barreto para apresentar seu Punhal de Prata, com convidados-surpresa. Tá achando muito? Pois lembre-se que toda quarta nosso teatro agora exibe documentários sobre música brasileira em parceria com o festival In Edit – e em abril a programação traz Paulo César Pinheiro – Letra e Alma (dia 5), O Piano Que Conversa (12), Toada para José Siqueira (19) e O Fabuloso Zé Rodrix (26). Os espetáculos começam pontualmente às 20h e os ingressos já estão à venda online, não deixa pra comprar em cima da hora porque tem show que já tá se esgotando…