Por Alexandre Matias - Jornalismo arte desde 1995.
Mais uma vez fui chamado pelo Toca UOL para escrever sobre música e desta vez o assunto foi a importância de um dos maiores nomes de nossa cultura, que completaria 80 anos se estivesse vivo neste sábado. Raul Seixas é mais do que a personificação do rock brasileiro e sua obra transcende discos e canções.
Além de criar o hype pro seu novo disco de forma cirúrgica: escolhendo músicas-chave para abrir o tema de seu novo álbum Virgin e sua sonoridade para o público ao mesmo tempo em que cria a tensão necessária entre aparições presenciais e presença digital que ela aprendeu com o Brat da Charli, de quem ela recebeu o bastão. Virgin, que foi lançado nessa sexta-feira, ainda não é uma obra-prima, mas é ótimo de ponta a ponta, completo e bem resolvido, retomando a promessa que era a artista neozelandesa quando lançou seu primeiro disco, o excelente Pure Heroine, e corrigindo os desvios comerciais que fez ao tornar-se uma artista pop para além do circuito indie (com seu segundo disco, Melodrama, que é bom, mas exagerado) e da fase hippie–chic do disco Solar Power (que a gente perdoa porque era pandemia – e nos deu pelo menos um hit). Fora que, uma vez lançado, o disco ganha uma vida para além da expectativa de sua autora, que mais uma vez, com maestria, soube aproveitar o momento fazendo uma aparição surpresa no festival inglês de Glastonbury, quando abriu os trabalhos na sexta-feira ressignificando o horário das 11h30 da manhã num festival deste porte no que seria a princípio um DJ set, mas que no fim foi um show de verdade, em que ela pode tocar, na íntegra, o recém-lançado álbum, Excelente.
Eita que ninguém tava esperando por essa. O melhor rapper do mundo atualmente chega por aqui no dia 30 de setembro, em apresentação única no estádio do Palmeiras. As vendas começam a partir do dia 30 de junho para clientes pré-selecionados e para o público em geral no dia 2 de julho, a partir das 11h da manhã, neste link. E a abertura do show, pra melhorar, é da dupla sensação argentina Ca7riel & Paco Amoroso. Quem vem?
Parece que ela finalmente terminou o sucessor do ótimo Par de Olhos e começa a nova fase com um single chamado “2001”, já anunciado, embora sem data definida. Pra onde será que ela vai agora?
Há um tempo Letícia Novaes, a senhora Letrux, vem me falando de uma banda catarinense que ela descobriu chamada Nouvella, que conheceu a partir do contato com sua vocalista, Yasmin Zoran. “Conheci Yasmin na pandemia, ela me mandou DM falando da banda e, com aquele tempo elástico fantástico, realmente consegui ouvir tudo e pirei”, ela me conta por email. “Pirei. Achei rock. Achei eu. Achei tudo”, ri daquele jeito que a gente conhece. Yasmin completa, falando do seu lado: “Quem me apresentou a Letrux foi o Gabriel (Viegas), guitarrista da Nouvella, lá por 2020 e eu fiquei chocada, como assim eu não conhecia essa mulher antes? Comecei a mandar DM pra ela, falar que tinha uma banda e dali começamos a trocar bastante, foi nascendo uma amizade”, lembra a vocalista. “Temos muitas coisas em comum na forma de pensar, nos movimentar, performar no palco desde antes de nos conhecermos, é até um pouco impressionante. Ela é uma pessoa que me inspira não só na música, é uma pessoa incrível, humilde, linda. Sinto que ela realmente nos enxergou e dali veio essa parceria.” Desde então a amizade virtual virou parceria de palco, com Letícia participando de dois shows da Nouvella e Yasmin participando de um dos shows da Letrux – e a colaboração musical tornou-se inevitável. “Depois de um ensaio que fizemos esse ano, rolou um jam session meio histórica, de onde saíram esses duas músicas que viraram singles que vamos lançar”, Letícia refere-se a “Vira Essa Boca Pra Cá” e “Dropar teu Nome”, compacto duplo que chega às plataformas nesta sexta-feira e que elas anteciparam em primeira mão para o Trabalho Sujo. “Não lanço singles desde 2021, e nem nada novo autoral desde 23”, continua a vocalista do Letrux. “Sou muito chamada pra feat, mas minha pira mesmo é compor, então esses singles são xodó total pra mim.” As duas se encontram mais uma vez nesta quinta-feira, quando apresentam-se em Florianópolis em um show que já está esgotado e continuam juntas na semana que vem, quando Letícia traz a Nouvella (que ainda conta com Jenks no baixo e Luna na bateria) para tocar no Cineclube Cortina na próxima quarta-feira em São Paulo, onde ela também discoteca, além de participar do show da banda catarinensse, ao exibir os clipes para as duas músicas, que só serão divulgados no decorrer do mês de julho. Na sexta seguinte as duas seguem para o Rio de Janeiro, quando fazem o novo show de Letrux no Circo Voador, com a própria Nouvella abrindo a noite. E a conexão entre as duas é patente e as duas músicas falam por si, confere abaixo:
No primeiro show que fez em Liverpool, Dua Lipa preferiu fugir da obviedade e fez uma versão para uma música que todo mundo conhecia, mas que poucos sabiam que tinha vindo daquela cidade. No show seguinte, nesta quarta-feira, ela preferiu escancarar a obviedade e foi em uma das músicas mais conhecidas do grupo mais conhecido da história da secular cidade portuária inglesa, pinçando “Hey Jude” dos Beatles em uma versão deslumbrante. Só faltou o Paul aparecer de surpresa, como fez há algumas semanas no show de Bruce Springsteen na mesma cidade, mas nem tudo é perfeito.
