Cine Doppelgänger

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Vamos conversar sobre cinema? Finalmente materializo um velho projeto que venho acalentando há anos com a minha querida amiga Joyce Pais, do site Cinemascope, e juntos temos o prazer de apresentar a sessão de debates sobre cinema Cine Doppelgänger, que acontece mensalmente entre julho e dezembro, todo terceiro sábado do mês, na Sala Cinematographos, que fica no Museu Casa Guilherme de Almeida (Rua Cardoso de Almeida, 1943 – Sumaré, São Paulo). A ideia é exibir sempre dois filmes – um escolhido por mim e outro pela Joy – e, no final da exibição, conversar sobre a relação entre os dois. A estreia do Cine Doppelgänger acontece neste sábado com a sessão Los Angeles, Cidade Permitida em que exibimos O Grande Lebowski (às 11h), dos irmãos Coen, e Cidade dos Sonhos (às 14h), de David Lynch, para depois conversar sobre pontos em comum e divergentes sobre a temática dos dois filmes. A inscrição é gratuita, basta entra no site da Casa Guilherme de Almeida.

Segue abaixo a programação completa do Cine Doppelgänger até o final do ano:

Dia 21 de julho: Los Angeles, Cidade Permitida

21 de julho: O Grande Lebowski (1998) e Cidade dos Sonhos (2001)

O Grande Lebowski (1998) e Cidade dos Sonhos (2001)

Os irmãos Coen e David Lynch comentam sobre o mundo de ilusões criado a partir de Hollywood em dois novos clássicos da virada do milênio. Enquanto Cidade dos sonhos mergulha na dicotomia entre a dura realidade e a sétima arte, borrando os limites entre estes dois universos, O grande Lebowski escancara a fábrica de mentiras do mundo do entretenimento da costa oeste norte-americana.

18 de agosto: A Paranoia por Dentro

18 de agosto: De Olhos Bem Fechados (1999) e Rede de Intrigas (1976)

De Olhos Bem Fechados (1999) e Rede de Intrigas (1976)

O último filme de Stanley Kubrick e a obra-prima de Sidney Lumet vão às entranhas das sociedades secretas e dos sistemas de poder para mostrar sua abrangência e escopo, contrapondo-se à pequenez da individualidade humana.

15 de setembro: O Diabo Mora ao Lado

15 de setembro: O Bebê de Rosemary (1968) e Corra! (2017)

O Bebê de Rosemary (1968) e Corra! (2017)

Dois filmes de terror que lidam com o aspecto corriqueiro da maldade, as obras de Polanski e Peele refletem a época de suas produções, levantando questionamentos sobre feminismo e racismo, além de aprofundarem-se no estudo da vileza humana.

20 de outubro: Realidade de Mentira

20 de outubro: Zelig (1983) e Verdades e Mentiras (1973)

Zelig (1983) e Verdades e Mentiras (1973)

Em dois documentários falsos, Woody Allen e Orson Welles escancaram a fábrica de ficções que é a sétima arte em duas obras seminais, que já lidavam com os conceitos de pós-verdade e fake news muito antes do século 21.

17 de novembro: Autoria em Xeque

17 de novembro: 8 ½ (1963) e Adaptação (2002)

8 ½ (1963) e Adaptação (2002)

Dois cineastas confrontados por suas obras começam a colocar em questão suas próprias existências como autores. O mitológico 8 e 1/2 de Fellini e o complexo Adaptação de Spike Jonze contrapõem duas crises criativas inversas – a primeira, as motivações por trás do início da criação artística; a segunda, o dilema autoral de trazer uma obra alheia para seu próprio reino criativo.

