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Vida Fodona #366: As 75 melhores músicas de 2012

vf366

Sim: cinco horas e meia de Vida Fodona, pra tirar o atraso.

Dr. Dog – “Lonesome”
Bonde do Role – ”Baby Don’t Deny It”
Sinkane – “Lovesick”
Thiago Pethit + Mallu Magalhães – “Perto do Fim”
Tulipa Ruiz + Criolo – “Víbora”
Mallu Magalhães – “Me Sinto Ótima”
Cambriana – “The Sad Facts”
Blur – “The Puritan”
Grizzly Bear – “Yet Again”
João Brasil – “Sou 212 Foda”
Teen Daze – “Brooklyn Sunburn”
Arctic Monkeys – “Katy on a Mission”
Diplo + Jahan Lennon – “About That Life”
Daddy – “Love in the Old Days”
Lana Del Rey – “National Anthem”
Tulipa Ruiz + Lulu Santos – “Dois Cafés”
Van She – “Idea of Happiness (SebastiAn Remix)”
XXYYX – “About You”
ONUINU – “Happy Home”
Ariel Pink’s Haunted Grafitti – “Only In My Dreams”
ruído/mm – “Índios”
Céu – “Falta de Ar”
Estelle + Janelle Monae – “Do My Thing”
Mahmundi – “Desaguar”
Alabama Shakes – “Hold On”
Blur – “Under the Westway”
Tame Impala – “Elephant”
Sambanzo – “Capadócia”
Curumin – “Selvage”
Tennis – “Petition (Vacationer Remix)”
Supercordas – “Mumbai”
Superchunk – “This Summer”
Sexy Fi – “Looking Asa Sul, Feeling Asa Norte”
Mahmundi – “Calor do Amor”
Jessie Ware – “Wildest Moment”
Breakbot + Irfane – “One Out of Two”
Goldroom – “Fifteen”
Caribou – “Sun (Zopelar Rework)”
Electric Guest – “American Daydream”
Toro y Moi – “So Many Details”
Lana Del Rey – “Born to Die”
The Internet – “Fastlane”
Xx – “Tides”
Silva – “Moleton”
Delicate Steve – “Two Lovers”
Neil Young & The Crazy Horse – “Ramada Inn”
Cat Power – “Cherokee”
Céu – “Chegar em Mim”
JJ – “10”
Twin Shadow – “Five Seconds”
Bobby Womack + Lana Del Rey – “Dayglo Reflection”
Nicki Minaj – “Starships”
Metá Metá – “Oya”
Lucas Santtana – “Jogos Madrugais”
Poolside – “Just Fall in Love”
Chromatics – “Kill for Love”
Divine Fits – “Would That Not Be Nice”
Chet Faker – “Terms and Conditions”
Sinkane – “Jeeper Creeper”
Tame Impala – “Apocalypse Dreams”
Grimes – “Oblivion”
Frank Ocean – “Lost”
Spiritualized – “Hey Jane”
Lindstrøm – “Eg-ged-osis (Todd Terje Extended Mix)”
Major Lazer + Amber Coffman – “Get Free”
Chromatics – “The Page”
Lana Del Rey – “Blue Jeans (Penguin Prison Remix)”
Grimes – “Genesis”
Tame Impala – “Feels Like We Only Go Backwards”
Poolside – “Harvest Moon”
Frank Ocean – “Pyramids”
Kendrick Lamar – “Bitch, Don’t Kill My Vibe”
Curumin – “Passarinho”
Chromatics – “Lady”
Hot Chip – “Flutes”

Vamos que 2013 nos espera.

As 75 melhores músicas de 2012: 58) XXYYX – “About You”

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Marcel Everett tem 17 anos e, bastou um clipe chapado, beats em câmera lenta, timbres de vozes femininas escorregando em rotações aleatórias e um pseudônimo cifrado para emplacar um dos hits que mais tem a cara do ano – que engana na velocidade, parece anunciar o fim do mundo, mas se sobressai pelas texturas, no detalhe.

Vida Fodona #363: Bateu essa vontade

Outro Vida Fodona feito sem planejar nada.

Tame Impala – “Feels Like We Only Go Backwards”
Memory Tapes – “Let Me Be”
How to Dress Well – “Cold Nites”
Kendrick Lamar – “Bitch, Don’t Kill My Vibe”
Lindstrøm – “Eg-ged-osis (Todd Terje Extended Mix)”
Prins – “Søt Kløt”
Jon Talabot – “Journeys”
Yo La Tengo – “Ohm”
Hurtmold – “Chavera”
Gui Amabis – “Crepúsculo”
Metá Metá – “Cobra Rasteira”
Goat – “Let it Bleed”
Grimes – “Genesis”
XXYYXX – “DMT”
Curumin – “Selvage”

Colaqui.

Vida Fodona #356: Grandes mudanças

Elas já começaram…

Feelies – “The Boy With The Perpetual Nervousness”
Talking Heads – “Life During Wartime”
XXYYXX – “DMT”
Lindstrøm – “Ęg-gęd-ōsis”
The Internet + Tay Walker – “They Say”
Sinkane – “Lovesick”
Metá Metá – “Oya”
Fernando Catatau e o Instrumental – “Poeira”
Rafael Castro – “Você Sabe Como É”
Pipo Pegoraro – “Radinho”
Kika – “Enxurrada”
Rodrigo Campos – “Bahia Fantástica”
Curumin – “Selvage”
Sexy Fi – “Brasília Grafitti”
Flying Lotus + Thom Yorke- “Electric Candyman”
Tim Maia – “É Preciso Ler e Reler”
How to Dress Well – “Running Back”

Vem aqui.

Impressão digital #130: A geração pós-digital

E na minha coluna dessa edição do Link, peguei o gancho da idade do XXYYXX pra comentar, na transversal, um assunto que o Bruno havia falado na coluna dele no Globo.

A geração pós-digital quer apenas fazer – e está fazendo
Nada está pronto; tudo está sendo feito

Marcel Everett completou 17 anos no mês passado. Morador da cidade de Orlando, na Flórida, ele produz música desde 2010, mas ainda em seu quarto. Influenciado por rappers como Ja Rule e R. Kelly, ele aos poucos foi lapidando bases e beats, desacelerando as batidas por minuto, trabalhando texturas e ambiências. No fim do ano passado assumiu um pseudônimo cifrado – XXYYXX – e uma imagem para representá-lo (o olho na pirâmide tão conhecido dos teóricos da conspiração).

Suas músicas logo começaram a correr a internet, principalmente via YouTube, até que em abril deste ano o diretor Jeff Vash, de 22 anos, do Texas, resolveu fazer um vídeo para ilustrar o clima etéreo e sem gravidade das camadas sonoras produzidas por XXYYXX. O vídeo mostra belas mulheres soltando fumaça em câmera lenta após tragar cigarros, primeiro de rosto descoberto, depois usando máscaras de bicho e aos poucos ajudou a disseminar online a música do adolescente, até que, desde o início do semestre, sua popularidade começou a crescer mais rápido do que o normal. Logo estava sendo convidado para fazer apresentações ao vivo, discotecar, dar entrevistas, muitas vezes confundindo o entrevistador. Numa delas, à revista norte-americana Vice, disse ser o cabeça da sociedade secreta Illuminati.

Uma brincadeira. Afinal, Everett tem só 17 anos e, se não fosse a internet, talvez ainda estivesse no seu quarto destrinchando camadas de som, picotando trechos de músicas alheias, acelerando vocais e desacelerando batidas. Em pouco tempo, deixaria a brincadeira de lado ou a tornaria apenas um hobby, para logo pensar em um trabalho “de verdade”, como um de seus pais deve dizer.

Já vimos esse filme durante toda a década passada. Adolescentes que, se não fosse a web, ficariam trancados no quarto, fazendo música, escrevendo, editando vídeos, tirando fotos. Alguns deles hoje têm mais de 20 anos e transformaram seu hobby em sustento. Mais do que isso: estão vivendo plenamente de suas criações, uma situação que causa inveja a muitos de gerações anteriores.

Afinal, quantos hobbys deixaram de virar carreira pois era hora de entrar em uma universidade? Quantos sonhos não foram deixados para trás pois era preciso ter uma profissão? Quantas invenções não foram abandonadas depois que muitos adultos disseram que isso era perda de tempo?

