Vida Fodona #475: Ainda temos algumas semanas de 2014 pela frente

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E ainda tem mais essa.

Who – “I Can’t Explain”
Fratellis – “Chelsea Dagger”
Dr. Dog – “Heart it Races”
Spoon – “Inside Out”
Alvvays – “Adult Diversion”
Giancarlo Ruffato – “Alfredo”
Bonifrate – “Aldebaran”
Beck – “Sunday Morning”
Christopher Owens – “Riviera Rock”
Erlend Øye – “Fence Me In”
Pretenders – “Brass in Pocket”
War on Drugs – “Red Eyes”
Foster the People – “Whodini”
Norman Greenbaum – “Spirit in the Sky”
Marilene – “Sinal Vermelho”
João Bosco – “Cobra Criada”
Tatá Aeroplano – “Na Loucura”

Colaê.

“Sweet Jane” de leve

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A caixa de seis discos que celebra o 45° aniversário do terceiro disco do Velvet Underground, batizado apenas com o nome da banda, aconteceu nesta semana e a gravadora Polydor descolou mais um aperitivo para atiçar a vontade dos fãs – depois da versão ao vivo em câmera lenta para “I’m Waiting for the Man”, gravada em 1969 no Matrix, em São Francisco. Desta vez é uma das primeiras versões para “Sweet Jane”, anunciada com um sussurro e tocada de mansinho no mesmo Matrix, ainda com a parte em que Lou Reed canta sobre “heavenly wine and roses”, que ficou de fora da primeira versão oficial da canção, gravada no disco Loaded, de 1970, mas que reapareceu continuamente em várias versões ao vivo, inclusive na carreira solo de Lou.

Velvet Underground: “I’m Waiting for the Man” ao vivo em 1969

Enquanto não surge nenhuma faixa da versão oficial do “disco perdido” do Velvet Underground, que será lançado junto com a caixa comemorativa de 45 anos do terceiro disco da banda, vamos nos contentando com os aperitivos que vão surgindo, com essa versão sossegada pra “I’m Waiting for the Man”, na já clássica versão gravada na residência que o grupo fez no minúsculo Matrix, em 1969, em San Francisco, já com Doug Yule no lugar de John Cale:

E a caixa tá ficando bonitona, olha:

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O disco perdido do Velvet Underground

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O processo de devassa nos arquivos do Velvet Underground nos tem garantido várias caixas de disco com material inédito além das quatro obras-primas que o grupo lançou em vida e dos vários discos ao vivo lançados posteriormente. O próximo álbum a entrar nessa brincadeira é o terceiro disco da banda, lançado em 1969 com apenas o nome do grupo de título. É o disco que marca a saída de John Cale da banda, trazendo o guitarrista e baixista Doug Yule para a formação, e deixando Lou Reed mais à vontade para compor canções em vez de tratados de estética ou afrontas pop art.

Sussurrando na maioria das música, Reed buscava uma qualidade musical que soasse muito mais íntima que as canções dos anos 60, “como se o disco estivesse sentado contigo em uma mesa”, como disse certa vez. E mesmo que traga arroubos artsy como “The Murder Mystery” e desfile de guitarras em “Beginning to See the Light” e “What Goes On”, o disco de 1969 soa doce e delicado, com faixas como “Candy Says”, “Pale Blue Eyes”, “That’s the Story of My Life” e “After Hours”, esta última a primeira vez que a baterista Mo Tucker assume os vocais. O crítico norte-americano Lester Bangs, um dos primeiros fãs da banda, notou a mudança radical de rumo do grupo ao questionar “como se define um grupo desses, que vai de ‘Heroin’ a ‘Jesus’ em menos de dois anos?”

A gravadora inglesa Polydor irá lançar a caixa The Velvet Underground 45th Anniversary Super Deluxe Edition (já em pré-venda online), com seis CDs que dissecam diversos aspectos do disco. Os três primeiros CDs são variações do mesmo tema: o primeiro traz o disco de 1969 remasterizado pelo técnico da MGM Luis Pastor “Val” Valentin, o segundo traz o mesmo disco no chamado “closet mix” (que soa como se fosse gravado num armário e antecipa em três décadas a estética lo-fi) e o mix promocional em mono (mais as versões mono do single “What Goes On” e “Jesus”) é o terceiro CD.