15 de dezembro: Brasil aos Pedaços

15 de dezembro: O Som ao Redor (2012) e Trabalhar Cansa (2011)

O Som ao Redor (2012) e Trabalhar Cansa (2011)

Dois filmes nacionais contemporâneos jogam luzes sinistras sobre este país dividido que nos acostumamos a se referir como um só. Enquanto o primeiro longa de ficção de Kleber Mendonça Filho, O Som ao Redor, espatifa a noção de normalidade ao revelar a rotina complexa e movida pela culpa de um bairro rico no Recife, o primeiro longa da dupla Juliana Rojas e Marco Dutra, Trabalhar Cansa, entra em um microcosmo profissional para se aprofundar nas entranhas de um Brasil farsesco – de modo apavorante.

Big Lebowski é Alice no País das Maravilhas?

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Sério, bicho… Ou pelo menos é o que cogita essa teoria do Cracked (em inglês):

Mensagens secretas em Big Lebowski

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O clássico dos irmãos Coen de 1998, Big Lebowski, conta com várias piadas internas e mensangens subliminares escondidas em seu roteiro, como o professor Rob Ager, no excelente Collative Learning, explica no vídeo abaixo:

Fargo e o universo indie dos irmãos Coen

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Estou completamente por fora da nova temporada de uma das melhores séries do ano passado, Fargo, produzida pelos irmãos Coen, mas plenamente ciente do quão ela parece ser melhor que a temporada anterior. Não duvido. Só de ver os nomes da nata indie que eles conseguiram reunir pra regravar clássicos do cancioneiro norte-americano, dá pra ter uma ideia do alto nível. O Britt Daniel, vocalista do Spoon, regravou “Run through the Jungle”, que os Coen já haviam utilizado no clássico Big Lebowski, porém em sua versão original, do Creedence Clearwater Revival.

O quarteto texano White Denim recriou outra música que os Coen usaram no Lebowski, “Just Dropped In (To See What Condition My Condition Was In)”, de Jerry Lee Lewis, eterninzada por Kenny Roggers:

E o vocalista do Wilco, Jeff Tweedy, compareceu tocando “Let’s Find Each Other Tonight”, de José Feliciano, que já havia aparecido pessoalmente no filme que deu origem à série cantando exatamente a mesma música (mas não consegui achar a versão de Tweedy online), alguém viu por aí?

O que é esse novo filme dos irmãos Coen?

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Hail, Caesar! parece uma história absurda sobre a indústria do cinema, como os irmãos Coen já haviam feito em Barton Fink, mas alguns personagens citados no trailer – como o faz-tudo Eddie Mannix (vivido por Josh Brolin) e a colunista Hedda Hopper (vivida por Tilda Swinton) são pessoas de verdade e não personagens inventados, enquanto os vividos por Scarlett Johansson, Channing Tatum e George Clooney parecem ser inspirados em Esther Williams, Gene Kelly e uma mistura de Tony Curtis com Marlon Brando, citando de verdade, como filmes como Ben-Hur, Spartacus e Quo Vadis. Que história eles querem contar com isso?

O filme estreia nos Estados Unidos em fevereiro.

Spielberg e os irmãos Coen num filme sobre a Guerra Fria

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Tudo bem que é o Spielberg mais uma vez trabalhando com o Tom Hanks, fórmula de sucesso para o público norte-americano mesmo que o ator trabalhava com a versão B do diretor (Robert Zemeckis, com quem ele fez Forrest Gump e Náufrago). Mas Ponte de Espiões pode diferenciar das outras colaborações entre a dupla (O Resgate do Soldado Ryan, Prenda-Me Se For Capaz e Terminal) por contar ninguém menos que os irmãos como roteiristas. Não que dê pra perceber algo disso nesse primeiro trailer genérico, mas você sabe como são os trailers de hoje em dia

Mas é interessante perceber como este tema – espionagem – é um assunto cada vez mais recorrente nas produções recentes, não percebe?

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A identidade Coen

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Os filmes dos irmãos Coen, analisados como uma só obra, contam uma longa história que confunde identidade e moral, segundo esse pequeno mosaico em vídeo feito pelo autor e cineasta Steven Benedict.

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