É muito bom ver um artista desabrochar. Não que a Saüna, que apresentou seu espetáculo Toda Letra Que Se Atreva nesta segunda no Centro da Terra, fosse uma banda novata. Formada por artistas de diferentes áreas, o quinteto já tem estrada em festas paulistanas em shows em que fazem versões para músicas conhecidas, mas nesta apresentação que pensaram para o teatro, vieram com seu repertório autoral tomando conta de toda a noite, pela primeira vez. E por mais que houvesse um certo nervosismo natural de qualquer estreia, o grupo logo tirou de letra ao perceber que estava tão à vontade com as novas músicas, que deverão fazer parte do disco que começam a gravar no início de 2026, quanto conseguiu envolver o público. A química entre os cinco é nítida e mesmo com o carisma evidente da vocalista Carol Borelli conduzindo as atenções, eles se comportam como um coletivo azeitadíssimo, que ainda deixou entrar algumas composições alheias no repertório (como “Glory Box” do Portishead, “Vale Quanto Pesa” de Luiz Melodia e uma citação a “Wicked Game” de Chris Isaak), sempre com sua própria assinatura musical. E agora que o show novo está pronto, 2026 promete vê-los crescendo com seu repertório próprio. Vai que vai!

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