O júri de Musica Popular da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA), do qual faço parte ao lado de Adriana de Barros @dribarrosreal (TV Cultura e Mistura Cultural), Bruno Capelas @noacapelas (Programa de Indie), Camilo Rocha @bateestaca (Bate Estaca), Cleber Facchi @cleberfacchi (Música Instantânea e Podcast VFSM), Felipe Machado @felipemachado_oficial (IstoÉ), Gulherme Werneck @guiwerneck (Canal Meio e Ladrilho Hidráulico), José Norberto Flesch @jnflesch (Canal do Flesch), Marcelo Costa @screamyell (Scream & Yell), Pedro Antunes @poantunes e Pérola Mathias @poroaberto (Poro Aberto e Resenhas Miúdas), acaba de anunciar os indicados em quatro categorias dos Melhores de 2024: Artista do Ano, Artista Revelação, Melhor Show e Melhor Música. A categoria Melhor Disco de 2024 já conta com 25 discos indicados no primeiro semestre ao qual serão acrescidos mais 25 discos do segundo semestre, a serem anunciados em janeiro. Veja abaixo:
Já dá pra cravar que o grupo de Ponta Grossa Hoovaranas é um dos grandes nomes que estão despontando no novo indie rock brasileiro – e isso não é uma pergunta. Depois de serem escalados no festival Cinco Bandas do site Minuto Indie no início do semestre e de terem se destacados como sendo o único consenso da noite, o trio formado pelo guitarrista Rehael Martins, o baixista Jorge Bahls e o baterista Eric Santana teve a dura tarefa de segurar a abertura do show de lançamento do disco novo dos Boogarins nessa sexta-feira no Cine Joia e fez bonitaço. Em quase uma hora de delírio instrumental e noise entre o pós-rock e o math rock, o grupo não só segurou a atenção do público como o embalou lindamente com camadas pesadas de ruído elétrico, ganhando fãs quase que instantaneamente, que correram para comprar o disco de vinil que a banda acabou de lançar pelo selo da banda Bike, que chama-se, ora, Bike Records. Showzão que consagrou um novo nome pra ficar de olho em 2025.
Depois foi a vez dos Boogarins destamparem a caixa de Pandora chamada Bacuri. Um dos grandes discos de 2024 também é o ápice da banda em dez anos de rock independente, consagrando a dinâmica de um dos grupos mais influentes do país nos últimos anos num disco irretocável, tanto no quesito psicodelia quanto na categoria pop, com canções tão memoráveis quanto delirantes. Libertá-las na mesma ordem do disco foi um exercício inédito para a banda, que tocou algumas delas – entre elas o épico “Deixa”, que fecha o disco – pela primeira vez no palco. E como jogavam com o jogo ganho – o público já tinha aprovado o show antes mesmo dos primeiros acordes -, não tiveram dificuldades de conduzir o público por sua jornada sobre amor e família que compuseram neste período pós-pandêmico, reunindo para esse evento toda a família Boogarins, tanto literal, com a presença dos pais dos dois guitarristas na plateia, e quanto lúdica, com o time todo reunido para um show histórico, Renatão no som, Hugo na luz, Alê no monitor, Rolinos nos vídeos e Chrisley no palco, além do público, filhotes embevecidos pela eletricidade melódica da banda. E por melhor que tenha sido essa primeira apresentação de seu Bacuri ao vivo, algo me diz que o disco ainda vai crescer muito mais nos palcos, ainda mais se eles mantiverem o ritual de tocar o disco na ordem (tá na hora da gente se desligar de playlists!). E sem sair pro bis emendaram uma sequência de músicas de diferentes épocas de sua carreira (“Noite Bright”, “Auchma”, “Invenção”, “Falsa folha de rosto” e “Foimal”) que provam que Dinho, Benke, Fefel e Ynaiã são o melhor grupo de rock do Brasil hoje sim e um dos melhores da história deste mesmo rock – e têm a faca e o queijo na mão para se tornar um dos grandes nomes da música brasileira sem precisar ficar preso a este gênero. E a impressão é que acabaram de começar essa nova fase de sua carreira. Voa, Buga!
Eis a capa de Bacuri, o disco novo dos Boogarins que sai na próxima semana. A arte é do pernambucano Samuel de Saboia.
Agora vai! Depois de algum suspense o grupo goiano Boogarins acaba de confirmar a data de lançamento de seu quinto disco, chamado Bacuri, que chega ao público no dia 26 deste mês. O anúncio veio com a primeira canção que o grupo mostra do novo disco e “Corpo Asa” dá uma boa medida do que vem por aí: um disco psicodélico e cheio de guitarras como lhes é característico, mas com canções coesas e redondinhas, puxando a tônica para sensações íntimas e sentimentos plenos, como se a loucura desse tempo para desencantar o bem estar do grupo consigo mesmo. Não é exagero dizer que ele estão prestes a lançar seu melhor disco e um dos melhores discos de 2024.
Há duas semanas, os Boogarins oficializaram que seu disco novo estava pronto e que seria chamado de Bacuri, ameaçando soltá-lo a qualquer momento – e até agora nada. Enquanto não sabemos a data de lançamento do próximo álbum, os heróis da psicodelia do cerrado acabaram de anunciar que o show de lançamento de seu próximo álbum acontecerá no Cine Joia, no dia 6 de dezembro – e os ingressos já estão à venda neste link. Alguma dúvida que vai ser apoteótico?
Geral tava esperando, mas agora tá vindo: os Boogarins acabam de anunciar Bacuri, seu quinto álbum de inéditas ao mostrar a curta “Crescer”, que você escuta na íntegra abaixo. Não há informações sobre data de lançamento, o que significa que pode ser A QUALQUER MOMENTO.
Só quem foi sabe. Os Boogarins levaram o público que lotou o Picles no aniversário de primeiro ano do Inferninho Trabalho Sujo para lugares distantes dentro de si mesmo ao improvisar por quase duas horas em mais uma Sessão de Cura e Libertação – estava lembrando com eles, após a sessão, que a última que eles fizeram com público presente foi quando os chamei para tocar no Centro Cultural São Paulo quando fazia curadoria de lá. De alguma forma, portanto, o quarteto goiano estancou o pesadelo que atravessamos nos últimos anos, com Dinho soltando na voz os demônios em nome de todos os presentes, Benke derretendo-se nas paredes enquanto sua guitarra rasgava o ambiente, Fefel entre o baixo e o synth criando linhas melódicas que funcionavam como bases para o metrônomo preciso – e free – do baterista Ynaiã Benthroldo. Uma noite épica que continuou comigo e a Fran naquela pistinha que todos conhecemos bem. E em breve teremos grandes novidades sobre o Inferninho…
Agora já pode contar: vamos comemorar um ano de Inferninho Trabalho Sujo em grande estilo na semana que vem, trazendo ninguém menos que os grandes Boogarins, que armam mais um ritual de cura e libertação na próxima quinta, dia 25, no palco da noite que incinera corações e quadris com a fina flor da melhor música produzida no Brasil hoje, epicentro do caos em Pinheiros que também está fazendo aniversário — seis anos de Picles! E depois dos goianos, eu e Fran assumimos mais uma vez a madrugada, desfilando hits e fazendo todo mundo dançar. Os ingressos já estão à venda! Viva o Inferninho Trabalho Sujo e viva o Picles — e essa é só a primeira novidade deste primeiro aniversário. Outras virão! Queima!
Se o show dos Boogarins é sempre uma viagem, quando acontece no Centro Cultural São Paulo ganha um gostinho extra – mesmo com o público comportando-se bem, o que não é a regra quando o grupo goiano toca na mítica sala Adoniran Barbosa. Mas a apresentação desta quarta-feira foi mais uma visita do grupo ao universo do Clube da Esquina e os fãs assistiram todos sentadinhos, sem se aglomerar de pé ao redor da banda como é de praxe no local. Isso não tirou a magia da situação, pelo contrário, deu ares de camerata à viagem psicodélica do quarteto à cosmogonia parida a partir do disco clássico de 1972, que não foi tocado na íntegra e sim usado como alicerce para visitar outros momentos clássicos – e outros menos conhecidos – do criado pelos músicos mineiros. Por isso além do disco duplo que deu origem à saga, os goianos visitaram tanto o Via Láctea de Lô Borges quanto o Amor de Índio de Beto Guedes, além de reforçar a paixão do grupo pelo mitológico Beto Guedes/Danilo Caymmi/Novelli/Toninho Horta, gravado pelos quatro em uma única madrugada de 1973, ao visitar as duas músicas compostas pelo não-mineiro do grupo, Danilo (“Ponta Negra” e “Serra do Mar”). Mas é claro que as coisas ficaram sérias de verdade quando voltam-se ao disco original, encerrando a apresentação com a trinca “Trem Azul”, “Nada Será Como Antes” (em que o guitarrista Benke Ferraz ainda contrabandeia “Alter Ego” do Tame Impala) e “Um Girassol na Cor do Seu Cabelo”, fazendo todo mundo sair dali com um sorriso estatelado no rosto.