18 de 2018: Cine Doppelgänger
Eu não esperava que o Cine Doppelgänger se materializasse tão rápido. Conheci a Joyce Pais no tempo em que trabalhava no Estadão e vinha acompanhando o crescimento do trabalho dela no Cinemascope ao mesmo tempo em que começava a tornar o Trabalho Sujo mais central na minha carreira, por isso sempre falávamos sobre sustentar um canal de comunicação e cultura de forma independente que não traísse o que queríamos fazer. Falávamos em fazer algo que juntasse os dois canais num mesmo espaço e aproveitasse nossa dinâmica pessoal, que torna nossos papos tão agradáveis quanto construtivos. Até que a partir do encontro em uma premiação de cinema brasileiro, começamos a conversar mais a sério em trabalhar juntos e, depois de participar de um vídeo em seu canal sobre Twin Peaks, levamos a ideia do Cine Doppelgänger para a Casa Guilherme de Almeida, que acolheu a primeira temporada oferecendo-a de forma gratuita para o público. Cada um de nós escolhe um filme sob um determinado tema e dissecamos os dois após exibi-los no terceiro sábado de cada mês. Conseguimos reunir um público aplicado, uma pequena comunidade de entusiastas em cultura que sabe da importância do encontro presencial e de assistir a um filme numa sala de cinema em vez de estar no sofá da sala de estar de casa. Foram seis sessões e seis conversas ótimas, que resumiram a temporada com obras de nomes como Orson Welles, Stanley Kubrick, Woody Allen e Kleber Mendonça Filho. E, com isso, finalmente voltei a falar sobre cinema, que havia deixado em segundo plano quando determinei o novo foco da minha carreira especificamente em música.
E a partir disso reestruturamos a sessão para um novo formato, que anunciaremos logo no início do ano que vem.
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