Kneecap incendeia o Glastonbury
O trio de rap irlandês Kneecap já era uma das principais atrações do festival de Glastonbury deste ano mesmo antes do festival começar. Famoso por sua posição ativa contra o genocídio promovido por Israel contra o povo palestino, o grupo teve a transmissão de seu show no festival norte-americano Coachella cortada no momento em que gritaram “Palestina livre” aos microfones e sua escalação para o festival inglês foi criticada por muitas autoridades daquele país, incluindo o primeiro ministro Keir Stammer. O rapper Mo Chara, que foi acusado de terrorismo na Inglaterra por levantar uma bandeira do grupo Hezbollah no palco em um show em Londres no ano passado, teve tais acusações retiradas antes da apresentação do sábado, o que fez com que ele entrasse em cena anunciando que era “um homem livre”, lotando um dos palcos menores do festival, em que o público carregava dezenas de bandeiras da Palestina. “Os editores da BBC vão ter trabalhão”, brincou Chara ao ver o número de bandeiras à sua frente. Fazia referência ao fato de que a emissora estatal inglesa recusar-se a transmitir o show do grupo, que puxava coros contra o primeiro ministro inglês e o estado de Israel, sempre a favor dos palestinos. O trio irlandês não foi o único artista a falar contra o genocídio que está acontecendo em Gaza durante o festival: a dupla de grime Bob Vylan tocou um pouco antes do Kneecap fazendo o público gritar “Palestina livre” e “Morte à IDF” (sobre as Israel Defense Forces) em plena transmissão do festival pela BBC, que cortou o sinal do grupo na mesma hora. A banda australiana Amyl and the Sniffers também aproveitou o festival para criticar a indiferença dos países ocidentais à tragédia em Gaza; o vocalista da banda Inhaler, Elijah Hewson, dedicou uma música às pessoas da Palestina; o baterista dos Libertines, Gary Powell, ergueu uma bandeira da Palestina e o próprio festival abriu espaço para a ativista Francesca Nadin falar sobre a situação que Gaza atravessa atualmente. Pelo visto o festival deste ano foi o ponto de virada para as discussões sobre o assunto em eventos de larga escala, inclusive do outro lado, quando, por exemplo, o vocalista do grupo The 1975, Matt Healy, disse que preferia não falar de política com sua música, sem se referir aoassunto estava preferindo se silenciar. Um mané isentão.
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