O filé da caixa, no entanto, é seu quarto disco. Ele é o mais próximo do que poderia ter sido o quarto disco do Velvet Underground caso eles continuassem na MGM. São 14 faixas gravadas no estúdio Record Plant e que veriam a luz do dia em discos seguintes, como o quarto e último disco do Velvet Underground, o Loaded (lançado pela Atlantic) e o disco Transformer de Lou Reed, além de aparecerem remasterizadas em duas coletâneas nos anos 80, V.U. e Another V.U. O disco é tido como um álbum perdido pelos fãs da banda também por não haver consenso histórico sobre se aquele disco teria sido lançado de fato ou não – uns lembram ser apenas demos gravadas mais profissionalmente, outros (Lou Reed, entre eles) falam que de fato havia planos de se lançar esse disco. Muitas das versões originais dessas gravações apareceram também em discos piratas, o que motivou muitos fãs a tentar reconstruir um disco que não tinha nome, capa nem ordem das músicas definidas (como a imagem que ilustra esse post, saído do blog Albums That Never Were.

A ordem definitiva do tal “disco perdido” ficou assim na nova caixa:

“Foggy Notion (original 1969 mix, unreleased)”
“One of These Days (new 2014 mix, unreleased)”
“Lisa Says (new 2014 mix, unreleased)”
“I’m Sticking With You (original 1969 mix, unreleased)”
“Andy’s Chest (original 1969 mix, unreleased)”
“Coney’s Island Steeplechase (new 2014 mix, unreleased)”
“Ocean (original 1969 mix)”
“I Can’t Stand It (new 2014 mix, unreleased)”
“She’s My Best Friend (original 1969 mix, unreleased)”
“We’re Gonna Have a Real Good Time Together (new 2014 mix, unreleased)”
“I’m Gonna Move Right In (original 1969 mix)”
“Ferryboat Bill (original 1969 mix)”
“Rock & Roll (original 1969 mix)”
“Ride Into the Sun (new 2014 mix, unreleased)”

Os discos 5 e 6 que completam a caixa trazem dois shows que a banda fez na casa The Matrix, em San Francisco, nos dias 26 e 27 de novembro daquele ano, que foram remixadas a partir das fitas originais do dono do estabelecimento, Peter Abram. Há, inclusive, uma versão de 37 minutos para “Sister Ray”.

Ótima notícia!

Vida Fodona #440: Às vésperas da época mais fria do ano

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Prepare-se, o frio vem aí.

Hail Social – “Anna Belle”
Angel Olsen – “Dance Slow Decades”
O Terno – “O Cinza”
Boogarins – “Doce”
Velvet Underground – “Ocean”
Procol Harum – “A Whiter Shade Of Pale”
Ty Segall – “Goodbye Bread”
Lana Del Rey – “Sad Girl”
Secos e Molhados – “Amor”
João Bosco – “Cobra Criada”
Marcos Valle – “Os Ossos do Barão”
Of Montreal – “Amphibian Days”
Pavement – “We Are Underused”
Fleetwood Mac – “Walk a Thin Line”
Courtney Barnett – “Lance Jr”
Rolling Stones – “Coming Down Again”

Esquenta aqui.

Vida Fodona #435: Mais música velha

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Olha aí, o segundo na sequência.

Brenda Lee – “Sweet Nothing”
Hall & Oates – “You Make My Dreams Come True”
Chromeo – “Frequent Flyer”
Elis Regina – “Cobra Criada”
Lulu Santos – “De Repente, Califórnia”
Velvet Underground – “Coney Island Steeplechase”
Joe Jackson – “Steppin’ Out”
Syd Arthur – “Hometown Blues (Psychemagik Remix)”
Looper – “Burning Flies”
Lewis – “So Be In Love With Me”
Sheena Easton – “Modern Girl”
Broken Bells – “The Changing Lights”
Diana – “Perpetual Surrender”
Paralamas do Sucesso – “Na Nossa Casa”
Lykke Li – “No Rest for the Wicked”
Sia – “Soon We’ll Be Found”

Saca só.

