O pessoal do Cinefix fez um vídeo (em inglês) comparando as versões do anime com a do mangá do clássico Akira.
Muito bom.
Tomara que Akira só tenha acertado a data e o local dos próximos jogos olímpicos, afinal você lembra o que acontecia. Não lembra? Falei disso no meu blog no UOL.
Agora que os festejos olímpicos se passaram, fãs dos jogos miram suas expectativas para a próxima edição da competição, que acontece em Tóquio, no Japão, daqui a quatro anos. Acontece que as Olimpíadas de 2020 já haviam sido anunciadas que iriam acontecer na capital japonesa desde os anos 80, pelo menos na ficção. É que o clássico anime cyberpunk Akira, lançado em 1988, passava-se um ano antes destes jogos, em 2019. Ao contrário do que o que previsto, no entanto, seria a trigésima edição dos jogos olímpicos, diferente da vida real, quando a cidade sediará os 32ª edição dos jogos.
No desenho, no entanto, Tóquio como conhecemos foi destruída ainda no século 20 devido a um estranho incidente psíquico e a nova cidade – chamada de Neo-Tóquio – esperava ter nas olimpíadas seu grande momento após a catástrofe. Acontece que o próprio estádio olímpico torna-se palco de outro momento em que a cidade torna-se assunto global – mas não por causa da competição…
Se você não assistiu ainda à Akira, faça-se esse favor: é um filme que fica cada vez mais atual, mesmo lidando com temas distantes da nossa realidade… por enquanto.
Eis mais uma novidade dos 20 anos deste site: o Noitão Trabalho Sujo! Sim, fechei uma parceria com o pessoal do Cine Belas Artes e no dia 11 de dezembro, uma sexta-feira, realizo a primeira incursão Trabalho Sujo relacionada a salas de cinema. São três salas com a minha curadoria começando um pouco antes da meia-noite até o dia raiar -e com direito a café da manhã e outras novidades, que anuncio até lá. Numa delas, a Sala Cândido Portinari, exibimos toda a trilogia De Volta para o Futuro, de Robert Zemeckis, que completa trinta anos em 2015 e a Darkside Books, para quem traduzi o livro De Volta para o Futuro – Os Bastidores da Trilogia vai oferecer alguns exemplares para serem sorteados entre o público. Na Sala Villa Lobos temos uma sessão dedicada aos Beatles cujo conteúdo é surpresa (hehe) mas vai até as primeiras luzes do dia. E na Sala Carmen Miranda uma sessão tripla de anime scifi, que começa com o clássico Akira, de Katsuhiro Otomo, passa pelo não menos clássico Ghost in the Shell de Mamoru Oshi e conclui com o Metropolis de Osamu Tezuka que Otomo adaptou para o cinema em 2002.
Imagine se alguém resolve misturar a história de Akira com os personagens dos Simpsons? Esse projeto existe desde 2013, chama-se Bartkira e andou muito mais do que você pode imaginar. Escrevi sobre ele lá pro meu blog do UOL: Bart Simpson + Akira = Bartkira!
A cultura digital é prima da escola da recombinação. São milhares de pessoas se conectando umas às outras e usando ferramentas para criar e editar – por isso é inevitável que a aura do remix e do mashup paire sobre a produção cultural online atual. Seja música, vídeo, design, performance, texto, foto, ilustração – tudo pode ser recombinado e reinventado. Especialmente se estivermos falando de ícones perenes em nosso imaginário coletivo. A mitologia do século 20, que também chamamos de cultura pop, é um extenso acervo de ícones que são remisturados o tempo todo por grupos de usuários da internet espalhados pelo planeta.
Às vezes, uma simples ideia, jogada a esmo, pode disparar uma torrente de criatividade. Foi a sacada que o ilustrador norte-americano James Harvey teve ao ver, no início de 2013, um quadrinho feito pelo amigo de internet Ryan Murphy, batizado de “O despertar de Bartkira“:
Sim, nesses garranchos coloridos estava a semente de uma ideia simples e genial: recontar a saga de Akira, de Katsuhiro Otomo, um dos animes e mangás mais clássicos de todos os tempos, com personagens da cidade amarela dos Simpsons de Matt Groening.
O post acertou Harvey como uma ideia mirabolante: que aquela história precisava ser contada na íntegra. Começou imaginar o elenco: Bart é Kaneda, Milhouse é Tetsuo e Ralph Wiggum é Akira. Logo ele estaria criando outras analogias entre os dois clássicos da cultura pop do final do século passado:
Foi quando ele teve a brilhante ideia de usar a internet para convocar colaboradores do mundo todo para um projeto ousado: recriar todo o mangá Akira página a página. Em pouco tempo ele estava comemorando o resultado da convocação com centenas de voluntários.
E não parou por aí. O projeto ganhou corpo e despertou interesse, dando origens a três exposições: uma nos EUA, outra na Inglaterra e a terceira no Japão.
À medida em que ele foi sendo realizado, foi sendo colocado para ser lido no site Bartkira. No momento, eles estão no terceiro volume do mangá e dá pra ter uma ideia do nível do trabalho comparando, por exemplo, as quatro opções de capa para o próximo volume:
E agora eles vão imprimir a história, primeiro para os próprios colaboradores e depois, se rolar, pra vender:
E agora tem uma outra turma querendo recriar o trailer! No tumblr Bartkira – The Animated Trailer, eles já estão colocando os estudos de personagens:
…e até uns gifs!
Não é demais? E tem gente que prefere viveria ter vivido em outra época… Eu acho que isso é só o começo de uma renascença cultural de uma proporção que não dá pra imaginar.
Sem palavras. Daqui.
Clica na imagem que ela fica maior, mas cuidado que tem spoilers.
É do Tremulant Design, mas quem deu a dica foi o Danilo.
O designer americano Justin Van Genderen fez esses pôsteres de cidades (fictícias ou não) que têm algum super-herói como principal protagonista (a única exceção é o caso de Neo Tokyo). O melhor é que ele vende esses cartazes em seu site.
Goku, Megaman, as Tartarugas Ninja, One-Piece, os X-Men, Tetsuo, Sonic, Watchmen, Tank Girl, uma mulher do Crumb, Cowboy Bebop, Zelda… quem mais você enxerga nessa imagem que eu tirei do Noirlac?
Curtiu o trabalho do cara com os pôsteres do Tim Burton? O espanhol Hexagonall também fez umas versões minimalistas para clássicos – velhos e novos – do cinema. Separei uns aqui: