O primeiro livro de Carol Bittencourt

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Uma das melhores fotógrafas da nova música brasileira, amiga de outros carnavais e ex-condômina do falecidOEsquema, Carol Bittencourt finalmente registra seu trabalho em uma obra própria – e nada melhor do que isso que lançar um livro com os registros que fez da turnê que o grupo carioca Los Hermanos realizou em 2012. Ela é praticamente uma integrante anônima do grupo, registrando detalhes e relances que ajudam a tirar a aura de popstar que tanto incomoda a banda de MPB indie e tanto encantam os fãs da banda. O livro será lançado nesta sexta em São Paulo, em um noite de autógrafos com a própria Carol, que separou algumas fotos abaixo para o Trabalho Sujo e me deu a seguinte entrevista a seguir, por email.

Por que você prefere ver este livro como um livro de fotografia mais do que um livro sobre a banda?
A minha intenção nesse livro foi mostrar não só um retrato da banda, mas também do meu trabalho e no fim de tudo o livro é um presente pra eles. Bruno disse que a história da banda estava lá, Rodrigo que era um album de familia… e de presente pra eles acabou virando um presente pra mim. Foi a oportunidade perfeita. A banda me deu total liberdade, topou fazer tudo em filme, e não me deu briefing algum. Passeei pelo brasil todo com a câmera e gente que eu adoro. Foi a melhor chance que tive pra fazer um lance totalmente autoral dentro de um trabalho contratado. A única questão é que quando concretizado, eles poderiam não ter aprovado. Isso tava no pacote. Mas deu tudo certo e eles aprovaram de primeira. A banda não teve acesso às fotos nesses últimos três anos e quando me deram o ok pra começar a montar chamei o Raul Mourão pra diagramar, junto com o Marcelo Pereira da Tecnopop. Aprendi um monte editando e observando meu próprio trabalho. Amarrando as imagens…. Trabalhamos com referências fotográficas mais que de música porque quis um livro que mesmo pessoas que não conheciam a banda, tivessem vontade de ver e ter só pelas imagens.

Você só fotografa analogicamente ou não tem preconceito com o digital?
Há mais ou menos sete anos optei por negativo porque acredito que trabalho melhor dessa forma, gosto de me surpreender com o resultado; deixar um pouco a intuição dominar. O trabalho fica mais divertido, prazeiroso e simples. Muitos fotógrafos produzem materiais incríveis com digital, mas eu não. Nunca gosto do meu. Tenho preguiça de Photoshop, cartão de memória, odeio fazer backup e é fisicamente e emocionalmente desgastante pra mim. Morando fora, consegui realizar esse sonho da casa própria; lá eles acham que eu nunca fotografei digital na vida. Luxo.

O que acha da onipresença das câmeras hoje em dia? Todo mundo pode ser fotógrafo?
Acho que está excessivo, mas tem um lado saudável. Um dia vi uma cena com o meu pai, que me emocionou: ele abaixando pra fotografar uma flor pelo celular. Eu nunca tinha visto aquilo! A banalização da fotografia fez de alguma forma as pessoas voltarem a enxergar em volta a simplicidade. O prato de feijão. Quanto a todo mundo ser fotógrafo, senti um pouco na pele isso ao recomeçar minha carreira depois de velha num lugar desconhecido – moro em Copenhague há três anos. – Ah, a menininha com a câmera! … Três anos passaram rápido, dei uma ralada, já tô com a cara mais velha, e consegui inverter minha própria imagem, literalmente.

A câmera é uma ferramenta que ensina a ver sem a câmera, como disse Dorothea Lange?
Totalmente, no meu caso.

Você fotografou boa parte da nova safra de artistas brasileiros deste século. Quando lança um livro com fotos de outros artistas?
Eu quero montar uma exposição. lá fora já participei de mostras importantes num tema mais autoral. Aqui nunca. Quero fazer uma sobre música, e músicos, logo.

Los Hermanos 2015!

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O grupo Los Hermanos lançou duas ótimas notícias para seu enorme público nesta quarta-feira: anunciou o início das vendas dos ingressos para os três shows que o grupo irá fazer no aniversário de 450 anos do Rio de Janeiro (dias 30 e 31 de outubro e 1° de novembro, mais informações aqui) como também revelou que, além dos shows do Rio, irá passar por outras oito capitais (a saber, Belém, no dia 2 de outubro; Recife dia 3; Fortaleza, dia 9; Brasília, dia 10; Curitiba, dia 16; Porto Alegre, dia 17; BH, dia 23; e São Paulo, dia 24). Ainda não há informações sobre locais, preços e data de início das vendas, mas o grupo disse que anuncia em breve.

A volta dos Los Hermanos

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Os Hermanos anunciaram dois shows em 2015 – tocam nos dias 30 e 31 de outubro de 2015 no Jockey Club do Rio como parte das comemorações do aniversário de 450 anos do Rio de Janeiro. O tecladista da banda Bruno Medina comentou a volta repentina em seu blog:

De certa forma, posso dizer que não foram apenas os fãs que se surpreenderam com a novidade, visto que nós mesmos recebemos o convite poucas semanas antes da divulgação oficial, e, claro, aceitamos na hora.

Esta será uma ocasião especial em muitos sentidos, a começar pelo fato de termos sido incluídos numa programação que se destina a celebrar os principais símbolos da cidade, e isso não é pouca coisa, sobretudo se considerarmos o papel de protagonismo que o Rio sempre desempenhou no cenário cultural brasileiro.

Acredito que esse reconhecimento, que muito nos orgulha, tenha algo a ver com a constância com que o samba e o carnaval de rua, temáticas essencialmente cariocas, ainda que misturadas a outras influências, se fizeram presentes em nossos discos, reflexos naturais das vivências que permearam tanto a formação de nossa identidade artística quanto como indivíduos.

Também nem é preciso mencionar que este tem tudo para ser mais um emocionante encontro com o público que acompanhou de maneira tão carinhosa a evolução de nossa carreira, nos prestigiando quer fosse no diminuto segundo andar do Empório, nas temporadas do Canecão e da Fundição, no topo do Morro da Urca ou na imensidão das areias do Réveillon em Copacabana.

Resta saber se vão continuar ordenhando a velha vaca ou se os quatro se dispôem a lançar músicas novas (afinal, pedir um quinto disco já é demais, né…)

Taí o primeiro disco solo do Rodrigo Amarante

CAVALO_Rodrigo Amarante

Sim, essa é a capa do disco novo do Amarante, que já está à venda no iTunes e no Soundcloud:

Ele escreveu uma carta para acompanhar o primeiro álbum, leia abaixo:

 

Todo o show: Rodrigo Amarante ao vivo no Fonda Theater, 2013

DEVENDRA BANHART-FONDA-MAY 16, 2013-8

E falando no ruivo, meia horinha de show do Amarante no início deste ano, quando ele abriu para o Devendra no Fonda Theatre, em Hollywood, Los Angeles, no dia 16 de maio desse ano. Um show pianinho, que parece antecipar o disco que vem aí. A foto é da Debi Del Grande e o show pode ser baixado inteirinho no Un Peu de Joie. O setlist segue abaixo:

 

O Cavalo de Rodrigo Amarante

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Amarante começa a mostrar seu primeiro disco solo nesta semana, com três shows no Sesc Pompéia (quinta, sexta e sábado) abrindo uma longa turnê que, em outubro, ainda passa por Brasília (dia 5), Curitiba (12), Recife (18), Salvador (20), Floripa (31) e continua em novembro por Porto Alegre (2) e Rio de Janeiro (9). O disco começa a ser vendido digitalmente nesta segunda-feira, o CD e o vinil vêm em seguida.

Mais uma música do novo disco do Amarante

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“Tardei” já havia sido mostrada num Ronca Ronca no primeiro semestre, mas segue abaixo a versão que entrará no disco Cavalo, que será lançado neste mês.

Mais uma música nova do Rodrigo Amarante

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Mais uma música do primeiro disco solo do hermano, Cavalo, “Tardei” pede um por de sol preguiçoso num sábado vazio…

Rodrigo Amarante 2013

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Carol deu a dica: rolou música novo do Hermano no programa do Maurício Valladares. Eu já havia tocado “Maná” num Vida Fodona, mas numa versão gravada junto com o projeto Bottletop Band, mas essa versão nova ficou mais legal ainda – jogando a possibilidade do disco solo de Rodrigo, já batizado de Cavalo, ser bem promissor. Será?

E em tempo: a foto acima é da própria Carol.

Novos gestos

E o WTF do dia vai para Bruno Medina, do Los Hermanos, propondo gestos pra sintetizar ações ligadas ao meio digital.

Os gestos acima significam “só conheço na web”, “momento Instagram”, “dá um Google nisso” e “tá bombando no YouTube”. Poizé.