Velvet Underground ao vivo em 1967, em vídeo filmado por Andy Warhol

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O som tá tosco, as músicas tão pela metade, os efeitos de câmera são insuportáveis e aparentemente movidos pela excitação do câmera com a nova tecnologia, mas o título do post merece ser repetido em letras garrafais, afinal é o VELVET UNDEGROUND AO VIVO EM 1967, EM VÍDEO FILMADO PELO ANDY WARHOL. No meio da confusão audiovisual dá pra distinguir trechos de “I’m Waiting For the Man”, “Guess I’m Falling In Love”, “Run Run Run,”, “Heroin”, “Walk It & Talk It”, “I Heard Her Call My Name”, “Venus In Furs” e “Sister Ray” no meio de algazarra caótica de imagem e ruído, mas tudo bem – era essa intenção por trás do Exploding Plastic Inevitable, espetáculo que o Warhol concebeu para lançar o Velvet e, porra, é o VELVET UNDEGROUND AO VIVO EM 1967, EM VÍDEO FILMADO PELO ANDY WARHOL. Quem é fã da banda sabe da importância do registro.

Vi no Dangerous Minds.

Vida Fodona #410: Algumas novidades

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Eu prometi, então elas seguem aí!

Silva – “Entardecer”
Bonifrate – “Horizonte Mudo”
Unknown Mortal Orchestra – “So Good at Being in Trouble”
Gilberto Gil – “Back in Bahia”
Dom L – “Chips (Controla ou Te Controlam)”
Criolo – “Duas de Cinco”
De Leve – “Largado”
Boogarins – “Doce”
Walter Franco – “Feito Gente”
Velvet Underground – “The Gift”
Strokes – “Welcom to Japan”
Rita Lee – “Lança Perfume”
Metronomy – “I’m Aquarius”
Major Lazer + Amber Coffman – “Get Free”

Vem!

Uma música inédita do Velvet Underground

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Que tal começar a semana ouvindo uma música inédita do Velvet Underground, gravada ainda na fase clássica do grupo, com John Cale na formação? “I’m Not A Young Man Anymore” foi gravada ao vivo no Gymnasium, em Nova York, no dia 30 de abril de 1967, e só havia aparecido em um disco pirata. Mas a versão abaixo, pinçada pelo Dangerous Minds a partir do material da edição tripla do White Light/White Heat que chega às lojas este mês, veio direto da coleção do próprio John Cale, que participou da reedição do disco tão bem como Lou Reed, pouco antes de morrer. Falando sobre a morte de Lou Reed à revista Rolling Stone, nosso amigo sonic youth Thurston Moore comentou sobre a canção que finalmente será lançada oficialmente:

“I was at South by Southwest in 2008, playing at a Lou Reed appreciation concert. I’d just heard “I’m Not a Young Man Anymore,” which had just surfaced on a Velvet Underground bootleg. It was this powerful song I’d never heard before. Before we went on, I was talking to Lou and told him about it and he said, “How the hell do you know about that song?” I said, “It just surfaced on a bootleg on the Internet.” I said I thought it would be a good song to play since I just turned 50. And when I said that, he looked at me, half smiled and embraced me. It was wonderful and completely unexpected.”

Sem mais conversa: eis “I’m Not a Young Man Anymore”. Boa semana.

Hot Chip e Yo La Tengo celebram Lou Reed, com “Pale Blue Eyes”

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Eis a íntegra do show do Hot Chip na versão parisiense do festival Pitchfork, que aconteceu no início do mês. Mas se você pular para quando o relógio do vídeo abaixo virar a primeira hora, verá o casal Ira Kaplan e Georgia Hubley celebrando Lou Reed em “Pale Blue Eyes”.

Demais. Dica da Taís.