O Weezer passa pelo Brasil por conta da vinda do grupo para o festival chileno Primavera Fauna, que ainda trará o Massive Attack, Aurora, o Bloc Party, o grupo James, o Mogwai e o Whitest Boy Alive, além do Yo La Tengo e do Stereolab que já anunciaram sua vinda para o Brasil. E quem trará os outros para o país? A banda de Rivers Cuomo deixou no ar que talvez venham para o Brasil dentro de um festival – e vamos combinar que Massive Attack, Weezer, Bloc Party, Whitest Boy Alive, Aurora e Mogwai seriam um bom recomeço para a edição paulistana do Primavera Sounds (que não tem nada a ver com o festival chileno, apesar de ser quase homônimo), que não aconteceu no ano passado. Faltaria só um headliner mais pop, tipo a Charli XCX ou a Clairo… Imagina… Os ingressos para o festival chileno acontecerão a partir de 1º de julho neste link.
“América do Sul, te ouvimos em alto e bom som, por isso agora é hora!”, avisou o Weezer ao anunciar que fará três datas no continente, tocando dia 2 de novembro em São Paulo (num lugar a confirmar e, aparentemente, dentro de um festival), dia 5 em Buenos Aires e dia 7 em Santiago, dentro do Primavera Fauna – e, sim, dentro da turnê em que o grupo toca seu disco de estreia na íntegra. E precisamos falar sobre esse festival chileno…
Morreu nesta quinta-feira, um dos maiores autores de trilhas sonoras de todos os tempos. O músico argentino Lalo Schifrin trouxe elementos do jazz para trilhas de cinema e aos poucos passou a misturar todos os tipos de gêneros musicais e sonoridades num amálgama sonoro que era a cara de seus temas. Embora mais conhecido pelo tema do seriado Missão Impossível e pela série de filmes Dirty Harry, ele também compôs para os filmes THX 1138, Bullit, Rebeldia Indomável, Operação Dragão, A Vingança de Milady, A Águia Pousou e a trilogia Hora do Rush. Maestro de uma orquestra que fazia trilhas para programas de TV para uma emissora argentina, até que foi convidado por Dizzy Gillespie para os Estados Unidos, para onde mudou-se em 1960, quando iniciou sua carreira internacional, gravando com nomes como Ella Fitzgerald, Count Basie e Sarah Vaughan antes de dedicar-se ao cinema. Além de trabalhar para o cinema também escreveu arranjos para os shows dos três tenores Luciano Pavarotti, Placido Domingo e Jose Carreras, além de escrever trilha para videogames, como o jogo Tom Clancy’s Splinter Cell: Pandora Tomorrow. O maestro morreu por complicações de pneumonia. Tinha 93 anos.
Na primeira apresentação em Liverpool de sua nova turnê, Dua Lipa preferiu não ser tão óbvia e homenageou uma banda que ninguém nem lembra que é da cidade, quando lembram da própria banda em si, que entrou para o imaginário coletivo graças a uma versão acelerada por Amy Winehouse para um de seus hits. No show de terça-feira, no entanto, ela preferiu tocar a versão original de “Valerie” e para isso chamou o vocalista dos Zuttons, Dave McCabe. Ficou massa: