Abram alas pro Sambanzo
O saxofonista Thiago França é um dos músicos mais ativos na São Paulo de 2011. Toca com o Criolo, com o Kiko Dinucci, com os Marginals, no Metá Metá e com o Rômulo Fróes – e com todos eles lançou discos responsa, todos esse ano (além de participar do disco do Gui Amabis). Agora é a vez de seu próprio projeto, o Sambanzo, que começa a ver a luz do dia. Porque a da noite, já conhecia faz um tempo:
E além dos shows, quem vem por aí é o próprio disco do grupo, que ainda conta com o Kiko na guitarra, o baixista Marcelo Cabral (também produtor do disco do Criolo, junto com o Ganjaman), Pimpa na batera e Samba Sam na percussa. França explicou o conceito por trás de Sambanzo: Etiópia, o primeiro CD, em entrevista ao Radiola Urbana. O disco só aparece de fato em 2012 – mas que já teve uma palhinha disposta online:
O Sambanzo é o meu projeto solo, criei pra tocar as minhas músicas. Partiu da vontade que eu tinha de fazer uma gafieira universal (isso não é uma citação à Banda Black Rio!!!). No geral, a gafieira está ligada só ao samba, mas outros gêneros próximos são tocados com a mesma intenção, o carimbó, o forró, a guitarrada… Eu sempre achei que tudo isso cabia no mesmo balaio. Tecnicamente, é possível entender o trabalho assim: são composições simples, melodias intuitivas, rudimentares, compostas num esquema básico de “pergunta e resposta”; harmonias com dois acordes, geralmente tônica e dominante, ou até mesmo músicas com um único acorde, que o caso de “Etiópia”. E, por trás disso, muito suingue, muito veneno. Estruturas elásticas, descompromissadas, pra fazer um belo baile. Além disso, o encontro dos cinco — eu, Marcelo Cabral (baixo), Kiko Dinucci (guitarra), Samba Sam (percussão) e Pimpa (bateria) — gerou uma sonoridade única, todo mundo tem personalidades musicais muito fortes. Além das minhas composições, eu inclui no repertório duas adaptações de pontos de umbanda, que dão a pista da espiritualidade presente nas músicas. Cada show é um ritual.
E o próximo acontece sexta-feira, na Afro Blitz, festa do Ramiro na Serralheira. Boa pedida.
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