Revolver – Walter Franco

, por Alexandre Matias

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Você já ouviu essa disco: um gênio improvável em uma trip solitária beirando o autismo, seguido de uma banda azeitada no jazz-rock setentão, segura do próprio improviso. Esta fórmula deu origem a jóias como Bryter Layter, Astral Weeks, Histoire de Melodie Nelson e, no Brasil, ao ímpar Revolver. O segundo e último disco da fase clássica do cantor e compositor (depois do lançamento, recolheu-se por completo, dando as caras vez por outra), consagra seu estilo, em que combina a sabedoria ancestral do trocadilho com brincadeiras concretistas em forma de letras. Entre a voz e a banda, outra assinatura musical sua sublinha todo o disco – colagens de vocais e sussurros superpostos. Revolver também é daqueles momentos únicos em disco no Brasil, quando certa intelectualidade lírica acompanha de igual para igual o instrumental vigoroso de uma banda de rock.