Algo Sinistro Vem Por Aí – Ray Bradbury

, por Alexandre Matias

Essa também.

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Bradbury com gosto de Neil Gaiman

Quando se menciona o nome Ray Bradbury, é quase automático que o coloquemos naquela prateleira de escritores de ficção científica que trabalhavam feito condenados nos anos 50 e 60, produzindo livros a rodo. Ato falho, porque o velho Ray nunca se considerou um autor de ficção científica – essa fama vem do fato de ter sido tirado do gueto pulp para o mainstream por um diretor cult que dirigiu o único livro que ele admitia ser do gênero (quando Truffaut adaptou Fahrenheint 451 em 1966). Até mesmo sua clássica saga Crônicas Marcianas, ele prefere rotular como fantasia, uma vez que ela não tem embasamento científico algum. Este Algo Sinistro Vem Por Aí, de 1962 (o segundo volume de sua trilogia Green Town), só agora publicado no Brasil, é um ótimo exemplar deste outro Bradbury. O livro conta a história de dois pré-adolescentes amigos de infância (Jim Nightshade e William Halloway) e como sua vida começa a ser mudada com a chegada de um parque de diversões dark à sua cidade, que, ao mexer com a vaidade das pessoas, torna a vida local mais tensa e bizarra. Equilibrando com perfeição fantasia e horror, este Bradbury é para fãs de Neil Gaiman e Harry Potter – tanto em temática quanto em abordagem.