Adriano Cintra ressuscita o Ultrasom

, por Alexandre Matias

Felicidade saber que Adriano Cintra está trazendo seu projeto Ultrasom para a realidade digital de 2024, quando lança seu Ultrasom a partir desta sexta-feira nas plataformas digitais. Herói do underground paulistano dos tempos em que este tinha asco da publicidade, no século passado, Adriano lançava discos e bandas como se não houvesse amanhã, gravando fitas demo e CDRs com seus inúmeros projetos (que iam do Thee Butchers’ Orchestra até, finalmente, o Cansei de Ser Sexy), mas sempre voltava suas dores e dramas em seu projeto solo Ultrasom. My So Called Wild Life é o terceiro lançamento sob este nome e o que motivou Adriano a retornar a esse disco foi sua insatisfação com a sonoridade original, mais de vinte anos depois, e com a formação com a qual gravou na época. “Resolvi regravar esse disco porque eu gosto muito dele, mas não gosto de ouvir essas músicas porque tem pessoas que tocam nesse disco que não são mais minhas amigas”, me contou como sempre sem ressalvas, “é um disco que eu amo, mas não consigo ouvir porque me incomoda”. O Ultrasom começou com duas fitas demo (Settle Down, lançada em 1997, e Set on Fire, no ano seguinte) com Adriano gravando todos os instrumentos, mas tornou-se uma banda com a virada do século com o lançamento do disco que relança essa semana. São músicas compostas entre 1998 e 2000 e que se materializaram em CDRs vendidos em lojas de discos independentes de São Paulo em 2001. O reencontro com o projeto esbarrou no disco que ele vem gravando com seu próprio nome, a ponto de repensá-lo do zero. A empolgação com essas regravações o motivaram também a lançar as duas primeiras demos como um disco só, que deve chegar às plataformas nos próximos meses. Pedi pra ele antecipar uma música pro Trabalho Sujo e ele descolou a bela “Run, Ana, Run”, que você ouve abaixo, além de ver a capa do disco:

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