A Sétima Efervescência – Júpiter Maçã
Flávio Basso já tinha passado pelas fases do rock anos 80 (no TNT), pela algazarra desbocada do começo dos 90 (nos Cascavellettes) e tendia para o folk (quando mudou seu nome para Júpiter Apple), mas um raio lisérgico atingiu sua cabeça pela metade da década e ele se reinventou mais uma vez. Desta vez, pegou diferentes pontas soltas pelo rock brasileiro – jovem guarda, mod, rock de garagem e psicodelia – e as reuniu em um disco forte, coeso e completamente chapado. O disco começa com o hit chinelo “Lugar do Caralho”, um cavalo-de-tróia que não prepara o ouvinte para a chuva Technicolor de referências – que flutuam ao redor do compositor como alucinações sorridentes. Em algum lugar entre Roberto Carlos, Rita Lee e Syd Barrett, Júpiter sente seu corpo derreter, visita outros planetas e conversa com seres imaginários. “Lóki”, aqui, é elogio.