Quem tem o referencial analógico entra em parafuso ao colidir com essa geração, criando “crises” que só fazem sentido para quem viveu no século passado. Perguntam-se sobre o fim do popstar, preocupam-se em relação à falência da indústria, lamentam o fim de profissões com séculos de existência.

Mas para quem nasceu na última década do século passado estes questionamentos são secundários. Esse problema é geracional e já passamos por situações parecidas antes disso. A geração dos meus pais, por exemplo, nascida após a Segunda Guerra Mundial não consegue enxergar uma pessoa que muda de emprego várias vezes como bem sucedida. Para eles, o sucesso profissional estava associado à entrega pessoal e devotada à uma única empresa. Hoje, pode perguntar para qualquer profissional da área de Recursos Humanos, uma pessoa que passa mais de uma década num mesmo emprego é alguém sem iniciativa, passivo, estagnado.

O mesmo acontece em relação à geração pós-digital. Eles não estão preocupados com o futuro próximo porque sabem que ele está constantemente em movimento. Apegar-se a uma única profissão ou habilidade pode ser aprisionador – ou, pior, determinar a própria obsolescência. Estes novos adolescentes querem simplesmente fazer. Não querem esperar que alguém diga o que eles devem fazer. E as ferramentas digitais lhes dão liberdade plena para isso.

Se o XXYYXX vai ser um popstar ou sumir em pastas de MP3 pelo mundo, não importa. O que importa é que ele está fazendo o que quer hoje. E, continuando assim, fará o que quiser pelo resto da vida. A realidade pós-digital nos lembra que a vida é um eterno aprendizado. Nada está pronto. Tudo está sendo feito.

Vida Fodona #352: Já já eu volto ao combate

Tudo entrando nos conformes…

Tim Maia – “Do Leme ao Pontal”
Otto + Tainá Müller – “Ela Falava”
Tame Impala – “Why Won’t You Make Up Your Mind? (Erol Alkan Rework)”
Taksi – “Might Sound Noisy”
XXYYXX – “DMT”
Alt J – “Dissolve”
Tulipa Ruiz – “Que Será?”
Pélico – “Um Pro Outro”
China – “Longe Daqui”
Supercordas – “Mumbai”
Curumin – “Passarinho”
Isley Brothers – “Work to Do”
Silva – “Mais Cedo”
Lana Del Rey – “Burning Desire”
Frankie Rose – “Know Me”
XxXy – “Straight to Video”

Chegaê.

XXYYXX: a cara de 2012

Antes mais nada, ouça:

De novo:

Olhaê o disco todo dele:

O pós-dubstep do XXYYXX habita um território ambient do hip hop há muito explorado por bastiões como Massive Attack, DJ Shadow, parte da gravadora Warp e da Stones Throw. Mas no caso da obra do garoto Marcel Everett é como se tivéssemos, pela primeira vez, uma visão nativa, de dentro, de um universo sonoro em que beats e texturas – inclusive vocais – se entrelaçam, como se não fizessem distinção entre si. Há um impressionismo animal, que, de saída, já corrói o conceito cartesiano de canção e o transforma suas faixas em ecossistemas que poderiam ser apreciado por alguns segundos ou por dias inteiros, não apenas por meros minutos. E quando você descobre que Marcel, da Flórida, tem apenas 16 anos, que aprendeu a tocar há dois anos, é fã de R. Kelly e Ja Rule e se declara CEO do Illuminatti é de se pensar se isso talvez seja o tom dessa década que ainda está começando…

Vida Fodona #350: Técnica de combate ao frio

Pra quem ainda não conhece…

XXYYX – “About You”
Antlers – “Crest (Tricky Remix)”
The Internet – “Fastlane”
Star Slinger – “Mornin'”
Daddy – “Love in the Old Days”
Sexy Fi – “Brasília Grafitti”
Diplo + Jahan Lennon – “About That Life”
Flying Lotus – “Tiny Tortures”
Wiz Khalifa + Weeknd – “Remember You”
Lana Del Rey – Blue Velvet (Penguin Prison Remix)
Sebwax – “Artists of the Bay”
Doors – “My Wild Love”
Titãs – “Comida (Binho CA Edit)”
Nicki Minaj – “Starships”

Aqui, ó.