Não sei se ainda tem ingresso vendendo, mas quando comprei o meu, meia hora depois das vendas no Sesc começarem, mais da metade da bilheteria já havia sido vendida. Acho que ninguém esperava que tivesse tanta procura – ou será que São Paulo tá exigindo espaços maiores pra shows que, anos atrás, penavam pra passar dos 500 pagantes? Deixo aqui o vídeo que o animador Beeple fez para “Kill Your Co-Workers”, do sujeito.
Foi alto. Muito alto. Poderia ser mais alto (claro, sempre pode), mas a massa sonora dos três sujeitos no palco literalmente move as pessoas.
E foi preciso. Guitarras, bateria, berros, gaita, theremin, saudações para o público, “São Paulo” gritado no meio das músicas sem soar piegas, coro da galera, mãos pra cima, muito suor, pouca luz.
Show de roque – como se o Mick Jagger não tivesse nascido para o estrelato, apenas para o rhythm’n’blues. Por alguns instantes o Bourbon perdia sua cara de Moema e parecia estar no meio de uma Augusta utópica, à moda antiga.
Impressionante como Jon Spencer parece ter caído na fonte da juventude. Dez anos mais velho que eu, aparenta e move-se como se tivesse dez anos a menos.
Memorável.
Autor de uma das melhores músicas do ano (“World of Doubt”, acima), Tom Vek foi chamado para substituir o Atlas Sound, que seria uma das atrações do Creators’ Project, que rola nessa sexta na Bienal. Mas não é show, ele só vai discotecar. Mais infos lá no site do projeto.
Discoteco hoje de novo na Funhouse, na ótima Glow in the Dark, também conhecida como “a festa da luz negra”. O esquema, pra quem não conhece, é simples e divertido: vá de branco (a cor da roupa também dá desconto na porta) e, lá chegando, você ganha umas canetinhas fluorescentes pra riscar tudo à vontade. Aí as luzes se apagam, liga-se a luz negra e todo mundo fica brilhando no escuro. Além de mim, que toco a partir das 0h30, também tem discotecagem dos Adverteasers, o Poms da Balada Mixta, o próprio Alex Correa (que além de organizador da festa ainda comemora seu aniversário, junto com a Helena, fotógrafa da festa) e o Péricles, também conhecido como Bo$$ in Drama. Vamo lá, vai ser altos! As coordenadas tão todas na página da festa no Feice.
Vai ser demais.
Vi no Instagram do dmichelsohn.
Marcelo Frota lança, em São Paulo, o novo disco do Momo, Serenade of a Sailor, nesse sábado, no Sesc Pompéia. Vamo aí?
Escrevi pro Divirta-se, do Estadão, sobre a expectativa para o show do Jon Spencer semana que vem.
Da máquina do tempo
Quando o Jon Spencer Blues Explosion se apresentou no Brasil pela primeira vez, não fui. Era uma das minhas bandas favoritas dos anos 90, mas uma confusão com agendas e horários me fez perder um show que, pelo que disseram, trouxe uma banda mais densa e menos elétrica do que a que conhecíamos. Seu líder ostentava uma barba pesada que fugia do visual rock’n’roll clean e bruto que caracterizava o som do trio. Por isso, quando fui vê-los ano passado no meio do festival de 21 anos da gravadora Matador, em Las Vegas (na festa do meu casamento), não esperava muita coisa – daí a surpresa ao ver um Jon Spencer em 220 volts, teletransportado direto de 1995. O outro guitarrista, Judah Bauer parece mais velho e o baterista Russell Simins engordou uns bons quilos. Mas, no palco, Spencer encarna um Mick Jagger utópico. Vê-los no Bourbon será genial.
Enquanto isso, no centro de São Paulo… “Fumai por nós?”
O engraçado é que o autor da obra também é o autor da notícia, que veio à baila graças ao canal Você Repórter do Terra.