Surf music mutante
O público que foi ao Centro da Terra no último dia do primeiro semestre de 2025 pode ter sentido que estava em um episódio de Além da Imaginação, ao entrar num universo paralelo proposto pelo encontro das guitarras de Rainer T. Pappon e Murillo Mathias com o baixo de Renato Muniz e a bateria de Carlos Camasi. A surf music proposta pelo grupo Ippon cria um universo em que o astral praiano do gênero musical sintoniza menos na cultura californiana e mais num rock mais cabeçudo da virada dos anos 70 para os 80, quando as duas guitarras solavam juntas, variando apenas na escala – uma escola que junta bandas tão diferentes quanto Thin Lizzy, Iron Maiden e a fase mais pop do King Crimson, com Adrian Belew. E o grupo emendou mais de uma hora desses estranhos mas mágicos entrelaçamentos de melodias sobre bases que, mesmo que soem como levadas puras de grupos como Ventures, Surfaris ou Bel-Airs, habitam o mesmo universo mutante setentista que mescla hard rock inglês e rock progressivo como se a psicodelia britânica dos anos 60 não tivesse se dividido nestas duas principais correntes. E o melhor é que eles fazem isso como toda banda deveria atuar no palco: se divertindo à beça, sorrisos estatelados nos rostos. O disco de estreia do quarteto paulistano sai ainda este mês…
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